segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Aquecimento custará 1 ano de crescimento ao Brasil

GLOBAL FORUM AMÉRICA LATINA
Fonte: Folha de S. Paulo, por Rafael Garcia



Em 2050, cada cidadão brasileiro perderá de R$ 534 e R$ 1.600 de sua renda anual por causa da mudança climática, indica um estudo feito por 11 instituições de pesquisa. A redução no PIB nacional será de 0,5% a 2,3%, o equivalente a perder um ano de crescimento.

O trabalho, divulgado nesta terça-feira (24), mostra que Norte e Nordeste tendem a ser mais afetados pelo aquecimento global daqui a quatro décadas, e que o aumento das desigualdades sociais e regionais será o legado mais cruel da crise do clima no país.

Coordenado pelos economistas Jacques Marcovitch, da USP, Sérgio Margulis, do Banco Mundial, e Carolina Dubeux, da Coppe/UFRJ, com financiamento do governo britânico, o estudo "Economia do Clima" pôs o problema em perspectiva nacional pela primeira vez.

Ele é inspirado no Relatório Stern, o primeiro grande cálculo do impacto da mudança climática na economia global, feito em 2006.

Para chegar aos valores finais, os pesquisadores aglutinaram estimativas de perdas econômicas como a da agropecuária, que sofrerá mais com secas, e das áreas costeiras, que sofrerão mais com ressacas e o aumento do nível do mar.

O trabalho simula dois cenários de crescimento econômico para Brasil: um baseado em uma economia "limpa", que respeita o ambiente e emite menos CO2, e outro em uma economia suja. O resultado mostra uma solução para o problema expresso há pouco pelo presidente Lula, de que a crise do clima se deve ao fato de que "o mundo é redondo".

"Se o Brasil fizer um esforço muito grande para reduzir a emissão dos gases do efeito-estufa, mas os outros países não fizerem nada, o clima vai mudar aqui de um jeito ou de outro", explica Dubeux. "Só a totalidade dos países pode mitigar a mudança do clima."

Contudo, se o Brasil adotar uma economia mais limpa, sairá ganhando de um jeito ou de outro, pois o modelo ecologicamente correto também é economicamente mais robusto. "O recado é que existe espaço para crescer limpo e crescer firmemente", diz Margulis.

A diferença entre os dois modelos é que o limpo prevê uma ação mais eficiente para conter o desmate, mais investimento em transporte público em detrimento do individual, adoção de uma matriz energética com menos termelétricas, adoção de processos industriais ambientalmente corretos, mais transporte ferroviário de carga contra caminhões e outras medidas.

Foi estipulado também um investimento maior em educação. "É um jeito de simular que a população passa a ter uma maior consciência ambiental", explica o economista.

Na projeção feita pelos pesquisadores, o PIB do país em 2050 seria de R$ 15,2 trilhões, no cenário sujo, contra R$ 15,6 trilhões no cenário limpo. Essa diferença tende a se ampliar muito na segunda metade do século, mas fazer previsões para depois disso envolve muita incerteza, e os cientistas trataram de apenas alguns aspectos nesse segundo período.

Sofrimento desigual

Um dos problemas mais claros é o estresse hídrico, que afeta tanto a agropecuária quanto a geração de eletricidade, principalmente no Nordeste. Nessa região, a bacia do rio Parnaíba, com importantes hidrelétricas, pode perder 90% da vazão até 2100. A capacidade de pastoreio do gado de corte na região pode cair em 25%.

Segundo Margulis, a desigualdade entre regiões no impacto da mudança climática tende a ser agravada por uma desigualdade entre setores. Enquanto a agricultura deve sofrer muito, sobretudo no Centro-Oeste, o setor de serviços -bancos, principalmente- não perderia quase nada.

O novo estudo traça também um panorama das oportunidades em investimentos que ajudem o país a se adaptar à mudança do clima e a minimizar suas emissões de gases-estufa.

Neste segundo item, como esperado, o combate ao desmatamento ganha papel crucial. Segundo Margulis, se pecuaristas na Amazônia recebessem apenas US$ 3 por tonelada de carbono que o desmatamento emite ao abrir pastos, derrubar árvores já não traria compensações para o agronegócio.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Novas Perpectivas

Reportagem sobre "Construção Sustentável" de Giuliana Capello
Revista Arquitetura e Construção - Outubro/2010

