sexta-feira, 22 de abril de 2011

Bairro em Transição

Fonte: Revista Bons Fluidos - Maio / 2011

A Vila Brasilândia, na cidade de São Paulo, acaba de se tornar a primeira área de baixa renda no mundo a fazer parte do movimento Transition Towns ou Cidades em Transição, criado pelo inglês Rob Hopkins, para transformar cidades em modelos mais sustentáveis e menos dependentes do petróleo. Catorze países participam de mais de 300 iniciativas em cidade se bairros. Com 240 mil habitantes e 110 favelas, a rasilândia já envolveu 30% da população nas diversas ações que integram o movimento: hortas comunitárias, mutirões de revitalização de praças, cursos de culinária, aulas de ioga e dança, feiras de troca e até uma panificadora. "As ações mostram a força que essas áreas tem para a mudança", afirma Monica Picavea, superintendente da Fundação Stickel, organizadora da iniciativa.

TT Brasilândia - www.fundaçãostickel.org.br

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Economia de Baixo Carbono, Verde ou Sustentável?

EcoDebate
artigo de Newton Figueiredo

No Fórum Mundial de Sustentabilidade ocorrido em Manaus, o Workshop intitulado “Descarbonização da Economia”, realizado em 25/03/11, com o objetivo de discutir essa questão sob o ponto de vista da sustentabilidade, no Brasil, teve a participação de mais de 100 pessoas (o Fórum como um todo recebeu mais de 700) que tiveram a oportunidade de ouvir o Professor Paul Younger, Presidente do Comitê Científico Global do Planet Earth Institute e Diretor do Newcastle Institute for Research on Sustainability e o empresário Roberto Klabin, Presidente da SOS Mata Atlântica.

O Workshop teve ainda o patrocínio da Nossa Caixa Desenvolvimento que apresentou suas linhas de financiamento para projetos de sustentabilidade das empresas.

O Professor Paul Younger fez uma exposição conceituada e precisa, apontando o seguinte em relação à origem das emissões e suas conseqüências:

1) Globalmente, as emissões estão totalizando algo como 38 bilhões de toneladas de C02 equivalente por ano;

2) A média mundial individual de emissões é estimada em 5,87 toneladas por pessoa por ano (t/p/a);

3) O Brasil encontra-se abaixo da média mundial com um consumo de 5,4 t/p/a;

4) Os grandes emissores de CO2 são os países da Organização para a Cooperação Econômica (OECD) que emitem, em média, mais do dobro da média mundial, com 13,8 t/p/a;

5) Um dos motivos para essas emissões elevadas é o consumo de energia per capita desses países. A média mundial de demanda de energia é da ordem de 2kW por pessoa (kW/p). Na União Européia esse índice está por volta de 6kW/p e nos EUA de 12kW/p; e

6) Que não há dúvida de que as emissões artificiais de CO2 contribuem para o aquecimento global e que suas consequências socioeconômicas serão sentidas, predominantemente, nos países em desenvolvimento.

Com base nos dados claríssimos apresentados pelo Professor Younger ficou evidente, como primeira conclusão, que a OECD deveria assumir, urgentemente, um papel de coordenação para que haja um efetivo comprometimento de seus membros para traçar um plano para a redução das emissões geradas e a mitigação de seus efeitos, para o bem da humanidade.

O Professor Younger chegou a listar o que pode ser feito pelos grandes países emissores para alcançar uma economia de baixo carbono:

– Substituir combustíveis fósseis (incluindo nuclear) por renováveis;

– Aumentar a eficiência na queima de combustíveis fósseis;

– Aumentar a eficiência no uso das energias, independentemente de sua fonte;

– Incorporar estratégias de mitigação de emissões de CO2.

A segunda conclusão a que os participantes do Workshop chegaram foi a de que existem inúmeras formas dos países da OECD buscarem a redução de suas emissões para combater o aquecimento global.

A terceira conclusão foi a de que um esforço brasileiro nesse sentido teria um efeito positivo de aumento de produtividade e competitividade na indústria, comércio e logística, e de redução em poluição nas cidades, mas teria efeito pequeno perto do esforço que necessita ser feito pelos países da OECD.

O professor Paul Younger chegou a quantificar quanto custaria o esforço, especialmente, pelos países da OECD, para estabilização da quantidade de CO2 em 500 ppm (atualmente estamos em 392 ppm e antes da globalização estávamos em 280 ppm):

· Segundo o Relatório Stern, publicado originalmente em 2006 e revisado em 2008, este custo estaria ao redor de 2% do PIB mundial, o que equivaleria a 1/8 do que os países da OECD gastam com saúde.

Ele mostrou que países como Noruega, Suécia, Dinamarca, Islândia e Alemanha têm dado bons exemplos de que é possível traçar planos e reduzir suas emissões. Com base nos dados e nas evidências, chegou-se a quarta conclusão de que é perfeitamente possível para os países da OECD fazerem um trabalho de redução de suas emissões para combater o aquecimento global. Falta a vontade política de fazê-lo, possivelmente alimentada por capitais socialmente irresponsáveis.

