domingo, 26 de dezembro de 2010

Ministérios ganharão reforma para se tornar edifícios "verdes"

Governo tem edital aberto para apresentação de projetos para tornar Esplanada uma avenida de blocos sustentáveis

Fonte: CBCS - Conselho Brasileiro de Construção Sustentável

O governo federal quer transformar todos os prédios da Esplanada dos Ministérios em edifícios sustentáveis. No "Diário Oficial" de hoje, está prevista a prorrogação para 2 de fevereiro da entrega de projetos para construção de prédio anexo e restauração do Bloco K, que abriga o Ministério do Planejamento. O bloco K será o projeto piloto para a reforma geral.

As obras, ainda sem prazo definido, serão tocadas por meio de Parcerias Público-Privadas (PPP)e os empreendedores vencedores das licitações receberão como pagamento do governo terrenos no Distrito Federal, explica Paulo Safady Simão, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). “Queremos trazer os 16 prédios para a modernidade”, afirma ele. A CBIC foi a autora da sugestão de revitalização dos prédios para o governo.

Para Simão, a transformação da Esplanada em um ambiente de edifícios "verdes" seria um grande estímulo para o desenvolvimento da construção civil sustentavel no pais e no mundo.

As reformas deverão manter a aparência externa dos blocos da Esplanada, projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer, mas transformando as dependências internas, que têm mais de 50 anos de construção. “Aqueles prédios são bombas-relógio”, diz Simão, referindo-se à estrutura elétrica e outras precariedades dos blocos, construídos para a inauguração de Brasília, em 1960.

Nos itens chamados “sustentáveis”, os arquitetos poderão sugerir, por exemplo, estratégias de reuso de água e eficiência energética, e alterações como implantação de vidros que retêm raios solares e ajudam a não aquecer o ambiente ou tintas laváveis, que reduzem a necessidade de novas pinturas. “São coisas relativamente simples”, diz Simão.

Além de reformados os 16 blocos, está prevista a construção de sete prédios anexos desenhados inicialmente por Niemeyer, que não foram devidamente construídos na Esplanada na construção da Brasília. O bloco K, por exemplo, será o primeiro a receber um anexo construído.

Nas contas de Simão, a revitalização de cada bloco já construído custará cerca de R$ 60 milhões, a construção de prédios anexos, quando necessário, vai custar por volta de R$ 140 milhões. Os projetos, porém, deverão prever contrato para serviços de manutenção, operação de infraestrutura e gerenciamento dos imóveis por 15 anos, o que custaria algo superior a R$ 100 milhões também, prevê Simão.

Nessa conta, que prevê 16 revitalizações – com nome técnico de retrofitagem -, mais 16 contratos de manutenção e construção de sete novos prédios anexos, o total seria de cerca de R$ 3,5 bilhões para revitalização total da Esplanada dos Ministérios.

Os valores exatos, porém, deverão constar das propostas que serão apresentadas pelos grupos interessados até o dia 2 de fevereiro. Entre os escritórios interessados, estaria o do próprio arquiteto Oscar Niemeyer.

O projeto escolhido vai estruturar o termo de referência da PPP Esplanada Sustentável. Os documentos para apresentação de propostas de pessoas físicas ou jurídicas estão no site exclusivo do Comitê Gestor de PPP do Ministério do Planejamento.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Veja lança edição especial sustentável



O leitor de VEJA, a terceira maior revista de informação semanal do mundo em circulação, ganha a partir de hoje, 18 mais uma edição especial, desta vez, verde.

Em continuidade ao sucesso do ano anterior, a revista traz novamente uma edição sustentável, porém, com muito mais novidades, mostrando ao leitor todas as questões ambientais em discussão.

A Revista Veja abordará o esforço feito pelas pessoas para serem sustentáveis em casa, e como as empresas e indústrias têm se comportado diante do atual cenário, englobando quais as vantagens de exercerem ações que protegem e valorizam o meio ambiente.

Além disso, a revista trará matérias sobre os carros elétricos e sua presença no dia-a-dia dos consumidores, decisões sobre as mudanças climáticas das Nações Unidas no COP 10, realizado recentemente em Nagoya (Japão). E ainda, quais são as energias alternativas no maior parque eólico do Brasil.