Materiais convencionais e baixa tecnologia pode virar passado nas moradias populares brasileiras graças à atuação de alguns estados, além da Caixa Econômica Federal e do programa Minha Casa Minha Vida. São Paulo lidera as frentes de ação. A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) firmou protocolos de cooperação técnica com o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), e deve lançar em breve um plano estadual. No que diz respeito à qualidade arquitetônica, a CDHU e o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) divulgaram no mês passado o resultado do concurso Habitação para Todos. "Os premiados poderão ter seus projetos contratados e isso irá incentivar novas tipologias para casas populares sustentáveis", diz Gil Scatena, assessor da Secretaria de Habitação do Estado de São Paulo. Na categoria edifícios de seis e sete pavimentos, a idéia vencedora é do escritório paulista Estúdio América, em parceria com o colombiano Daniel Bonilla. "Partimos do princípio de que esses conjuntos não devem isolar-se da cidade", ressalta o arquiteto Mario Figueroa, um dos autores da proposta.

sábado, 16 de outubro de 2010

SP é o 1º Estado a aprovar meta de mudança climática

Fonte: Conselho Brasileiro de Construção Sustentável
Texto prevê reduzir emissões de CO2 em 20%; projeto segue para sanção.
Afra Balazina e Alexandre Gonçalves

A Assembléia Legislativa de São Paulo aprovou ontem à noite a Política Estadual de Mudanças Climáticas. A lei prevê que o Estado reduza em 20% suas emissões de gás carbônico (CO2) até 2020, em relação aos níveis de 2005. A cada cinco anos, até 2020, o governo poderá fixar metas intermediárias para atingir o objetivo. O projeto segue para sanção do governador José Serra (PSDB).

Essa é a primeira lei estadual com meta de corte de gases de efeito estufa aprovada no País. A lei municipal de mudança climática, aprovada em junho na capital paulista, tem meta mais ambiciosa: cortar, até 2012, em 30% as emissões de gases-estufa, em relação aos valores verificados em inventário concluído em 2005.

O secretário do Meio Ambiente de São Paulo, Xico Graziano, considerou a aprovação uma vitória e ressaltou que houve oposição do setor industrial à lei, em razão da imposição do corte de CO2, principal gás causador do aquecimento global. Para ele, o Estado saiu na frente dos demais e do governo federal na questão e pode agora ser "copiado". "Agora São Paulo tem uma lei moderna, com compromissos. O Estado não tem medo da agenda de mudança do clima. Entendemos o desafio como oportunidade para construir uma economia verde."

O maior foco do governo para a redução das emissões será o setor de transporte. A lei prevê, por exemplo, a adoção de metas para a implantação de rede metroferroviária, de corredores de ônibus e de um bilhete único para incentivar o uso do transporte público.

O deputado estadual Vaz de Lima (PSDB), líder do governo na Assembleia Legislativa, acredita que o Estado dá um exemplo para o Brasil de como atacar de forma efetiva o problema das emissões. "São Paulo vai levar essa experiência para Copenhague no início de dezembro", afirma Vaz de Lima. Lá acontecerá a conferência do clima da ONU, na qual os países industrializados precisam definir que metas de redução de emissão de gases de efeito estufa adotarão a partir de 2013. Países em desenvolvimento, como o Brasil, não precisam ter metas obrigatórias, mas devem agir para alterar a curva de crescimento das emissões.

A lei estadual também estipula que sejam adotadas metas de eficiência para os diversos setores da economia e que, a cada cinco anos, seja publicado um inventário de emissões discriminado por fontes de emissão. O primeiro deverá ser comunicado até dezembro de 2010.

CONVERSA MOLE

O deputado estadual Adriano Diogo (PT), que já foi secretário municipal do Meio Ambiente em São Paulo, chamou a legislação de clima do Estado de "lei chuchu". "É incolor, inodora e insípida - e muito vaga. Não fala na queima da palha da cana e não acena com a implantação da inspeção veicular nem com a redução da poluição dos combustíveis." Para ele, a lei não passa de "conversa mole". Em sua avaliação, pelo fato de o Estado ainda não ter inventário e não sabe quanto é sua emissão, a meta é vazia.

AÇOES PREVENTIVAS

Meta: Reduzir em 20% as emissões de CO2, relativas a 2005, em 2020. O Executivo pode fixar metas intermediárias a cada cinco anos

Inventário: O Estado deve publicar um inventário das emissões de gases-estufa em dezembro de 2010, que vai nortear as metas

Transporte: Um plano de transporte sustentável deve ser apresentado em até um ano

Licitação: Deve ser organizado um modelo de licitação pública sustentável em até um ano

Adaptação: Deve ser elaborado um plano participativo de adaptação aos efeitos das mudanças climáticas, contemplando catástrofes de origem climática, em até dois anos