Sobre o Brasil, o Professor Paul Younger registrou o papel claro de liderança do país com sua experiência em bioetanol para o transporte e pela sua grande capacidade hídrica, finalizado sua explanação expondo, em sua visão, que o grande desafio para nosso país estará em encontrar o equilíbrio do desenvolvimento com metas ambientais e a eliminação da pobreza.

Assim, refletindo e complementando essas primeiras conclusões do Workshop sobre descarbonização da economia, é válido destacar que:

1) O Brasil tem que concentrar seus esforços no corte de emissões via desmatamentos;

2) Os planos de redução de emissões brasileiros devem focar em melhoria da qualidade de vida para as populações urbanas, já que muito em breve teremos 80% de nossa população morando em cidades (poluição – ar, solo e água, permeabilidade do solo, controle de enchentes, urbanização sustentável…) e na preservação das nascentes e das matas ciliares;

3) As empresas brasileiras, operando em território nacional, devem concentrar seus esforços no sentido de melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas por suas atividades e buscar melhorar seus processos produtivos visando aumento de competitividade com responsabilidade socioambiental. A quantificação de suas emissões é algo secundário, a menos que esteja ligada a questões de poluição;

4) Nós brasileiros devemos encontrar nosso próprio caminho nos desapegando do jargão midiático importado: termo “Economia de Baixo Carbono” se aplica, perfeitamente, como nos mostrou o Professor Younger, aos países da OECD. A chamada “Economia Verde” tem seus adeptos focando as questões ambientais e deixando de lado o nosso grande problema de marginalização de boa parcela de nossa sociedade.

5) Nós brasileiros precisamos encontrar nosso próprio caminho para formularmos uma política de “Economia Sustentável” que leve à eliminação da miséria e à preservação dos interesses do nosso desenvolvimento com nossos excepcionais patrimônios relativos às seguranças alimentar, de energia e de água.

Newton Figueiredo é fundador e presidente do Grupo SustentaX, que desenvolve, de forma integrada, o conceito de sustentabilidade ajudando as corporações a terem seus negócios mais competitivos e sustentáveis, identificando para os consumidores produtos e serviços sustentáveis e desenvolvendo projetos de sustentabilidade para empreendimentos imobiliários.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Brasil não deverá ter nenhum lixão em atividade até 2014

Assim como deverá ser no Brasil, até 2014, Portugal não possui nenhum lixão em atividade. Um ótimo exemplo para o Brasil, no momento em que acaba de ser criado o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos (c) e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa. Em palestra no II Fórum Internacional e Expo de Logística Reversa CLRB, ocorrido na última quinta-feira (24) na capital paulista, o representante da Packaging Recovery Organisation Europe (Pro Europe), o português Luis V. Martins, apresentou os detalhes do trabalho da entidade para o cumprimento das “Diretivas Européias”, válidas para os Estados membros da comunidade, desde 1994, além dos planos futuros e metas alcançadas, referentes à reciclagem das embalagens postas à venda no mercado.

A organização tem 170 mil empresas associadas, está presente em 35 países (34 europeus e o Canadá), cuja população total alcança 400 milhões de habitantes e, em 2009, recolheu para o que chamam de “valorização”, 32 milhões de toneladas de embalagens. “Apesar da expressiva quantidade, há um longo caminho a percorrer, já que o total de materiais colocados no mercado é de 600 milhões de toneladas”, afirma o executivo da Pro Europe.

Na segunda fase das diretivas, encerrada em 2008, em que havia sido estabelecida a meta de recolhimento de 55% de todas as embalagens em circulação, o desempenho de cada país foi bastante diferente, mas a maioria alcançou resultado bastante positivo. O melhor índice foi registrado na Bélgica (80% da meta). Chipre, Romênia e Polônia tiveram os desempenhos mais baixos.

O executivo da Pro Europe citou algumas mudanças ocorridas em sua terra natal, desde a introdução das Diretivas Europeias. “Em Portugal, até 1997, existiam 300 lixões nos cerca de 320 municípios do país. Hoje, não há nenhum em atividade, e todos os resíduos recolhidos são descartados em três centrais de incineração.” Essa informação é bastante relevante, porque a PNRS determina, entre várias outras diretrizes, que, a partir de 2014, todos os lixões no Brasil sejam extintos.

Para o secretário do Ministério do Meio Ambiente, o cidadão é a base fundamental da PNRS. E com o intuito de se instituir uma responsabilidade compartilhada que o Governo Federal está discutindo uma campanha nacional de educação ambiental. “Se a população não for parte integrante e ativa a política não entrará em prática”, esclarece Silvano Silvério Costa.

No que tange os pontos empresariais, o secretário também afirma que não tendo o acordo setorial, dentro dos prazos estipulados, o Governo toma para si esta questão. Mas abranda, pontuando que todos estão trabalhando ao máximo para que o acordo atenda aos envolvidos de forma plena.