A principal novidade desta edição especial de VEJA Sustentável é que será produzida inteiramente com tinta a base de óleo vegetal (capa e miolo da revista), além de ser impressa em papel 100% certificado.

Com circulação e tiragem nacional, VEJA Sustentável tem distribuição gratuita para assinantes e é vendida em bancas, livrarias, revistarias e redes de supermercados.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Segunda maior mina do mundo será transformada em cidade sustentável


A segunda maior mina já escavada pelo homem, em Mirny, no leste da Sibéria, tem cerca de 550 metros de profundidade e um quilômetro de diâmetro. Em breve essa área inutilizada será renovada por uma empresa de arquitetura da Rússia.

O Estudo de Arquitetura Russo (AB Ellis) acaba de tornar pública a ideia ambiciosa de transformar esta mina desativada em uma cidade subterrânea. A Eco-City 2020 pretende dar vida às regiões de condições metereológicas extremas tanto de inverno quanto de verão como as da Sibéria. O projeto, como o próprio nome diz, deverá ser entregue em 2020.

A mina de Mirny é a segunda maior cratera escavada pelo homem, trata-se de uma antiga mina de diamantes a céu aberto. Os planos recentemente revelados desta enorme cidade, contruída para ser ambientalmente correta, certamente vai chamar atenção dos ambientalistas.

Se a Rússia é conhecida por suas bombas, este novo projeto certamente vai renovar sua imagem. Esta cidade terá uma cúpula de vidro para cobri-la e para manter a temperatura constante durante todo o ano e proteger a metrópole dos invernos congelantes da Sibéria que chegam a atingir a temperatura de - 40º C. Esta proteção de vidro também está programada para ser coberta por células fotovoltáicas avançadas, capazes de coletar grande quantidade de energia solar para geração de energia.

De acordo com estimativas da empresa, a cidade verde pode atrair turistas e acomodar até 100 mil pessoas e casas de nível residencial. Todo o complexo se construiria na vertical, em três níveis principais, ao redor de um grande núcleo central, que abrigaria a maior parte das infraestruturas como fazendas verticais, florestas e áreas de lazer bem como o centro de investigação. A área residencial ficaria no primeiro nível e teria terraços exteriores com vistas para um bosque no centro da cidade, criando assim, um ambiente com total harmonia com a natureza construída. O deslocamento de um nível para o outro seria todo na vertical. A prioridade da Eco-City 2020 é a qualidade de vida dos habitantes. Com regras ambientais rígidas, tudo o que for porduzido ali será ambientalmente sustentável e reciclável.

A ideia de criar uma cidade como esta surgiu da necessidade de recuperar uma área devastada, sem utilidade e totalmente improdutiva com condições metereológicas extremas. A Eco-City 2020 será um exemplo mundial de recuperação e um incentivo aos esforços ambientais que o governo Russo está fazendo para recuperar a Sibéria, região de grande diversidade ambiental maltratada pelo governo socialista do Kremlin durante a guerra fria.

Fonte: CicloVivo

Sustentabilidade

Maioria desconhece o termo Sustentabilidade, revela pesquisa do Akatu
No entanto, mesmo não conhecendo, consumidores praticam ações que levam à sustentabilidade; 16% deram a definição correta do termo
Rogério Ferro, da equipe Akatu


A maioria da população brasileira (84%) sequer ouviu falar ou não sabe definir ou define errado o termo Sustentabilidade. Apenas 16% apresentam alguma definição correta ou aproximada para o conceito. Os dados são da pesquisa “O Consumidor Brasileiro e a Sustentabilidade: Atitudes e Comportamentos frente o Consumo Consciente, Percepções e Expectativas sobre a Responsabilidade Social Empresarial. Pesquisa 2010”, realizada por iniciativa dos institutos Akatu e Ethos.

Divulgado na terça-feira (14/12), o estudo foi feito com patrocínio de Santander, apoiador pioneiro do Akatu, Bradesco e Walmart, ambos apoiadores estratégicos, Faber Castell, apoiador benemérito, e executado pela GfK.

O conceito foi criado em 1987, por representantes dos governos membros da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU). Eles definiram ação sustentável como sendo aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades.