Carros: O Estado tornará públicos, em até seis meses, os dados sobre emissões de gases-estufa e outros poluentes dos veículos homologados pelo Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve)

Zoneamento: O governo tem até dois anos para implantar o Zoneamento Econômico Ecológico

Lixo que vira energia

Unaí (MG) experimenta com sucesso a transformação de resíduos em combustível e prevê queimar 100% da coleta diária até 2012



Fonte: Instituto AKATU

Quase tudo vira lixo, e o lixo vira o quê? Com a recém-aprovada Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), grande parte do material jogado fora poderá ser queimado como combustível e se tornar uma nova fonte de energia para o país. Atualmente, o Brasil produz 183,5 mil toneladas de lixo por dia e ainda não dispõe de tecnologia em larga escala para transformar esse lixo em energia elétrica.

Mas a cidade mineira de Unaí já vem experimentando com sucesso o uso do lixo na geração de energia e, até o fim de 2011, deve queimar 100% do lixo coletado diariamente, acabando com o aterro sanitário local.

Pelo Projeto Natureza Limpa, a prefeitura implantou em parceria com um empresário local uma miniusina de carbonização do lixo. O processo ainda não produz energia elétrica, mas transforma o lixo em combustível para as siderúrgicas do Estado e matéria prima para indústrias químicas.

Na miniusina de Unaí, o lixo é depositado em um forno, sem nenhuma separação. O material orgânico e outros combustíveis como plástico viram carvão; produtos de origem mineral não combustível, como vidro, permanecem intactos. Cerca de 90% do material carbonizado são vendidos a siderúrgicas mineiras, e os 10% restantes são usados na fornalha da própria usina. Já os materiais que ficam intactos seguem para a reciclagem.

O chamado chorume, aquele líquido escuro e espesso que sai do lixo se transforma em vapor no forno, mas não volta a poluir o ar. Esse vapor é canalizado para um destilador que expele apenas água e oxigênio. No destilador o vapor de chorume é transformado em quatro subprodutos: óleo vegetal, alcatrão, lignina e água ácida, usados na produção de biodiesel, cosméticos, abrasivos, entre outros.

O sistema mineiro já recebeu a licença ambiental e pode se tornar uma boa opção para fechar os lixões de todo o país. Esse tipo de depósito de lixo não tem nenhum tratamento ambiental e polui ar, água, solo, subsolo e o lençol freático. A Política Nacional de Resíduos Sólidos obriga os municípios a acabarem com os lixões em até quatro anos.

Sérgio Guerreiro, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do Conselho de Pesquisa em Tecnologia de Geração de Energia a Partir de Resíduos (WTERT Brasil), diz que a experiência na Comunidade Europeia deu certo. Em 2009, 60 milhões de toneladas de lixo foram incineradas na Europa.

domingo, 10 de outubro de 2010

10.10.10

A Data 10/10/10 da Humanidade com o Destino é um convite mundial para começar uma nova era de cura planetária, comunidade global e parceria co-criativa com toda a Vida. No poderoso local do National Mall, em Washington, o 10/10/10 convida a Humanidade a começar a nova era, unindo-se para fazer uma visível demonstração histórica e profunda da vontade coletiva em formar a Família Fundadora do Novo Mundo.

Quando fazemos uma pausa por um momento em silêncio...

Quando fazemos a Declaração da Interdependência....

Quando nos declaramos a Família Fundadora do Novo Mundo...

Quando encorajamos a todos para que saibam fazer o mesmo...

Tornamo-nos uma gota que faz inúmeras ondulações...

Isto cria o Novo Mundo.

AJAM – Quanto um maior número de nós nos declararmos como a Família Fundadora – apresentando-se no dia 10/10/10, no Lincoln Memorial, em Washington, em eventos ao redor do mundo, ou até virtualmente - mais visível se torna a nossa disponibilidade coletiva de criar o Novo Mundo. Não é o momento?

Quem somos: 10/10/10. A Data da Humanidade com o Destino é organizada pelo Poder do Um, uma organização de caridade, em colaboração com uma família fundadora de pessoas e de organizações que estão se declarando prontas para co-criar o Novo Mundo. Nossa Missão é inspirar e permitir a ação integrada pelas pessoas e organizações em direção a transformação de uma sociedade global sustentável e pacífica. Atraindo ciências avançadas e a consciência coletiva, desenvolvemos iniciativas, parcerias e colaborações que estimulam a criatividade, o empreendedorismo e modelos inovadores no setor financeiro e nos negócios, a serviço do todo.

Direitos Autorais 2010 Patrícia Diane Cota-Robles
Patrícia Diane Cota-Robles
New Age Study of Humanity's Purpose, Inc.
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