Prova disso, segundo o Costa, é o Programa Pro Catador, que viabiliza a inclusão dos catadores na cadeia da logística reversa. “Temos um Comitê Interministerial para pensar na capacitação e melhorias das cooperativas e dos catadores” finaliza o secretário.

Já o analista de políticas industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Wanderley Baptista, afirma que em dois meses a indústria apresentará os processos até então desenhados para a PNRS. Além disso, apresentou o status de cada um dos setores: agrotóxicos, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas, eletroeletrônicos, embalagens de resíduos perigosos e embalagens em geral.

Os cases apresentados no II Fórum, também movimentaram os participantes esclarecendo dúvidas, fluxos e processos que já estão no mercado, com bons resultados. Entre eles, os Correios (tema: logística reversa de pós-venda), Pão de Açúcar (busca da excelência logística e sustentabilidade), TGestiona (novas soluções de logística reversa de produtos eletrônicos), Totvs (tecnologia de informação na logística reversa), Philips (logística reversa de eletrônicos) Chame o Gênio (assistência técnica de eletrônicos no varejo), Associquim e Sindiquim (programa de responsabilidade na distribuição), Inpev (logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas), e Oxil (manufatura reversa de eletrônicos).

O encerramento ficou com a apresentação da pesquisa inédita “Hábitos de Logística Reversa no Brasil 2011”, realizada pelo CLRB - Conselho de Logística Reversa do Brasil, que entre outros aspectos abordou que 60%, das 71 empresas respondentes, possuem um índice de retorno dos produtos de pós-venda entre 5 % e 10% do total de sua produção, sendo que cerca de 10% aponta um índice maior que 10% de retorno. Já o custo deste retorno sobre as vendas dos produtos, para 55% dos pesquisados, foi de 1% a 5% e para 30% das empresas está entre 5% e 10%.

Além disso, a pesquisa conclui que empresas participantes estão conscientes da oportunidade de competitividade através da logística reversa, seja pela redução de custos, diferenciação no mercado, satisfação de clientes ou pelo reforço de imagem corporativa ou de marca. “Porém, as respostas indicam que as ações de diversas naturezas estão ainda aquém das expectativas em muitas empresas”, garante Paulo Roberto Leite, presidente do CLRB. O executivo também afirma que, segundo a pesquisa, é baixo o domínio de processos e informações sobre a logística reversa dentro das empresas. “Como consequência percebe-se muitas oportunidades de melhorias, e, portanto de ganhos”, finaliza Leite.

Fonte: CicloVivo

Você pode tornar sua cidade mais segura tuitando

A Rede de Cidadãos Inovadores é uma proposta de mobilização social no Twitter para relatar problemas de segurança nas cidades

Os cidadãos saem de casa para resolver seus assuntos pessoais e, por onde passam, podem se deparar com situações negativas. Seja uma rua mal iluminada, um patrimônio público depredado ou uma zona conhecida por haver furtos.

A Rede de Cidadãos Inovadores parte do pressuposto de que esses indivíduos, que transitam diariamente pela cidade, são os mais aptos para identificar os problemas locais. Trata-se de uma ação de mobilização em prol da segurança pública que, para funcionar, depende unicamente dos cidadãos.

Quando presenciamos um problema nas vias públicas, é muito difícil, senão impossível, resolvê-lo sozinhos. Mas podemos agir compartilhando essa informação com quem tem meios de solucioná-lo.

Como participar

Quando você vir algo errado na sua cidade, principalmente em questão de segurança, poste no seu Twitter. Para esta mensagem ser localizada pelos órgãos aptos a resolver o problema, você deve incorporar duas hashtags.

A primeira é #redeci (sigla para Rede de Cidadãos Inovadores), que vai indicar a natureza do seu tweet. Essa hashtag deixará claro que você é um cidadão fazendo uma denúncia. Possibilitará, assim, que sua mensagem seja rastreada por instituições parceiras.

A outra hashtag deve apontar o local da ação. Use a abreviação da sua cidade. Por exemplo: #cwb, #sp, #rj, #poa, #bh etc.

Se você tuitar usando as duas hashtags, já estará participando da Rede de Cidadãos Inovadores.

Redeci

A Rede de Cidadãos Inovadores é uma iniciativa de membros da Rede Global de Cidades Inovadoras (Redeci).

A Redeci é uma rede distribuída de pessoas interessadas em inovações urbanas. Ela foi criada em março de 2010, durante a I Conferência Internacional de Cidades Inovadoras (CICI 2010). Atualmente, sua plataforma virtual (http://redeci.ning.com) reúne mais de mil membros.

Saiba mais sobre a Rede de Cidadãos Inovadores:
http://redeci.ning.com/page/conheca-a-rede-de-cidadaos

Inscreva-se no grupo de discussão 'Segurança' da Redeci:
http://redeci.ning.com/group/seguranca