Ou seja, sustentabilidade, é o equilíbrio na convivência entre o homem e o meio ambiente, ao mesmo tempo em que viabiliza aspetos sociais e econômicos, por meio de alternativas que busquem sustentar a vida na Terra sem prejudicar a qualidade de vida no futuro.

Grau de conhecimento do termo Sustentabilidade


Mesmo sem saber definir, consumidores contribuem para sustentabilidade

Ao discutir o termo sustentabilidade, a pesquisa aponta que há uma deficiência para o significado teórico e talvez de compreensão da interdependência de nossos atos no planeta, mas, na prática, os consumidores relatam já cuidar da sustentabilidade em ações simples cotidianas.

Sete em cada dez afirmam que fecham a torneira enquanto escovam os dentes e também apagam lâmpadas de ambiente desocupados em casa. Metade dos entrevistados diz que planeja a compra de alimentos; 46% planejam a compra de roupas; 36% sempre pedem nota fiscal em suas compras e 33% são atentos aos rótulos dos produtos. Um em cada quatro (24%) respondeu que separa o lixo para reciclagem.

Para Helio Mattar, diretor-presidente do Akatu, a dificuldade de definir o termo se deve ao fato de a Sustentabilidade ser um objetivo, um resultado, condicionado por diversas práticas conjugadas. “Por isso é compreensível que parte dos consumidores, mesmo aqueles considerados conscientes, ainda não tenha se apropriado do termo”.

Desafios

A pesquisa aponta que “para ganhar corações e mentes dos consumidores, a sustentabilidade precisa ser apresentada não como conceitos sofisticados, mas traduzidos em práticas e propostas concretas. Tem que ser vista como o caminho mais curto, barato e desejável rumo à felicidade”.

Neste sentido, ainda segundo o estudo, as empresas, os veículos de comunicação e as organizações da sociedade civil, todos, em conjunto com governos, precisam agir para que esse desafio ganhe apoio social maciço.

“O desafio é fazer com que esses termos não sejam vistos como imposições restritivas, mas sim desejadas como boas alternativas ao consumo exagerado e ao desperdício, bem como os problemas que surgem em decorrência dele”, conclui a pesquisa.

A pesquisa ouviu 800 mulheres e homens, com idade igual ou superior a 16 anos, de todas as classes sociais e regiões geográficas do país, nas seguintes localidades: regiões metropolitanas (Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém), capitais (Goiânia e Manaus) e Distrito Federal.


Esta publicação integra a série sobre Responsabilidade Social e se soma à pesquisa “Práticas e Perspectivas da RSE no Brasil – 2008”, aos relatórios sobre “Percepção da RSE pelo Consumidor Brasileiro” (seis publicações, começando em 2000), e aos relatórios das pesquisas Akatu nºs 3, 4, 5, 6, 7 (desde 2003).

sábado, 11 de dezembro de 2010

Bombardeio Verde

Fonte: Bons Fluidos - Edição nº 141 - Dezembro / 2010

Uma idéia simples, criada há muito tempo pelo agrônomo japonês Masanobu Fukuoka, está ganhando espaço na cidades. São bolas ou bombas de sementes, feitas de argila, adubo orgânico e muitas, muitas sementes. Para prepará-las, basta misturar uma parte de sementes secas de várias espécies, três partes de composto vegetal (adubo orgânico), cinco partes de terra argilosa peneirada, e uma ou duas porções de água para agregar os elementos. Depois, é só fazer bolinhas de 2 a 3 cm de diâmetro, deixar secar à sombra por dois dias e pronto. Voce pode jogá-las em canteiros abandonados e terrenos baldios. Com a chuva, a argila se desfaz e as sementes começam a germinar (e ainda contam com energia extra fornecida pelo adubo). Não é demais?

O Futuro está no Sol



Fonte: Bons Fluidos - Edição nº 141 - Dezembro / 2010

A cidade cearense de Tauá deverá ser a primeira no Brasil a ter uma usina solar para a produção de energia elétrica. A central solar experimental custará R$ 12 milhões à empresa MPX Energia e deverá estar pronta até o fim do ano. Com capacidade para gerar um megawatt de energia, poderá abastecer, aproximadamente, 500 residências. Sem dúvida nenhuma, um empurrãozinho importante para o país, que tem boa insolação e a maior reserva de quartzo do mundo, mineral do qual se extrai o silício usado na fabricação de células fotovotáicas, ou seja, receptoras da energia solar.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Campanha Telhado Branco

Fonte: Green Building Council Brasil

A campanha One Degree Less incentiva a adoção de telhados brancos em casas, edifícios, lajes e galpões para ajudar a reduzir a temperatura do planeta. Toda a ação é feita por causa do aquecimento global, é lógico.

