sexta-feira, 27 de março de 2009

Cidades pelo mundo preparam-se para a Hora do Planeta



Cidades apagarão suas luzes de Norte a Sul do Brasil

A Hora do Planeta 2009 reunirá milhões de pessoas em parques, ruas, praças e casas em todo o mundo para assistir ao apagar das luzes e transmitir sua mensagem contra as mudanças climáticas.

Em Sydney, onde em 2007 aconteceu a primeira Hora do Planeta, todas as balsas do famoso porto da cidade anunciarão com seus apitos o início do evento na Austrália. Enquanto isso, em Melbourne, na praça Federation Square, haverá um concerto com um gerador movido a pedaladas.

Do outro lado do globo, em cidades da Europa, ocorrerão concertos e festas. Na Grécia, por exemplo, os moradores de Atenas se reunirão na Acrópole e receberão instrumentos de percussão para tocarem sob a regência de um maestro, quando as luzes forem desligadas.

No centro de Oslo, voluntários aceitaram o desafio de pedalar para gerar energia e acender lâmpadas, enquanto habitantes de Lisboa jantarão ao ar livre e à luz de velas.

Segundo o diretor executivo da Hora do Planeta, Andy Ridley, esta iniciativa é mais do que um apelo pelo combate ao aquecimento global. “A Hora do Planeta é uma oportunidade para que a comunidade mundial se expresse em uníssono sobre a questão das mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, se reúna para celebrar uma coisa que todas as pessoas têm em comum: o planeta”, declarou Ridley.

Participação nacional

No Brasil, mais de 22 cidades aderiram oficialmente à esta manifestação, promovida pela WWF, abragendo desde o Sul do país, com Porto Alegre, até cidades do Amazonas, contando ainda com Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, entre muitas outras.

Em Brasília, os monumentos que terão suas luzes apagadas são o Congresso Nacional, Catedral, Conjunto Cultural da República, Teatro Nacional, ministérios e iluminação pública da Esplanada. Outro ícone da cidade que pela primeira vez ficará desligado durante uma hora é o letreiro do Conjunto Nacional de Brasília, o shopping mais antigo da cidade, que também aderiu ao movimento.

São Paulo apagará a Ponte Estaiada, o Monumento às Bandeiras, o Viaduto do Chá, o estádio do Pacaembu, o Teatro Municipal, o Obelisco, o estádio do Morumbi e o Parque do Ibirapuera.

Manaus apagará as luzes do famoso Teatro Amazonas, enquanto o Grupo Imbaúba, no local. O show traz utilizará uma fonte de energia alternativa e ecologicamente correta. Todos os instrumentos e demais equipamentos de som e iluminação serão municiados com energia fotovoltaica, gerada a partir do sol.

No Rio de Janeiro, serão apagados o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, o Parque do Flamengo e a orla de Copacabana, que terá a segurança reforçada pelas autoridades competentes, além do Jockey Club.

Engajamento dos pequenos

Pequenas cidades também se engajaram. Como Jumirim, no Interior de São Paulo. Ali, seus 2500 habitantes serão convidados para uma hora de meditação na Câmara municipal, a luz de velas, sobre as questões ecológicas e as mudanças climáticas.

Já a cidade de Reserva de Cabaçal, no Mato Grosso, resolveu participar da Hora do Planeta de forma inusitada: além de apagar as luzes de prédios públicos e da Praça da Matriz entre 20h30 e 21h30 do dia 28 de março, a prefeitura decidiu suspender o fornecimento de água por 24 horas, a partir do dia 27.

A idéia, segundo a prefeitura, é fazer com que as pessoas passem a valorizar a água e reflitam sobre como é conviver com sua falta, o maior bem da região. Cabaçal é conhecida como Cidade das Águas, em razão de inúmeras nascentes e cachoeiras que a cercam.

Você pode acompanhar as notícias sobre a Hora do Planeta, no site oficial do movimento.

A HORA DO PLANETA



A Hora do Planeta é um ato simbólico no qual governos, empresas e a população de todo o mundo são convidados a demonstrar sua preocupação com o aquecimento global e as mudanças climáticas. O gesto simples de apagar as luzes por sessenta minutos, possível em todos os lugares do planeta, tem o significado de chamar para uma reflexão sobre o tema ambiental.

