quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Tons da Natureza


A mandioca vai virar bandeja

Empresa do interior de São Paulo desenvolve tecnologia para produzir recipientes biodegradáveis, feitos a partir da fécula da raiz
EDUARDO SAVANACHI




As tradicionais bandejas de isopor, usadas para embalar frutas e legumes, podem estar com os dias contados. Pouco ecológicas e responsáveis por um importante passivo ambiental, elas agora têm um concorrente à altura. Pelo menos é isso que garante o empresário Cláudio Rocha Bastos. Engenheiro de formação, depois de passar por várias empresas desse setor, ele decidiu investir em um negócio próprio e identificou no setor de embalagens uma boa oportunidade de aliar meio ambiente e bons negócios. Há oito anos ele fundou a empresa CBPack e desde então vem desenvolvendo a tecnologia para produzir bandejas feitas a partir da fécula da mandioca, um material renovável e biodegradável. Agora, Bastos garante que o produto está pronto para ser comercializado. "Para colocar esse tipo de produto no mercado era preciso ter escala industrial, equipe própria de pesquisa e desenvolvimento e ter patente do produto. Hoje temos todos esses aspectos."

A técnica consiste em transformar a fécula de mandioca em um composto e a partir desse material produzir as bandejas, que, de acordo com Bastos, se decompõem em até 180 dias. "A bandeja tem uma ótima resistência e as mesmas especificações de uma bandeja de isopor", ressalta.


MULTIUTILITÁRIO: novo produto parece isopor, mas é biodegradável

Para desenvolver a tecnologia foram investidos cerca de R$ 2 milhões. Hoje, a capacidade da fábrica, localizada em São Carlos (SP), é para 400 mil bandejas por mês e, embora a comercialização ainda seja incipiente, o plano é aumentar a capacidade já no próximo ano. "Nossa previsão é investir R$ 5 milhões até o final de 2009 para produzir dois milhões de bandejas/mês". Parte desses recursos deve vir do BNDES Par, que, no ano passado comprou 35% de participação na empresa por R$ 1,9 milhão e disponibilizou empréstimo de R$ 2,3 milhões. "Embalagem é um item importante do ponto de vista ambiental, pois produz muito resíduo. Com um produto feito a partir de matéria-prima renovável e biodegradável, você faz uma cadeia ecossustentável", diz o empresário. Ele afirma que o único empecilho da tecnologia é o preço. "O custo é cerca de duas vezes maior em comparação com as bandejas feitas de isopor, mas isso vai ser reduzido à medida que tivermos uma produção em escala maior."




sábado, 20 de agosto de 2011

Ciclo Sustentável Philips

A Philips acredita que agir de maneira Sustentável é assumir responsabilidade pelas gerações futuras e pensar no ciclo completo dos produtos, desde sua produção até o final de sua vida útil.

Em março de 2010, foi lançado o programa Ciclo Sustentável Philips, onde você, consumidor, retorna o produto para descarte, fechando um ciclo responsável e auxiliando no descarte adequado de eletroeletrônicos.

A partir de novembro de 2010, lançamos o programa de logística reversa de Pilhas e Baterias, projeto inserido no programa Ciclo Sustentável Philips. Equipamos quase 100 de nossas assistências em todo o território nacional com displays coletores de Pilhas e Baterias portáteis. Essas urnas são próprias para evitar vazamentos. A Philips passa, então, a disponibilizar diversos pontos de coleta pelo país (além dos pontos próprios, também os de parceiros – fabricantes e varejo), onde você pode encaminhar suas pilhas e baterias após seu fim de vida útil. As pilhas e baterias recolhidas em nossos pontos de coleta serão encaminhadas à destinação ambientalmente adequada.

Além de reforçarmos nossa responsabilidade pós-consumo, esse projeto está em conformidade com a resolução CONAMA 401 e com a lei 12.305 (Política Nacional de Resíduos Sólidos).

Porque não descartar suas pilhas e baterias exauridas, ou produtos que as contenham, no lixo comum?
As pilhas e baterias são compostas por diversos materiais (como os metais) que garantem sua funcionalidade, como lítio, níquel, cobre, zinco, mercúrio, cádmio e chumbo. Esses componentes podem ser nocivos ao entrar em contato com o meio ambiente, contaminando solo, água e, consequentemente, as pessoas. Hoje, com o avanço tecnológico, as pilhas e baterias de procedência reconhecida possuem baixos níveis de metais nocivos, ou muitas vezes só existem traços desses metais. Mesmo assim, é muito importante que as pilhas e baterias usadas não sejam descartadas no lixo doméstico, e sim encaminhadas à destinação ambientalmente adequada. O consumidor tem um papel muito importante nesse Ciclo, ao devolver as pilhas e baterias que não mais utiliza.