Agora, a campanha está em nova fase - que tem por objetivo disseminar mais amplamente os benefícios dessa prática e tem o slogan “Ajude a parar o aquecimento global. Pinte seu telhado de branco”. A campanha conquistou a participação de personalidades de diversas áreas, como o ex-jogador de futebol Raí, os atores Cristiane Torloni, Sérgio Marone e Fernanda Paes Leme, a atleta Fernanda Murer, a modelo Caroline Bittencourt, o cantor Toni Garrido e a consultora de moda Costanza Pascolatto.

De acordo com o GBC Brasil, estes são os benefícios dos telhados brancos:
- diminuição das ilhas de calor de prédios e casas;
- diminuição da emissão de CO2;
- ajuda a refletir os raios solares de volta para o espaço;
- fácil aplicação e pouca manutenção (existem tintas e materiais autolimpantes que facilitam a manutenção e evitam que as superfícies precisem ser pintadas novamente, por muitos anos);
- resultado imediato e alto impacto;
- reduz custos com ar condicionado e ventilador e
- ação eficiente no combate ao aquecimento global.

Para obter informações sobre a campanha One Degree Less, procure o Green Building Council Brasil: (11) 4191-7805.

Tags: aquecimento global, atores, celebridades, emissão de CO2, meio ambiente, personalidades, sustentabilidade, telhado branco
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Tinta branca nos telhados!
Terça-feira, Março 3rd, 2009
Uma campanha contra o aquecimento global: Tinta branca nos telhados!

“One degree less” (Um grau a menos!) é o nome da campanha do Green Building Council Brasil e tem como principal objetivo fazer com que as pessoas se conscientizem da importância de pintar os seus telhados. Pintar os telhados?É isso mesmo. A campanha incentiva e pede para que todos os telhados e tetos das grandes cidades sejam pintados de branco para diminuir os efeitos do aquecimento global.

Segundo estudos da Universidade de Berkeley (CA, USA), cerca de 25% da superfície de uma cidade é composta de telhados.A imensa maioria desses telhados são escuros e refletem apenas 20% da luz solar. Se fossem pintados de branco, compensariam 10t de emissão de CO2 a cada 100m2. O telhado branco reflete mais a luz solar e absorve menos calor.

Para se ter uma idéia da grandiosidade do projeto, se 70% dos telhados fossem pintados de branco, geraria uma compensação ambiental equivalente à emissão de 11 bilhões de carros por ano.Isso significaria tirar das ruas cerca de 600 milhões de carros por 18 anos!Se em 20 anos todos os telhados forem pintados, teremos o efeito de retirar metade dos carros que rodam em todo o mundo!

Com uma atitude extremamente simples podemos fazer alguma coisa. Esses dados foram pesquisados cientificamente.

Veja o vídeo:

Como fazer um telhado verde?



Antes de tudo, é necessário contratar uma empresa ou consultoria especializada
Por Yuri Vasconcelos

Revista Vida Simples - 12/2007

"Como o telhado verde requer infra-estrutura adequada, não basta subir em cima da casa e começar a plantar", afirma o engenheiro civil Paulo Renato Machado Guimarães, da empresa gaúcha Ecotelhado.

A obra exige a instalação de uma estrutura específica na cobertura da casa - se o telhado for simplesmente uma laje, é preciso impermeabilizá-la; se for feito de telhas de cerâmica, é preciso retirá-las e colocar placas de compensado que servirão de base para a cobertura vegetal. Ali serão colocados a terra e o adubo para o crescimento das plantas. Mantas onduladas, para impedir que o substrato escorra, e de impermeabilização, para evitar infiltrações na casa, e dutos de irrigação e drenagem também fazem parte do projeto de um telhado verde, que ajuda a reduzir o barulho dentro de casa e a manter a temperatura constante.

