domingo, 26 de setembro de 2010

Casal investe em casa ecológica em cidade industrial

Publicado por Moderador da Comunidade Banco do Planeta - ECOCONSTRUÇÃO



Vera Scekic e Robert Osborne, arquitetos, investiram suas economias para construir uma casa ecoeficiente, capaz de receber a rígida certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design - Liderança em Design de Eficiência Energética e Ambiental, em tradução livre) na cidade industrial de Racine, EUA.

Após um ano de planejamento e dois de construção ganharam destaque no New York Times com uma moradia moderna, feita com vigas de aço expostas, paredes revestidas com Biofam (formado por sobras agrícolas) e amplas janelas de vidro. Cuidados precisos com ventilação e iluminação naturais, geração de energia e gestão das águas utilizadas integraram o pacote, assim como piso permeável, para minimizar enxurradas e sua conseqüente erosão.

O casal priorizou comprar materiais locais e contratar mão-de-obra da vizinhança. “Toda milha não percorrida conta”, explicou Robert.

A casa ganhou um sofisticado sistema de climatização geotérmico, que leva o ar por baixo da terra por tubos, onde ele se aquece ou se resfria, conforme a temperatura exterior. A energia solar aquece a água e um sistema separado com uma placa no telhado e outra no quintal produz eletricidade. Parte das águas pluviais são captadas em tanques para uso no jardim.

A fachada conta com múltiplas camadas, feita com folhas de MDF, uma placa de concreto, painéis fotovoltaicos e uma membrana respirável, para evitar o acúmulo de calor.

Tornando a sua próxima compra sustentável

Por Fabio Feldmann (*) - Terra Magazine


Em 07/2007 ocorreu uma reunião na Fundação Getúlio Vargas sobre Construção Sustentável na Cidade de São Paulo, promovido pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente do Município de São Paulo (SVMA), ICLEI - Governos Locais pela Sustentabilidade e pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da própria Fundação (GVces).
O número de pessoas inscritas para o evento foi tão grande que os organizadores tiveram que colocar as pressas um telão para atender a surpreendente demanda.

O que isso significa?

Basicamente é necessário compreender que existe efetivamente na sociedade uma vontade de se encontrar alternativas para os problemas socioambientais da vida contemporânea, refletindo essa demanda na busca de soluções do que se denomina consumo sustentável, isto é, de um lado a oferta de bens e serviços com menor impacto no meio ambiente, e, de outro, que simultaneamente atendam critérios sociais. Em outras palavras, estamos nos referindo à madeira certificada, eletrodomésticos com baixo consumo de energia, tintas sem produtos tóxicos, computadores e aparelhos celulares com projetos de utilização de seus componentes pós-consumo, papel reciclado, enfim, objetos frugais do cotidiano que venham e possam atender a equação da sustentabilidade, além daqueles elementos básicos da nossa alimentação que hoje constituem um dos itens mais preocupantes da agenda ambiental global, uma vez que o setor agropecuário é um dos principais consumidores dos recursos naturais do planeta.

Vale lembrar que um dos marcos importantes do movimento ambientalista contemporâneo foi o lançamento do livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, na qual se questionou pela primeira vez o papel dos pesticidas na indústria norte americana. Hoje se constata que os consumidores de maneira geral têm uma consciência clara de que o consumo tem grande impacto no seu bem-estar pessoal, afetando inclusive sua longevidade.

Assim sendo, as decisões relativas ao consumo passaram nas últimas décadas a refletir opções de natureza política, na acepção mais positiva da palavra. Representando essa tendência, há uma migração importante da política tradicional para novos atores sociais, uma vez que os agentes políticos tradicionais não conseguem mais atender as novas demandas da sociedade. Isto não quer dizer que se está abrindo mão da democracia tradicional, ou seja, a representação política nos parlamentos através de eleições, mas sim um processo complementar diante de uma sociedade cada vez mais complexa. Toda vez que vemos alguém vestindo uma camiseta da SOS Mata Atlântica ou de qualquer outra ONG, o que se está fazendo é uma manifestação em favor de uma causa, num mundo em que o cidadão tem dificuldades em ver as suas opções políticas acolhidas na forma e intensidade que as julga merecedoras e necessárias.