Como participar?
Leve a um posto credenciado todas as pilhas e baterias usadas ou inservíveis ou os aparelhos eletrônicos Philips que possuam pilhas e baterias em seu interior, após seu fim de vida.

Encontre um posto de coleta próximo de você e colabore com o Programa Ciclo Sustentável Philips! Seja um consumidor agente de mudança!



Fonte: http://www.sustentabilidade.philips.com.br/

Programa Cidades Sustentáveis




"Uma caminhada de milhares de quilómetros começa sempre com um primeiro passo."
LAO TZU

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Arquitetura bioclimática aplica sustentabilidade a construções de baixo custo


Projeto de casas de baixo padrão criado pelo escritório 24.7 Arquitetura para o concurso da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) l Imagem: 24.7 Arquitetura

Por Thaís Teisen - Redação CicloVivo

O conceito de arquitetura bioclimática busca minimizar os impactos da construção civil no meio ambiente. Através do estudo das condições climáticas locais, os projetos são pensados para oferecer conforto térmico em todas as estações do ano.

“A arquitetura é uma atividade da construção civil que é conhecida como a atividade dos 40, por consumir 40% dos recursos, por emitir 40% dos gases poluentes e por consumir 40% da energia que a gente produz”, explica o arquiteto especializado em bioclimatismo, Giuliano Pelaio, acrescentando que este é um número do qual ele não quer fazer parte.

Através de um projeto bem elaborado, de acordo com as necessidades do morador e das condições locais, é possível minimizar esses percentuais e também oferecer maior qualidade de vida a quem irá habitar o empreendimento.

Pelaio explica que “a arquitetura bioclimática está muito ligada a três grandes fatores: tem que ser capaz de gerar, acumular e transmitir o calor no inverno e o frescor no verão”. Além disso, essas construções precisam considerar a otimização de recursos e materiais, a diminuição do consumo energético e ser uma estrutura com baixos índices de manutenção durante a sua vida útil.

Ao contrário das certificações, que normalmente elevam os custos das construções, a arquitetura bioclimática pode ser aplicada em construções de todos os padrões, sem custos adicionais. “De 80% a 90% da sustentabilidade de uma edificação provém de decisões de projeto, que não custam mais nada”, explica o arquiteto, que ainda não concorda totalmente com as certificações, por não haver nenhum selo que leve em consideração a realidade climática brasileira em sua totalidade.

O projeto de casas de baixo padrão criado pelo escritório 24.7 Arquitetura, do qual Pelaio é sócio, para o concurso da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), prova que é possível construir de maneira sustentável e econômica.

No projeto as casas são pensadas considerando todos os conceitos do bioclimatismo, aliado também ao design contemporâneo e particularidades que permitem a personalização das casas, fato inovador no que diz respeito às casas populares. “O intuito é permitir que as casas tenham a identidade dos moradores. Isto é diversidade de tipologia e eleva a qualidade das habitações”, explica o arquiteto.

As residências serão equipadas com placas solares usadas para o aquecimento de água, que é uma tecnologia muito eficiente e economicamente viável. Outro diferencial é a aplicação de telhados verdes, que colaboram para o conforto térmico, juntamente com outras questões estruturais que permitem melhor circulação do ar.

O escritório 24.7 Arquitetura é o responsável pelo desenvolvimento de um bairro sustentável na cidade de Campo Mourão, no Paraná. A proposta é criar um modelo de cidade compacta, com mescla de usos e atividades. Assim, os moradores poderão contar com toda a infraestrutura necessária para satisfazerem suas necessidades. Até as ruas foram planejadas para facilitar a locomoção das pessoas e principalmente incentivar o uso das ciclovias.

O projeto de Campo Mourão faz parte do programa “Minha Casa, Minha Vida”, por isso as residências serão comercializadas com valor médio de R$ 100 mil. Isso mostra que é possível produzir com qualidade e com um preço acessível, levando em conta a responsabilidade social.

Segundo Pelaio, o exemplo de Campo Mourão foi pensado para uma realidade específica, mas o seu conceito pode ser replicado em qualquer lugar do mundo.

Tons da Natureza


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Cimento Transparente: Inovação para construções mais sustentáveis

Por: Vanessa Mendes Argenta

Não dá pra falar em arquitetura sustentável sem falar sobre os novos materiais de construção: a pesquisa nas universidades e nas indústrias vem gerando inovações nas composições dos materiais, agregando funções e características antes inimagináveis para os produtos!

Um belo exemplo disso, que vai abrir a série sobre materiais inovadores, é o cimento transparente.