Além de grama, o telhado verde pode receber flores e arbustos. "Damos preferência a plantas locais mais resistentes à chuva e à estiagem e que exijam pouca rega e poda", diz Márcio de Araújo, diretor do Instituto para o Desenvolvimento de Habitação Ecológica (Idhea), de São Paulo. Plantas de porte baixo e crescimento lento também podem facilitar a manutenção, que é parecida com a de um jardim comum.

Nova certificação brasileira avalia se imóvel economiza energia

Consumidores poderão considerar a eficiência energética de prédios, casas e apartamentos na hora da compra
Rogério Ferro, da equipe Akatu



A partir de agora, a exemplo do que já existe para os eletrodomésticos, consumidores de todo o Brasil poderão considerar mais um critério na hora de comprar um imóvel: a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia para residências, condomínios e suas áreas comuns. O certificado, que garante a eficiência energética de imóveis, foi lançado na segunda-feira (29/11) pela Eletrobrás e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), em São Paulo.

A certificação, que não é obrigatória, foi concebida dentro do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) e prevê que moradores de prédios com a etiqueta de eficiência energética possam reduzir de 30% a 40% a conta de luz no fim do mês.

Segundo Solange Nogueira, gerente da Divisão de Eficiência Energética em Edificações da Eletrobras, a avaliação das edificações residenciais considera aspetos do edifício que representam consumo significativo de energia elétrica. “Avaliamos, principalmente, o desempenho térmico de fachadas e coberturas, com ênfase na iluminação e ventilação naturais e a eficiência do sistema de aquecimento da água, sempre considerando as diversas estações do ano”, explica.

Para cada um dos pré-requisitos é dada uma classificação, que vai de "A" a "E", dependendo dos níveis de eficiência energética verificados. A média ponderada das categorias determina a nota final do prédio, que tem a mesma variação.

No caso de edifícios com várias residências, cada unidade de apartamento terá etiqueta individual correspondente ao seu nível de eficiência energética e o prédio como um todo receberá sua própria etiqueta com o número de unidades por estágio de eficiência e com a mesma variação. Também serão avaliadas e receberão etiqueta as áreas de uso comum dos prédios.

“Com base em outros produtos, a população já entende a etiquetagem, e as empresas da construção civil certamente vão querer obtê-la como um diferencial", diz Ubirajara Rocha Meira, diretor de Tecnologia da Eletrobras.

"Levando em consideração que o imóvel é, geralmente, o produto mais caro e mais duradouro que se adquire, o consumidor não deve se importar apenas com o custo da aquisição, mas com a economia obtida durante a vida útil da casa", afirma Marcelo Takaoka, presidente do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS).

Segundo a Eletrobrás, no Brasil, as edificações respondem por 45% do consumo nacional de energia elétrica, sendo as residências responsáveis por 22% desse total. A economia, que pode ser obtida a partir da redução do consumo – com imóveis planejados, construídos ou reformados de forma eficiente –, significa mais disponibilidade de energia para o crescimento rápido do país.

Como adquirir a etiqueta
Por enquanto, o único órgão que emite a certificação no Brasil é o Laboratório de Eficiência Energética da Universidade Federal de Santa Catarina (LabEEE), que teve o projeto piloto para desenvolvimento da tecnologia de avaliação financiado pela Eletrobras. O Inmetro deve credenciar novos laboratórios de medição.

O custo da certificação está sendo calculado pela Federal de Santa Catarina. O laboratório pode atender em qualquer lugar do Brasil, mas as construtoras que quiserem o selo deverão arcar com os custos da certificação e da logística de transporte dos técnicos.

De acordo com o engenheiro Roberto Lamberts, supervisor do LabEEE, prédios já construídos e aqueles que passarem por reformas também podem solicitar a etiqueta. Os pedidos podem ser feitos por pessoas físicas ou jurídicas.

“O projeto tem foco em prédios novos, mas nada impede que moradias já construídas ou aquelas que passaram por reformas visando atender às exigências da etiqueta possam solicitá-la. A ideia é que o Inmetro licencie mais laboratórios pelo país para facilitar a o processo e massificar a etiqueta”, explica.