Do ponto de vista prático, de efetividade, acredito que a politização do consumo trará benefícios muito claros para o interesse público, à medida que obrigará em última instância o setor empresarial, responsável pela oferta de bens e serviços, a internalizar em sua agenda as demandas do consumidor - estas não mais entendidas exclusivamente como sendo da utilidade última dos bens - incluindo o caráter simbólico do consumo na sociedade de hoje. Por esta razão, iniciativas importantes têm ocorrido no mundo e no Brasil, a exemplo da idéia da construção civil sustentável.

Recente relatório do PNUMA (Buildings and Climate Change - Status, Challenge and Opportunities) demonstrou que edifícios que levam em consideração a eficiência energética podem consumir muito menos energia do que seus similares que não incorporam esta preocupação, o que traz concretamente uma importante constatação: quanto menos energia no uso dos mesmos, menor a necessidade de ampliação ou manutenção da infra-estrutura de energia, ou seja, menos hidroelétricas, usinas nucleares, enfim, menor impacto na natureza.

O mesmo raciocínio se aplica na construção dos mesmos, valendo lembrar o exemplo da areia: a maior parte desse insumo utilizado no país é originária de extração ilegal, deixando de observar a legislação ambiental que exige a recuperação das áreas após o seu esgotamento, de modo que temos como legado enormes cavas a céu aberto, com problemas sérios do ponto de vista da utilização dessas áreas após seu uso.

A idéia da sustentabilidade nesses casos parte do engajamento dos participantes da cadeia produtiva, num processo de negociação permanente, que assegura ao consumidor final o atendimento de certos critérios básicos, que tendem a se tornar cada vez mais rigorosos. No caso da areia, o primeiro requisito a ser exigido pelas construtoras ou adquirentes do insumo deveria ser a legalidade da extração, de modo que com isso aqueles fornecedores que descumprem a legislação estariam excluídos do mercado por força dele mesmo, reforçando assim a ação das autoridades ambientais que notoriamente são incapazes de garantir o cumprimento da lei.

Vamos citar o caso de São Paulo, um dos estados com melhor aparato governamental: a Polícia Ambiental possui dois mil e duzentos policiais militares para fiscalizar os seiscentos e quarenta e cinco municípios paulistas, o que significaria numa conta aritmética menos que quatro policiais por município. Levando-se em conta que o turno médio de trabalho equivale a oito horas, teríamos praticamente um policial ambiental por município, o que evidentemente demonstra a necessidade de estratégias inovadoras para que o uso dos recursos naturais e a conservação ambiental sejam feitos num patamar aceitável, já que num país com os índices de violência que conhecemos torna-se inviável politicamente aumentar o contingente de policiais militares alocados na Polícia Ambiental.

No Brasil, sob liderança do empresário Marcelo Takaoka e dos Professores da Faculdade Politécnica da USP Vanderley John e Orestes Gonçalves, foi criada recentemente uma entidade denominada Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (www.cbcs.org.br), cujos objetivos são, dentre outros, produzir referências técnicas de sustentabilidade e desenvolver metodologias para avaliação da sustentabilidade de serviços e empreendimentos. Embora sediado no Brasil, tal Conselho está se articulando com iniciativas similares no mundo, uma vez que na sociedade globalizada certos padrões tendem a se universalizar positivamente. Tal interação é extremamente importante pelo simples fato de que os mesmos tendem a se transformar num importante fator de pressão sobre os agentes econômicos, valendo citar a pressão exercida sobre marcas importantes no caso de utilização de mão-de-obra infantil ou mesmo escrava.

A importância das construções sustentáveis se denota também através de seu crescente destaque na mídia (vide, mais recentemente, duas publicações da Folha de São Paulo: Construção e decoração verde tipo importação e Por que eles são mais verdes?). Voltando aos exemplos, bastaria que as principais construtoras brasileiras se recusassem a adquirir "areia ilegal" para que pudéssemos coibir definitivamente a extração ilegal da mesma sem a necessidade de mais dispêndio de recursos públicos e de forma a evitar situações geradoras de corrupção na ponta (cobrança de propina para tolerar as ilegalidades...).

O grande desafio da sustentabilidade em termos de Consumo Sustentável está no desenho dos bens e serviços, isto é, na exigência de que os mesmos sejam projetados e planejados de modo que na etapa pós-consumo possamos atender a demanda de reintroduzí-los no ciclo de mercado, sem ou com a menor necessidade possível de utilização de novas matérias-primas ou agregação de mais energia. Para tanto, o que é importante é a consciência de que o planeta possui limites em termos de uso e exploração de seus recursos naturais e quanto a sua capacidade de absorver poluição.