O cimento transparente foi criado pelo arquiteto italiano Giampaolo Imbrighi em parceria com a empresa Italcementi. O i.light® (nome oficial do produto) é um painel de concreto com pequenos orifícios, distantes entre dois e três milímetros, que são preenchidos com resina.

Isso possibilita 20% de transparência, possibilitando muita economia de energia elétrica nas edificações. Esse painel pode ser usado nos fechamentos de paredes (substituindo a alvenaria), no piso, escadas, terraços ou como elemento decorativo.

O i.light® ainda é um produto conceitual, mas que já vem sendo aplicado em alguns edíficios institucionais italianos, como o pavilhão da Itália na Expo Shangai 2010. Seu custo é um pouco maior que os painéis de concreto comuns, mas bem menor que os painéis de fibra ótica, que ainda gastam energia elétrica.



Veja mais em: O i.light®






Brasil e China terão cooperação em energia renovável

Alana Gandra - Agência Brasil - 28/07/2011

A cooperação firmada entre o Brasil e a China, por meio do Centro China-Brasil de Mudança Climática e Tecnologias Inovadoras para Energia, poderá resultar em benefícios para o Brasil especialmente na área de energias renováveis, disse o diretor de Tecnologia e Inovação da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), Segen Estefen. Ele participou de seminário realizado ontem (27) pelo Centro China-Brasil, na Cidade Universitária, no Rio de Janeiro.

O Centro China-Brasil é fruto de parceria entre a Coppe e a Universidade de Tsinghua, principal universidade chinesa na área de engenharia. O centro tem por objetivo formular estratégias e ações para subsidiar decisões dos dois governos nas áreas de energia e de meio ambiente.

Segen Estefen declarou que o Brasil e a China têm características comuns em termos de discussões sobre as emissões de gases poluentes, o que abre um espaço de convergência na atuação dos dois países, "o que é positivo para o Brasil". Ele destacou que em relação às tecnologias renováveis, sobretudo, em que a China vem exercendo preponderância nos últimos anos, em função do baixo custo de produção, são grandes as oportunidades de transferência de tecnologia para o Brasil, principalmente em torres dos aerogeradores, na parte de energia eólica (dos ventos), e também nos painéis solares, com destaque para o fotovoltaico.

"Nesse contexto, a Coppe busca uma parceria, na qual nós poderíamos contribuir no avanço dessas tecnologias mas, ao mesmo tempo, trabalhar as tecnologias para a realidade brasileira, para que elas sejam mais eficientes para as condições do Brasil". A Coppe deve assinar nos próximos dias um acordo com uma grande empresa chinesa fabricante de aerogeradores, "dentro da possibilidade de o Brasil tropicalizar esses equipamentos", disse.

Outro projeto em andamento, que prevê a permanência de dois pesquisadores da Coppe na China pelo período de 60 dias, trata da produção de biocombustíveis, com ênfase no biodiesel. "Nós usaríamos palma para a fabricação de biodiesel, que é uma tecnologia que os chineses desenvolveram com a Dinamarca e nós queremos também adequar para a realidade brasileira".

De acordo com Segen Estefen, a ideia é trabalhar com os chineses naquilo em que eles estão desenvolvidos, mas sempre voltado para a aplicação no Brasil. Avaliou que o país deve aproveitar a dinâmica de crescimento econômico da China "e tentar tirar algum benefício, e não confrontar a capacidade deles de produção". Segundo o diretor da Coppe, dificilmente, o Brasil poderá concorrer com os chineses em termos de produção. "Mas podemos contribuir para o aprimoramento da tecnologia e dividir com eles a propriedade de alguns desenvolvimentos tecnológicos".

A cooperação bilateral entre a Coppe e a Universidade de Tsinghua poderá resultar, na prática, em transferência de tecnologia brasileira para a China e chinesa para o Brasil. "Um dos objetivos é esse. Mas não só transferir. É nós acharmos alguns pontos de convergência onde a experiência nossa possa se agregar à experiência deles".

Apesar dos chineses estarem mais avançados em tecnologia para energia solar e eólica, o país asiático poderá se beneficiar da tecnologia da Coppe, que desenvolve um trabalho de geração de energia a partir de ondas e marés. Estefen disse que os chineses reconhecem também a supremacia brasileira na tecnologia para produção de petróleo em águas profundas. Estudantes chineses estão trabalhando com pesquisadores na Coppe nessa área.

"O que nós queremos é que esse centro em Tsinghua seja aglutinador de iniciativas que nós tenhamos com outras universidades da China". Estefen assegurou que o Brasil não pode ficar alheio ao que ocorre na China. "A China hoje é um vetor muito importante na ordem mundial. E quem não estiver de certa forma interagindo com a China, tende a ficar alienado desse movimento mundial".

sábado, 13 de agosto de 2011

Prédios que Respiram



Inovação inspirada na pele humana busca construções mais eficientes e sustentáveis

Neste artigo o destaque é para a invenção de um grupo de engenheiros, arquitetos e biólogos da Universidade da Pensilvânia (EUA): a pele arquitetônica.