Metodologia
A metodologia de avaliação foi definida a partir de 150 mil simulações feitas para os diferentes climas brasileiros. Os critérios são diferentes para as oito regiões bioclimáticas do país. “A etiquetagem está constituída de três índices, que avaliam o nível de eficiência do imóvel no verão, no inverno e o aquecimento de água nas diferentes estações do ano”, explica. Há também um índice para avaliar o desempenho da edificação quando refrigerada artificialmente.

Serviço:
Laboratório de Eficiência Energética da Universidade Federal de Santa Catarina (LabEEE)
Contatos: e-mail energia@labeee.ufsc.br
Telefones: (0xx48) 3721-5184 e 3721-5185.

Maioria da população urbana apoia o fim das sacolas plásticas no Brasil

Em pesquisa do Ministério do Meio Ambiente e do Walmart, consumidores dizem que buscariam alternativas

Rogério Ferro, da equipe Akatu

Pesquisa realizada pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Walmart, apoiador estratégico do Akatu, em 11 capitais brasileiras mostra que 6 em cada 10 consumidores querem o fim das sacolas plásticas no varejo e até apoiariam uma lei que proibisse a distribuição gratuita dos saquinhos.

Segundo o levantamento, divulgado na quinta-feira (25/11), em São Paulo, a eliminação das sacolas plásticas tem o apoio de 60% da população das capitais, enquanto 23% são contra a proibição e 17% dos entrevistados não souberam opinar. “Há uma ampla inclinação da sociedade para programas e políticas públicas que inibam o uso das sacolas plásticas” afirma Daniela di Fiori, vice-presidente de sustentabilidade da rede Walmart.

A rede concede descontos de R$ 0,03 para cada sacola não utilizada, valor que representa o custo da embalagem. A executiva revela que “a iniciativa de retirar a sacola das lojas foi mal recebida pelo cliente em uma primeira fase. Mas com o tempo, as pessoas começaram a aderir ao programa de redução de embalagens quando foi ofertado um desconto nas compras por sacola recusada”, conta.

Clique aqui para ver a pesquisa completa.

Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que participou do lançamento, objetivo do estudo é entender os hábitos dos brasileiros sobre consumo, lixo, reciclagem e sua percepção dos impactos nos problemas ambientais. “Para alcançar metas ambiciosas como a erradicação de lixões e melhor aproveitamento dos materiais hoje jogados fora é preciso conhecer os hábitos de consumo, descarte e, sobretudo, a disposição da população em aderir às políticas públicas contidas na Política Nacional dos Resíduos Sólidos”, disse a ministra.

Alternativas
Ainda de acordo com o estudo, 70% dos consumidores entrevistados, disseram que passariam a carregar suas compras em sacolas feitas de outros materiais com menor impacto ambiental e 22% optariam por transportar suas compras em caixas. Nas residências, no entanto, permanece a necessidade de uma solução para o descarte do resíduo doméstico: 47% das pessoas disseram que de-positariam o material em lixeiras, latas ou latões, enquanto 21% usariam caixas, outros 21% não souberam dizer como acondicionar o lixo caseiro.

“Veja que esse dado revela certa perplexidade da população: ela aceita e apoia o fim das sacolas plásticas, mas acaba apontando soluções do passado. Precisamos avançar nas políticas públicas e dar alternativas para a coleta urbana”, comentou a secretária executiva do ministério Samyra Crespo.

Responsabilidade dos supermercados
Segundo o levantamento, os supermercados são vistos pela sociedade como um importante ator das ações de preservação ambiental.

Questionados sobre quais as ações mais importantes que estes estabelecimentos podem ou devem fazer a favor do meio ambiente, 27% dos entrevistados sugeriram não dar mais sacolinhas. Ter estações de coleta de resíduos recicláveis nas lojas foi apontado por 20% dos consumidores e comunicar quais os produtos que ajudam a preservar o meio ambiente e a saúde foi apontado por 16% dos entrevistados.

O levantamento foi feito pela empresa de pesquisas Synovate durante o primeiro semestre deste ano e ouviu 1.100 pessoas em 11 capitais: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP).

Dados do Ministério do Meio Ambiente indicam que cada brasileiro consome em média 800saquinhos plástico por ano ou quase 153 bilhões de sacolinhas no país inteiro.
O plástico é feito de petróleo, portanto aumenta o aquecimento global, leva centenas de anos para se degradar na natureza e, descartado errado, vai entupir bueiros e tubulações de esgoto provocando enchentes. No lixão ou aterro sanitário, por impedir a circulação de gases, também atrapalha a degradação de outros materiais.