Se até recentemente a necessidade dessa consciência se colocava basicamente na esfera ética, podemos dizer que com os últimos relatórios da ONU estamos diante de uma situação que exige medidas urgentes e imediatas, vez que as conseqüências da ignorância desses limites estão cada dia mais evidentes no cotidiano de cada um de nós. A lição que transcende o aquecimento global é a idéia da existência de limites para a Humanidade como um todo e para cada um de nós enquanto cidadãos do planeta e consumidores, em última instância, de seus recursos naturais. Assistiremos nos próximos dez anos a construção de processos de certificação que irão possibilitar que as nossas escolhas sejam feitas de acordo com critérios que indiquem menor uso de água, energia, produtos químicos, e simultaneamente respeito a imperativos de justiça social.

(*)

Fabio Feldmann é consultor, advogado, administrador de empresas, secretário executivo do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas Globais e de Biodiversidade e fundador da Fundação SOS Mata Atlântica. Foi deputado federal, secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Dirige um escritório de consultoria, que trabalha com questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Veja como fazer saquinho de jornal para o lixo

Dobradura só leva 20 segundos e pode ajudar a reduzir o uso de sacolinhas plásticas em casa
Fonte: INSTITUTO AKATU


Saco é um saco, não é mesmo? Mas como armazenar e tirar o lixo de casa sem a sacolinha plástica do supermercado, da padaria ou da farmácia? Uma saída é usar um único saco na semana em uma lixeira grande, de preferência de plástico reciclado, no qual vai-se acumulando o lixo doméstico, que pode ser recolhido nos diversos lixinhos da casa (cozinha, banheiros...) em embalagens que se decompõem mais rápido que o plástico, tais como papelão ou papel jornal.

O consumidor consciente busca evitar o lixinho-dentro-do-plastiquinho-que-vai-para-a-sacolinha-dentro-de-outra-sacolilnha-maior-jogada-com-outras-sacolinhas-dentro-do-saco-preto-grande. Por que não jogar tudo direto no saco preto e evitar essa cadeias de sacolinhas dentro de sacolinhas? Cada brasileiro consome em média 800 saquinhos plástico por ano ou quase 153 bilhões de sacolinhas no país inteiro. Se fosse um pedaço único de plástico, daria para cobrir todo o Estado do Rio de Janeiro ou mais da metade de Santa Catarina.

O plástico é feito de petróleo, portanto aumenta o aquecimento global, leva centenas de anos para se degradar na natureza e, descartado errado, vai entupir bueiros e tubulações de esgoto provocando enchentes. No lixão ou aterro sanitário, por impedir a circulação de gases, também atrapalha a degradação de outros materiais.

Um boa dica é recolher os pequenos lixinhos da casa em sacolinhas de jornal. Você aproveita para reciclar o jornal velho e ainda reduz o uso do plástico. Veja como fazer. O passo-a-passo dessa dobradura circula pela internet e o Akatu recebeu por email de um consumidor consciente, passe adiante.

1) Você pode usar uma, duas ou até três folhas de jornal juntas, para que o saquinho fique mais resistente. Começa com um quadrado, então faça uma dobra para marcar, no sentido vertical, a metade da página da direita e dobre a beirada dessa página para dentro até a marca. Você terá dobrado uma aba equivalente a um quarto da página da direita, e assim terá um quadrado.











2) Dobre a ponta inferior direita sobre a ponta superior esquerda, formando um triângulo, e mantenha sua base para baixo.








3) Dobre a ponta inferior direita do triângulo até a lateral esquerda.








4) Vire a dobradura "de barriga para baixo", escondendo a aba que você acabou de dobrar.








5) Novamente dobre a ponta da direita até a lateral esquerda e você terá a seguinte figura:









6) Para fazer a boca do saquinho, pegue uma parte da ponta de cima do jornal e enfie para dentro da aba que você dobrou por último, fazendo-a desaparecer lá dentro.








7) Sobrará a ponta de cima que deve ser enfiada dentro da aba do outro lado, então vire a dobradura para o outro lado e repita a operação.








8) Se tudo deu certo, essa é a cara final da dobradura:








9) Abrindo a parte de cima, eis o saquinho!








10) É só encaixar dentro do seu cestinho e substituir o saco plástico.




















Pode parecer complicado vendo as fotos e lendo as instruções, mas faça uma vez seguindo o passo a passo e você vai ver que depois de fazer um ou dois você pega o jeito e a coisa fica muito muito simples. Daí é só deixar vários preparados depois de ler o jornal de domingo!