Conhecido mundialmente como Earth Hour, a Hora do Planeta será promovida no País pela primeira vez pelo WWF-Brasil e conta com a adesão e apoio do Rio de Janeiro , a primeira cidade brasileira a aderir à iniciativa.

Em 2009, a Hora do Planeta será realizada no dia 28 de março, das 20h30 às 21h30, e pretende contar com a adesão de mais de mil cidades e 1 bilhão de pessoas em todo o mundo. Mais de 170 cidades de 62 países já confirmaram sua adesão à Hora do Planeta.

Realizada pela primeira vez em 2007, a Hora do Planeta contou com a participação de 2,2 milhões de moradores de Sidney, na Austrália. Já em 2008, o movimento contou com a participação de 50 milhões de pessoas, de 400 cidades em 35 países. Simultaneamente apagaram-se as luzes do Coliseu, em Roma, da ponte Golden Gate, em São Francisco e da Opera House, em Sidney, entre outros ícones mundiais.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Programa Madeira é Legal


No dia 18 de março, será lançado o Programa Madeira é Legal, uma iniciativa do Governo do Estado, Governo Municipal, IPT, Sinduscon, WWF e entidades apoiadoras. O CBCS Conselho Brasileiro de Construção Sustentável é um dos signatários do termo de cooperação que visa combater o uso da madeira ilegal no setor da construção civil , um dos principais consumidores de madeira.

O CBCS tem como objetivo induzir o setor da construção a utilizar práticas mais sustentáveis que venham melhorar a qualidade de vida dos usuários, dos trabalhadores e do ambiente que cerca as edificações. Neste sentido, defende a necessidade do uso racional e sustentável da madeira na construção civil, minimizando os impactos na extração, beneficiamento, utilização e destinação de resíduos. O uso racional deve considerar aspectos como qualidade; durabilidade; evitar desperdícios, quer seja na sua fabricação, quer na sua utilização; e o uso de produtos para preservação da madeira que não causem danos ao meio ambiente e à saúde humana.

Durante o evento também será lançado a segunda edição do Manual: Madeira, Uso Sustentável na Construção Civil elaborado pela SVMA / IPT e SindusCon-SP e o Manual elaborado pelo WWF com orientações para a compra de madeira de origem legal e madeira certificada.

Participarão do evento o Prefeito Gilberto Kassab, o Secretário de Meio Ambiente do Estado Xico Graziano, o Secretário de Meio Ambiente da Cidade de São Paulo Eduardo Jorge e representantes das entidades signatárias.

O evento de lançamento do Programa Madeira Legal é gratuito e será realizado no Centro Cultural São Paulo (próximo a Estação Vergueiro do Metrô), das 10h30 às 13horas.

Inscrições: http://www.anggulo.com.br

terça-feira, 10 de março de 2009

1º Workshop Conversa Sustentável


No dia 9 de Maio de 2009 será realizado no Hotel Blue Tree Tower Morumbi - Convention Center, o 1º Workshop Conversa Sustentável, uma iniciativa do Blog Conversa Sustentável que vem recebendo solicitações de seus leitores para que se amplie a discussão do tema através de encontros presenciais.

O evento foi estruturado em dois grandes painéis onde os participantes poderão debater com os palestrantes sobre sustentabilidade, gestão, tecnologia e varejo. Promovido pela empresa Conversa Sustentável, o workshop terá suas emissões de CO2 neutralizadas através do plantio de árvores.

Publico alvo: profissionais, gerentes, consultores, empresários, líderes de associações profissionais, estudantes, fundações, instituições e entidades de classe que desejam incorporar os temas em suas práticas de gestão.

Para saber mais visite o site: http://www.conversasustentavel.com.br/

terça-feira, 3 de março de 2009

...