Exposição em São Paulo discute relação do homem com a água

Consumo consciente do recurso é um dos temas expostos; mostra ficará aberta para visitação no prédio da Oca do Ibirapuera até maio de 2011
Por Rogério Ferro, da equipe Akatu




Sem água, não há vida. O recurso é tão fundamental para a existência humana e de todos os organismos vivos que representa 94% de um feto de cinco meses, ou então, 91% de um alimento saudável como o brócolis. Mas é finito.

“Expusemos esses dados porque, acima de tudo, eles celebram a água e, portanto, a vida”, afirma Marcello Dantas, curador da Exposição Água na Oca, que estará aberta para visitação até o dia 8 de maio de 2011, no prédio da Oca do Ibirapuera, em São Paulo.

A mostra tem origem na exposição “Water: H2O = Life”, apresentada em 2007, em Nova Iorque. No Brasil, o evento é realizado pelo Instituto Sangari, com a contribuição do Akatu, que forneceu conteúdos para a mostra.

“A exposição enfatiza o que a água representa para os brasileiros, que são os detentores do maior manancial do globo”, afirma Ben Sangari, presidente do Instituto Sangari.

No local, projeções e efeitos visuais e sonoros foram montados propositalmente para causar sensações de contato direto com a água e, ao mesmo tempo, conscientizar o público sobre o consumo consciente do recurso. O evento aborda as primeiras conquistas da exploração científica das profundezas dos grandes mares, exibindo espécies raras em formato de vídeos e fotos e, a partir desses elementos, promove uma discussão sobre os efeitos da pesca predatória, a poluição das águas, o desperdício do recurso, entre outros.

Os estados e o ciclo da água, bem como os problemas relacionados à qualidade e à disponibilidade desse recurso nas sociedades e nos ecossistemas mundiais também são abordados na exposição.

Evitar seis descargas desnecessárias, por exemplo, resulta em uma economia de água suficiente para um banho, mostra um dos dispositivos interativos da mostra. “A questão da sustentabilidade é uma das abordagens da amostra, que é bem mais ampla. Trouxemos informações que esperamos serem capazes de provocar reflexões sobre a importância de tratar esse recurso com o carinho que ele merece” explica Dantas.

“É fundamental que eventos grandiosos como este se proponham a levar a mensagem do consumo consciente para os consumidores”, afirma Camila Mello, gerente de mobilização comunitária do Akatu. “Queremos que todos saibam que ameaçar a existência desse recurso, é ameaçar a nossa própria existência”, completa.

“Tenho 38 anos, adoro arte e já visitei muitas exposições aqui no Brasil e em outros países também. Nunca imaginei que seria possível fazer uma exposição sobre algo tão essencial para nós”, conta a arquiteta Júlia Washington. “Todos que visitarem a exposição vão sair daqui respeitando um pouco mais a água”, aposta a professora de música, Ana Liz Varca, 31 anos.

Na exposição, a representação de uma realidade que faz parte da vida cotidiana de muitos brasileiros, revela a força da fúria da água: uma casa construída na base de madeira e papelão, erguida em local impróprio sofre risco de desabamento devido à chuva forte. “É uma mostra integralmente concebida no Brasil e para o Brasil”, explica Dantas.

Segundo a organização do evento, todos os 15 mil litros de água usados para montar a exposição, serão reaproveitados.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

São Paulo terá de cortar 28,6 toneladas de gases-estufa

Por Andréa Vialli, estadao.com.br

Para cumprir a lei estadual de mudanças climáticas, São Paulo terá de reduzir em torno de 28,6 milhões de toneladas de gases que provocam o efeito estufa nos próximos dez anos. É o que aponta o primeiro inventário de emissões desses gases no Estado de São Paulo, divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SMA) e pela Cetesb, a agência ambiental paulista.

O levantamento que servirá de base para a elaboração de metas para reduzir a produção de gases em cada um dos setores da economia foi construído com informações de 20 relatórios que mapearam emissões em áreas como resíduos, agropecuária, transportes e indústria, entre outros.