Acompanhe a campanha “Saco é um Saco” no www.akatu.org.br

Guia Caixa Selo Casa Azul


"Produzido por uma equipe que reuniu especialistas da USP, UFSC e UNICAMP – em sua maioria associados do CBCS -, como suporte ao Selo Casa Azul de Construção Sustentável da Caixa , o Manual apresenta 53 estratégias para mitigar os impactos ambientais e maximizar os benefícios sócias da construção habitacional, de execução simples nas condições de mercado brasileira, a maioria economicamente viáveis mesmo em projeto s de habitação popular. Um grande diferencial é o guia para estabelecimento da agenda ambiental do empreendimento, que facilita a otimização da solução das realidades locais e do projeto."

Fonte: CBCS - Conselho Brasileiro de Construção Sustentável

domingo, 19 de setembro de 2010

A farra dos sacos plásticos

Fonte: Ambientebrasil * Por André Trigueiro

O Brasil é definitivamente o paraíso dos sacos plásticos. Todos os supermercados, farmácias e boa parte do comércio varejista embalam em saquinhos tudo o que passa pela caixa registradora.

O Brasil é definitivamente o paraíso dos sacos plásticos. Todos os supermercados, farmácias e boa parte do comércio varejista embalam em saquinhos tudo o que passa pela caixa registradora. Não importa o tamanho do produto que se tenha à mão, aguarde a sua vez porque ele será embalado num saquinho plástico. O pior é que isso já foi incorporado na nossa rotina como algo normal, como se o destino de cada produto comprado fosse mesmo um saco plástico. Nossa dependência é tamanha, que quando ele não está disponível, costumamos reagir com reclamações indignadas.

Quem recusa a embalagem de plástico é considerado, no mínimo, exótico. Outro dia fui comprar lâminas de barbear numa farmácia e me deparei com uma situação curiosa. A caixinha com as lâminas cabia perfeitamente na minha pochete. Meu plano era levar para casa assim mesmo. Mas num gesto automático, a funcionária registrou a compra e enfiou rapidamente a mísera caixinha num saco onde caberiam seguramente outras dez. Pelas razões que explicarei abaixo, recusei gentilmente a embalagem.

A plasticomania vem tomando conta do planeta desde que o inglês Alexander Parkes inventou o primeiro plástico em 1862. O novo material sintético reduziu os custos dos comerciantes e incrementou a sanha consumista da civilização moderna. Mas os estragos causados pelo derrame indiscriminado de plásticos na natureza tornou o consumidor um colaborador passivo de um desastre ambiental de grandes proporções. Feitos de resina sintética originadas do petróleo, esses sacos não são biodegradáveis e levam séculos para se decompor na natureza. Usando a linguagem dos cientistas, esses saquinhos são feitos de cadeias moleculares inquebráveis, e é impossível definir com precisão quanto tempo levam para desaparecer no meio natural.

No Complexo do Alemão, plásticos não biodegradáveis se juntam ao lixo nas ruas.

No caso específico das sacolas de supermercado, por exemplo, a matéria-prima é o plástico filme, produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa densidade (PEBD). No Brasil são produzidas 210 mil toneladas anuais de plástico filme, que já representa 9,7% de todo o lixo do país. Abandonados em vazadouros, esses sacos plásticos impedem a passagem da água - retardando a decomposição dos materiais biodegradáveis - e dificultam a compactação dos detritos.

Essa realidade que tanto preocupa os ambientalistas no Brasil, já justificou mudanças importantes na legislação - e na cultura - de vários países europeus. Na Alemanha, por exemplo, a plasticomania deu lugar à sacolamania. Quem não anda com sua própria sacola a tiracolo para levar as compras é obrigado a pagar uma taxa extra pelo uso de sacos plásticos. O preço é salgado: o equivalente a sessenta centavos a unidade.

A guerra contra os sacos plásticos ganhou força em 1991, quando foi aprovada uma lei que obriga os produtores e distribuidores de embalagens a aceitar de volta e a reciclar seus produtos após o uso. E o que fizeram os empresários? Repassaram imediatamente os custos para o consumidor. Além de anti-ecológico, ficou bem mais caro usar sacos plásticos na Alemanha.