Ainda em estudos, a pele arquitetônica tem como proposta funcionar como a pele de nosso corpo: flexível, sensível, regulando a temperatura interna de acordo com o ambiente externo, gerando conforto e aumentando a eficiência energética da edificação.



Através de algoritmos computacionais, os cientistas estão estudando células vivas e sua capacidade de modificação com gasto mínimo de energia para adaptar suas formas a tecidos artificiais (desenho bio-mimético) que possam recobrir um edifício todo. Assim a edificação poderá responder automaticamente a fatores ambientais, como temperatura externa, umidade, radiação solar e luz. Seria como um organismo vivo!

A multidisciplinaridade dos estudos científicos e o uso de desenhos, estruturas e sistemas inspirados na natureza são a grande esperança para termos uma arquitetura viva, bioclimática, integrada ao ambiente, gerando conforto aos usuários e gastando pouca energia.

Fonte: http://www.coletivoverde.com.br/

Vinicola Antinori


Composição Acertada

Reportagem: Giuliana Capello
Arquitetura e Construção - Junho/2011

Na Vinícola Antinori, o projeto leva essa premissa ao extremo. Em obra na região das colinas de Chianti, entre Florença e Siena, na Itália, o prédio assinado pelo arquiteto Marco Casamonti, sócio do escritório Studio Archea, se mimetiza à natureza local. "Não faria sentido projetar um edifício que consome pouca energia e, portanto, oferece menor impacto ambiental se essa condição não fosse precedida por uma visão menos agressiva também em relação ao seu entorno", defende Marco.

Nesse caso, essa intenção resultou numa construção de cinco pavimentos, com quatro deles subterrâneos, e uma cobertura verde para abrigar parte do vinhedo. Além de ecológica, a proposta traz outra vantagem - embaixo da terra, a temperatura se mostra ideal para manter os vinhos climatizados. Nem sempre, porém, esse alto grau de interação com o cenário é a melhor solução. Às vezes, a saída está numa arquitetura marcante. "Quando o lugar está degradado, transformar a paisagem pode ser benéfico", diz Nelson Dupré, autor de projetos de recuperação de edifícios históricos em São Paulo.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Brasil terá primeira escola com certificação sustentável



O colégio público Erich Walter, no RJ, está em processo final de auditoria para receber a certificação Leed Schools, que atesta a sustentabilidade de instituições de ensino em todo o mundo. A escola será a primeira do Brasil a receber o selo e servirá de modelo para outros 40 colégios do país. No mundo, há apenas 120 escolas certificadas, a maioria nos EUA

Débora Spitzcovsky
Planeta Sustentável - 06/05/2011
Atualizada em 19/05/2011

*A inauguração do colégio Erich Walter foi adiada para 20 de maio.


O Brasil está prestes a ter sua primeira escola com certificação de sustentabilidade: no bairro de Santa Cruz, na cidade do Rio de Janeiro, será inaugurado neste sábado, 7 de maio*, o Colégio Estadual Erich Walter, que está em processo final de auditoria para receber o selo Leed Schools de certificação ambiental.

Concedido pelo GBC - Green Building Council*, no Brasil, o selo Leed já foi conferido a 120 escolas no mundo - 118 ficam nos EUA, uma na Noruega e outra em Bali -, mas nunca no Brasil. Esta realidade, no entanto, está prestes a mudar: segundo a GBC, o processo de auditoria da escola pública Erich Walter deve ser finalizado em até cinco meses, dando ao colégio o título de primeira instituição de ensino do Brasil a receber certificação Leed Schools.

Entre as características da escola que contribuíram para a certificação, estão:
- área para armazenagem de lixo para reciclagem;
- sistema de reaproveitamento de água da chuva;
- painéis solares para geração de energia limpa;
- bicicletário e vagas especiais para veículos de baixa emissão;
- pavimentação permeável;
- telhado verde;
- iluminação com lâmpadas LED;
- revestimento com baixos índices de compostos orgânicos voláteis;
- equipamentos de ar condicionado eficientes e
- acessibilidade a alunos com necessidades especiais, com portas mais largas, pisos táteis, rampas com pouca inclinação e inscrições em braile.

O projeto, desenvolvido pelo escritório Arktos - Arquitetura Sustentável, ainda poderá servir de modelo para outras 40 escolas públicas do país, que pretendem entrar com pedido de certificação na GBC-Brasil.