A natureza não é para nós, ela é uma parte de nós.
Toda natureza faz parte de nossa família terrena.

domingo, 1 de março de 2009

A força curativa da ecologia interior

Por Leonardo Boff

"Em tempos de crise como o nosso, procuramos fontes de inspiração lá onde estiverem. Uma delas é a ecologia interior. Para avaliar sua relevância precisamos conscientizar o fato de que nossa relação para com a Terra, pelo menos nos últimos séculos, está baseada em falsas premissas éticas e espirituais: antropocentrismo, negação do valor intrínseco de cada ser, dominação da Terra, depredação de seus recursos. Tais premissas produziram o atual estado doentio da Terra que repercute na psiqué humana.

Assim como existe uma ecologia exterior, existe também ecologia interior feita de solidariedade, sentimento de re-ligação com o todo, cuidado e amorização. Ambas as ecologias estão ligadas umbilicalmente. É o que se chama de psicologia ambiental ou, na expressão de E. Wilson, de biofilia. Sua base não é só antropológica mas também cosmológica. Pois o próprio universo, segundo renomados astrofísicos como Brian Swimme entre outros, teria uma profundidade espiritual. Ele não é feito do conjunto dos objetos mas da teia de relações entre eles, fazendo-os sujeitos que trocam entre si informações e se enriquecem.

A partir da ecologia interior, a Terra, o sol, a lua, as árvores, as montanhas e os animais não estão apenas ai fora, mas vivem em nós como figuras e símbolos carregados de emoção. As experiências benfazejas ou traumáticas que tivermos feito com estas realidades deixaram marcas profundas na psiqué. Isso explica a aversão a algum ser ou afinidade com outro.

Tais símbolos fundam uma verdadeira arqueologia interior, cujo código de decifração constituíu uma das grandes conquistas intelectuais do século XX com Freud, Jung, Adler, Lacan, Hillmann e outros. No mais profundo, consoante C.G. Jung, brilha o arquétipo da Imago Dei, do Absoluto. Ninguém melhor que Viktor Frankl trabalhou esta dimensão que ele chama de inconsciente espiritual e os modernos de mystical mind ou ponto Deus no cérebro. Esse inconsciente espiritual, em último termo, é expressão da própria espiritualidade da Terra e do universo que irrompe através de nós porque somos a parte consciente do universo e da Terra.

É essa profundidade espiritual que nos faz entender, por exemplo, esta exemplar atitude ecológica dos indígenas Sioux dos EUA. Eles se deleitam, em algumas festas rituais, com certo tipo de feijão. Este cresce fundo no solo e é de difícil coleta. Que fazem os Sioux? Aproveitam-se então dos estoques que uma espécie de rato das pradarias da região faz para seu consumo no inverno. Sem essa reserva correriam sério risco de morrer de fome. Ao tomar seus feijões, os indígenas Sioux têm clara consciência de que estão rompendo a solidariedade com o irmão rato e que o estão roubando. Por isso, fazem comovente oração: "Tu, ratinho, que és sagrado, tenha misericórdia de mim. Tu és, sim, fraco, mas forte suficiente para fazeres o teu trabalho, pois forças sagradas se comunicam contigo. Tu és também sábio, pois a sabedoria das forças sagradas sempre te acompanham. Que eu possa ser também sábio em meu coração para que esta vida sombria e confusa seja transformada em permanente luz". E como sinal de solidariedade, ao retirar o feijão, deixam em seu lugar porções de toucinho e de milho. Os Sioux sentem-se unidos espiritualmente aos ratos e à toda a natureza.

Este espírito de mútua pertença urge ressuscitar porque o perdemos pelo excesso de individualismo e de competição que subjazem à crise atual.

O sistema imperante exaspera o desejo de ter à custa de outro mais fundamental que é o de ser e o de elaborar a nossa própria singularidade. Este demanda capacidade de opôr-se aos valores dominantes e de viver ideais ligados à vida, ao seu cuidado, à amizade e ao amor.

A ecologia interior também chamada de ecologia profunda (deep ecology), procura acordar o xamã que se esconde dentro de cada um de nós. Como todo xamã, podemos entrar em diálogo com as energias que trabalham na construção do universo há 13,7 bilhões de anos.

Sem uma revolução espiritual será difícil sairmos da atual crise que exige um novo acordo com a vida e com a Terra. Caso contrário, seguiremos errantes e solitários."