Na Irlanda, desde 1997 paga-se um imposto de nove centavos de libra irlandesa por cada saco plástico. A criação da taxa fez multiplicar o número de irlandeses indo às compras com suas próprias sacolas de pano, de palha, e mochilas. Em toda a Grã-Bretanha, a rede de supermercados CO-OP mobilizou a atenção dos consumidores com uma campanha original e ecológica: todas as lojas da rede terão seus produtos embalados em sacos plásticos 100% biodegradáveis. Até dezembro deste ano, pelo menos 2/3 de todos os saquinhos usados na rede serão feitos de um material que, segundo testes em laboratório, se decompõe dezoito meses depois de descartados. Com um detalhe interessante: se por acaso não houver contato com a água, o plástico se dissolve assim mesmo, porque serve de alimento para microorganismos encontrados na natureza.

Mau exemplo: lixão em SP recebe 250 toneladas por dia.

Não há desculpas para nós brasileiros não estarmos igualmente preocupados com a multiplicação indiscriminada de sacos plásticos na natureza. O país que sediou a Rio-92 (Conferência Mundial da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente) e que tem uma das legislações ambientais mais avançadas do planeta, ainda não acordou para o problema do descarte de embalagens em geral, e dos sacos plásticos em particular.

(...)

É preciso declarar guerra contra a plasticomania e se rebelar contra a ausência de uma legislação específica para a gestão dos resíduos sólidos. Há muitos interesses em jogo. Qual é o seu?

* jornalista André Trigueiro é redator e apresentador do Jornal das Dez, da Globonews, desde 1996. Na Rádio Viva Rio AM (1180 kwz ), Trigueiro apresenta o programa Conexão Verde, de segunda a sexta. Nele, aborda temas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. O jornalista é pós-graduado em Meio Ambiente pela MEB COPPE/UFRJ (2001).

Empresa quer lançar biocombustível de microalgas no Brasil até 2015

por Fernanda Dalla Costa
REVISTA SUSTENTABILIDADE

A empresa Algae Biotecnologia anunciou que pretende lançar comercialmente no Brasil, dentro de 5 anos, um biocombustível a base microalgas, destinado ao mercado da aviação. O projeto piloto está sendo preparado para ter início em 2013.

O anúncio foi feito no 1° Seminário Microalgas, que aconteceu recentemente em São Paulo, realizado pela própria Algae Biotecnologia, empresa que cultiva microalgas no Brasil. A Algae integra o Grupo Ecogeo, que inclui empresas de remediação ambiental, mercado de carbono e energias renováveis.


Ainda não existe um indústria de biocombustíveis a base de microalgas no Brasil e a Algae está reunindo conhecimentos e tecnologias para iniciar um projeto piloto dentro de três anos.

Segundo o engenheiro agrônomo Sérgio Goldemberg, gerente técnico da empresa, a expectativa é que o biocombustível esteja pronto para entrar no mercado em cinco anos.

As microalgas são microorganismos cultivados inicialmente em reatores onde são alimentadas por nutrientes e CO2 para que sua população dobre a cada dois dias. O resultado é uma grande quantidade de biomassa rica em óleo que pode ser extraído e transformado em biodiesel e bioquerosene para aviação.

Além de serem matéria-prima para a fabricação de biocombustíveis, esses microorganismos pode contribuir para a mitigação do efeito estufa, já que assimilam o CO2 da atmosfera por meio da fotossíntese e seu cultivo pode aproveitar os subprodutos de atividades agrícolas como substrato.

Atualmente, seis pessoas trabalham nos laboratórios da empresa, e em breve mais seis realizarão pesquisas no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos (CCA- UFSCar), buscando maneiras de integrar o cultivo de microalgas com usinas de açúcar e álcool.

“O cultivo de microalgas pode ser integrado a usinas de açúcar e álcool, com a utilização de subprodutos da produção do etanol, como a vinhaça. Esta integração permite a economia de insumos fósseis para a produção de biodiesel de microalgas”, destaca Reinaldo Bastos, professor do Centro de Ciências Agrárias, da Universidade Federal de São Carlos.

A biomassa bruta originada nos cultivos de microalgas pode ser utilizada como substrato para biodigestores gerando biogás e biofertilizantes ou na alimentação animal, já que o material contém proteínas, explicou Sérgio Goldemberg, gerente técnico da Algae Biotecnologia.

Esses microorganismos também podem ser usados no tratamento de águas residuais de processos industriais, como a desintoxicação biológica e remoção de metais pesados.

“O cultivo de microalgas integrado às Estações de Tratamento de Efluentes ajuda na despoluição”, afirmou o pesquisador Paulo Vagner dos Santos, da Universidade de São Paulo (USP).

A Algae Biotecnologia nasceu em 2007 e participou do Programa New Ventures, do World Resources Institute em conjunto com a Fundação Getúlio Vargas, que possibilitou a sua fusão ao Grupo EcoGeo.

Com a fusão, que aconteceu em 2009, a Algae Biotecnologia registrou um investimento de R$6 milhões, sendo que desse montante 20% foram recursos da própria empresa, 40% do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os outros 40% da Agência Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

1° Seminário Microalgas

O 1° Seminário Microalgas teve como propósito reunir pesquisadores e divulgar as possibilidades tecnológicas e econômicas do uso dessa matéria-prima como a produção de biocombustíveis, as possibilidades tratamento de efluentes e a retirada carbono da atmosfera.

Durante o encontro, que reuniu pesquisadores de universidades brasileiras e estrangeiras, Maria Ghirardi, professora da Colorado School of Mines falou sobre os avanços obtidos no Laboratório Nacional de Energias Renováveis (NREL, sigla em inglês), instituição norte-americana considerada uma das pioneiras em pesquisas com microalgas para produção de biocombustíveis.

A busca por energia alternativa têm sido uma constante em muitos países e segundo a professora, nos EUA as pesquisas com microalgas têm como objetivo a produção de hidrogênio.

“O gás hidrogênio oferece grandes vantagens por ser renovável, ter uma combustão limpa, já que seu único resíduos é a água e principalmente porque sua produção não concorre com a agricultura”, disse a professora.

Nota do editor: Essa matéria foi atualizada com informações sobre a Algae Biotecnologia e suas pesquisas.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Impactos da Construção

Fonte: CBCS - Conselho Brasileiro de Construção Sustentável

Com a participação de cerca de 15% do PIB, o setor possui impacto ambiental e social compatíveis com seu tamanho.
Os impactos ambientais são importantes e variados:

A construção e a manutenção da infra-estrutura do país consomem até 75% dos recursos naturais extraídos, sendo a cadeia produtiva do setor a maior consumidora destes recursos da economia.

A quantidade de resíduos de construção e demolição é estimada em torno de 450 kg/hab.ano ou cerca de 80 milhões de toneladas por ano, impactando o ambiente urbano e as finanças municipais. A este total devem ser somados os outros resíduos industriais formados pela da cadeia.

Os canteiros de obras são geradoras de poeira e ruído e causam erosões que prejudicam os sistemas de drenagem.

A construção causa a diminuição da permeabilidade do solo, mudando o regime de drenagem, causando enchentes e reduzindo as reservas de água subterrânea.

A utilização de madeira extraída ilegalmente, além de comprometer a sustentabilidade das florestas representa séria ameaça ao equilíbrio ecossistêmico.

A cadeia produtiva da construção contribui para a poluição, inclusive na liberação de gases do efeito estufa, como CO2 durante a queima de combustíveis fósseis e a descarbonatação de calcário e de compostos orgânicos voláteis, que afetam também os usuários dos edifícios.

A preocupação com a contaminação ambiental pela lixiviação de biocidas e metais pesados de alguns materiais vem crescendo.

A operação de edifícios no Brasil é responsável por cerca de 18% do consumo total de energia do país e por cerca de 50% do consumo de energia elétrica.

Os edifícios brasileiros gastam 21% da água consumida no país, sendo boa parte desperdiçada.

Veja mais

Por quê sustentabilidade na Construção

Fonte: CBCS - Conselho Brasileiro de Construção Sustentável

As atuais práticas de produção adotadas pelas empresas da construção civil necessitam de ajustes imediatos para que o setor possa contribuir adequadamente para o desenvolvimento sustentável do país. São comuns, ainda, processos artesanais nas frentes de trabalho, uso de matérias-primas sem manejo sustentável e a aplicação de produtos industrializados desconsiderando os aspectos de conservação de água, energia e a necessária redução de resíduos e desperdícios.

A pressão social por uma melhor qualidade de vida das populações nas cidades e no campo e a grande apreensão internacional em relação aos impactos ambientais decorrentes das atividades humanas, estimulam os agentes setoriais a repensarem seus procedimentos e a buscarem alternativas que propiciem a continuidade de suas atividades em um ambiente de desenvolvimento sustentável e de preservação do ambiente natural e sua biodiversidade.

É nesse contexto que algumas das mais importantes lideranças da construção brasileira unem-se para a criação deste Conselho Brasileiro da Construção Sustentável - o CBCS, com a decisão de integrar, definitivamente, a construção brasileira nos preceitos de responsabilidade social, proteção ambiental e desenvolvimento econômico sustentável.

O CBCS tem por objetivo promover a melhoria dos padrões de produção e a difusão dos conceitos de sustentabilidade entre os agentes setoriais, de modo a viabilizar a redução de impactos ambientais e sociais decorrentes das suas atividades. O CBCS pretende reunir referências técnicas, compilar tecnologias e estimular a colaboração permanente entre universidades, institutos de pesquisa, formadores de opinião, empresas,entidades empresariais e da sociedade civil, em ações de âmbito nacional e internacional.

domingo, 12 de setembro de 2010

Cidades Inovadoras

Fonte: Site CIDADES INOVADORAS

Desde 2004, o Sistema FIEP debate formas de estimular o desenvolvimento econômico e social do Estado para dar sustentação ao avanço do setor industrial, pois o crescimento da indústria de maneira inovadora e sustentável está intimamente associado à evolução do ambiente onde está inserida. Todo o esforço gerou diversos projetos e ações que, em 2010, foram condensados no Programa Cidades Inovadoras: uma iniciativa do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná, com know how do Centro Internacional para Formação de Atores Locais (CIFAL) e do Instituto de Promoção do Desenvolvimento (IPD).

O objetivo é estimular a transformação de ambientes urbanos em espaços propícios à inovação, à criatividade e à criação de empresas e negócios sustentáveis por meio de um conjunto de ações e soluções.

Participe. Faça parte do debate sobre o futuro de sua cidade e passe essa ideia pra frente. O resultado será um Brasil mais justo, próspero e com melhores índices de desenvolvimento.

Estradas Mais Verdes

Rod. dos Bandeirantes é refeita com asfalto ecológico

A concessionária responsável pelas obras apresentou hoje, dia 10 de setembro, o primeiro trecho da Rodovia dos Bandeirantes que foi reconstruído com pavimento reciclado e asfalto-borracha. Até 2011, a empresa pretende recuperar, de forma ecológica, 600 km da rodovia


Mônica Nunes/Débora Spitzcovsky
Planeta Sustentável - 10/09/2010

Em 2010, a Rodovia dos Bandeirantes foi eleita a melhor do país, pela quinta vez consecutiva, pelo Guia Quatro Rodas, da Editora Abril, e, hoje, dia 10 de setembro, a Rodovia ganhou mais um título para comemorar: o de uma das mais ecológicas do Brasil.

Isso porque a concessionária CCR Autoban, que administra o sistema paulista Anhanguera-Bandeirantes desde 1998, inaugurou hoje o primeiro trecho da rodovia recuperado de forma ecológica: uma das camadas estruturais da pista foi reconstruída com pavimento reciclado e o revestimento da superfície foi feito com asfalto-borracha, produzido a partir de pneus velhos.

Parte do processo de reciclagem do pavimento usado para reconstruir o trecho – localizado entre os km 85 e 78, da pista sentido capital – ainda foi feito no próprio canteiro de obras da rodovia, em uma “usina móvel”, diminuindo as emissões por transporte. O asfalto velho foi retirado da pista, triturado e enriquecido com cimento e pó de pedra no próprio local e ,depois, reaplicado.

De acordo com a CCR Autoban, a operação reciclou 450 mil pneus – que levam cerca de 600 anos para se decompor – e o equivalente a 36 piscinas olímpicas cheias de asfalto velho, reduzindo a quantidade de resíduos produzidos nas obras de recuperação da Rodovia. Ainda segundo a concessionária, o novo asfalto não traz, apenas, benefícios ambientais para a cidade: o pavimento ecológico gera menos ruídos e maior aderência dos pneus, além de ser mais durável, o que proporciona mais segurança e conforto aos motoristas que transitam pela rodovia.

Até 2011, a CCR Autoban pretende recuperar, de forma ecológica, 600 km de pistas da Rodovia dos Bandeirantes, a partir do investimento de R$ 82 milhões.

Estação Resgate



Mineração Sustentável
Reciclagem de Resíduos da Construção Civil

O grande impacto ambiental causado pela extração de matérias primas, bem como a falta de locais licenciados e adequados para a recepção do grande volume de resíduos gerados pelo setor da construção e demolição e dos demais setores, nos levou a criar a ESTAÇÃO RESGATE, unidade recicladora de RCD-Resíduos da Construção e Demolição, onde não só seria possível a construtora encaminhar seus resíduos em menor quantidade, para ser triado e combinado com resíduos semelhantes de outras construtoras, somando um volume que torne o transporte, a logística e a destinação mais baratos, como também seria possível agregar valor a melhorar alguns resíduos recebidos ( por meio de triagem e alterações físicas), para vendê-los ao mercado da construção. Com a Mineração Sustentável, os resíduos da construção e demolição (RCD) ganham utilidade e ainda geram benefícios socioambientais.

Site: www.estacaoresgate.com.br

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Educando Cantando


Foto: Marco e Rogério Gobbo - Apresentação no municipio de Sorocaba/SP Parceria Empresa Veolia

Espetáculo contemporâneo, onde o tema central é Meio Ambiente e agrega artes integradas (música, teatro de mãos, fantoches e sessão de cinema) em uma apresentação interativa e participativa, sendo que durante 60 minutos, as crianças não só assistem, mas interferem com suas opiniões, participando ativamente das improvisações sugeridas pelos músicos, que conduzem um espetáculo envolvente, cultural e extremamente educativo.

Esse trabalho inédito e inovador auxilia na construção da cidadania e na preservação do meio ambiente, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da presente e das futuras gerações!

A trajetória iniciou-se no ano de 2003, após uma apresentação na cidade de Campos do Jordão - SP, no auditório Cláudio Santoro, onde em um encontro entre grupos de 3º Idade e do Projeto Guri, os irmãos Marco e Rogério Gobbo apresentaram um show musical interativo, que reuniu músicas de compositores consagrados e composições inéditas da dupla.

Devido à ótima aceitação do público participante, os compositores foram incentivados a realizarem um trabalho direcionado ao meio ambiente, nascia então o Educando Cantando, que até então, era um CD contendo músicas que abordam temas socioambientais!

Este CD foi produzido em parceria com a Fundação Cultural Cassiano Ricardo no município de São José dos Campos-SP alcançando o número de 10.000 cópias reproduzidas em parcerias e distribuídas gratuitamente a educadores do Vale do Paraíba (Cone Leste Paulista).

Foram iniciados, após as parcerias, dois projetos pilotos para desenvolvimento de atividades práticas, sendo que o primeiro realizado no Bairro rural do Ribeirão Grande em Pindamonhangaba-SP com a escolinha de futebol, deu origem a um caderno de atividades que é utilizado em oficinas pedagógicas com professores da educação Infantil e do ensino Fundamental.

O segundo Projeto Piloto foi realizado no Programa Escola da Família no município de Caçapava-SP onde foi desenvolvida uma apresentação direcionada ao meio ambiente e tem como instrumento didático artes integradas como a música, teatro de mãos, fantoches e sessão de cinema interativa.

Participou nos anos de 2007, 2008 e 2009 do Festival de Vídeo Amador da ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária Ambiental), sendo premiado nos dois anos, com vídeos apreentados sobre o tema resíduo sólidos.

Após as premiações recebidas por meio de uma produção independente, confeccionou o primeiro DVD contendo video-clipes didáticos que foram utilizados em oficinas pedagógicas juntamente com o CD e o caderno de atividades!

No início do ano de 2008 realizou sua primeira parceria com atividades práticas no Programa Semente do Amanhã da cidade de Guaratinguetá SP, onde foram beneficiados 400 educadores do ensino fundamental e mais de 6.000 alunos da rede municipal.

Após essa intensa e importante parceria as apresentações passaram pelas cidades paulistas da Serra da Mantiqueira Campos do Jordão, São Bento do Sapucaí e Santo Antonio do Pinhal, em parceria com o Comitê das Bacias Hidrográficas da Serra da Mantiqueira. Em Pindamonhangaba SP a parceria se firmou com a Secretaria de Educação, assim como nas cidades de Lagoinha, São Luiz do Paraitinga e Natividade da Serra, região próxima ao Parque Estadual da Serra do Mar.

Apresentou atividades e palestras nas cidades de Santos na UNISANTA, no Encontro Estadual do Comitê de Bacias Hidrográficas em Avaré-SP no Hotel Berro d água; na FATEA de Lorena - SP e ainda na cidade de Sorocaba-SP na semana do meio ambiente em parceria com a Empresa VEOLIA Sistemas Ambientais.

Atualmente, o Educando Cantando esta finalizando as atividades em parceria com o DMATUC (Departamento de Meio Ambiente, Turismo e Cultura) da Prefeitura de Taubaté - SP, onde desde o mês de fevereiro se apresenta em parques da cidade e nas unidades escolares da educação Infantil e do ensino Fundamental.

Fonte: www.educandocantando.palcomp3.com