Em 2005, ano-base para a elaboração da lei, São Paulo emitiu 143,4 milhões de toneladas de gases-estufa. Os dados apontam que o setor de energia, que abrange geração de energia e o uso de combustíveis, responde por 57% das emissões um total de 81,2 milhões de toneladas de carbono. A produção agropecuária representa 20% das emissões, e mudanças no uso da terra e desmatamento respondem por 9% dos poluentes. Já as atividades industriais representam 8% das emissões e resíduos, que inclui gases como o metano de aterros sanitários, são 6%.

De acordo com Fernando Rei, presidente da Cetesb, o perfil das emissões do Estado de São Paulo é diferente do do território nacional. No País, o desmatamento responde por mais de 70% do total das emissões brasileiras. 'Em São Paulo, o grande vilão é o setor de transportes. O desafio será reduzir essas emissões, o que implica em mudanças na logística de cargas e também de passageiros', diz.

As emissões do setor de transportes, que são contabilizadas dentro do relatório do setor de energia, são da ordem de 39,8 milhões de toneladas de carbono e representam mais do que a meta inteira de redução das emissões proposta para 2020. Segundo Rei, o objetivo da secretaria é que as metas específicas para transporte sejam negociadas junto com o setor.

'Isso vai demandar um esforço de política pública para incentivar, no transporte de cargas, o uso de ferrovias e hidrovias. E, no transporte de passageiros, incentivos à ampliação da rede metroviária e do transporte coletivo como um todo', diz Rei. 'Sem o envolvimento do setor de transportes, a lei de mudanças climáticas corre o risco de não sair do papel', enfatiza.

Para Stela Goldenstein, ex-secretária de Meio Ambiente de São Paulo, será preciso um plano para tornar o setor de transportes mais sustentável. Ela faz parte de um comitê gestor criado pela secretaria para articular que a lei de mudanças climáticas seja cumprida. 'O próximo passo é definir uma meta setorial.'

Fósseis

Como o Estado antecipou em novembro, as emissões de gases de efeito estufa derivadas da queima de combustíveis fósseis, como o diesel e a gasolina, cresceram 39% entre 1990 e 2008, dado que compõe o inventário divulgado ontem. A contribuição do diesel no consumo paulista é da ordem de 15% do total de fontes de energia.

Fábio Feldmann, um dos responsáveis pelos programas que culminaram na lei estadual de mudanças climáticas, avalia que os dados do inventário sinalizam que há oportunidades para promover uma economia mais limpa no Estado, com incentivo às energias de origem renovável. 'Mais cedo ou mais tarde teremos de caminhar para uma economia de baixo carbono. São Paulo avançou na criação da lei, que já está sendo copiada por Estados como o Espírito Santo. '

No entanto, alguns setores, como a indústria, se mostram reticentes a assumir metas. 'É uma visão equivocada dizer que o Estado perde competitividade por causa da lei.'

Brasil pode ter 93% da matriz energética limpa até 2050

Por Afra Balazina, estadao.com.br

Cancún - Um relatório do Greenpeace demonstra que o País pode ter 93% da energia elétrica com origem em fontes renováveis, como eólica, biomassa e solar, sem deixar de ter crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). O documento foi apresentado ontem durante a Conferência do Clima da ONU de Cancún, a COP-16.

O aumento da energia limpa é chamado pela ONG ambientalista de revolução energética. Haveria benefício ao ambiente com a redução do uso de combustíveis fósseis para gerar energia, já que eles contribuem para as mudanças climáticas. Também seria uma forma de garantir a geração de 3 milhões de empregos.

Segundo Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energias renováveis do Greenpeace, foram consultados especialistas de diversas instituições para a elaboração do relatório, como a Universidade de São Paulo (USP) e a União da Indústria da Cana-de-Açúcar.

No cenário da revolução energética, as hidrelétricas responderiam por 45,6% da matriz, a eólica por 20,3%, a biomassa por 16,6% e a solar por 9,26%. Considera-se que é possível aumentar até 2050, nesse quadro, em até três vezes a taxa de consumo de energia e em até 4% o PIB. E não haveria necessidade de usar termelétricas a carvão, óleo diesel ou usinas nucleares. O gás natural, considerado 'fonte de transição', corresponderia a 7,3% da matriz. A energia oceânica teria 0,77%.

Como comparação, o cenário que usa dados do governo, menos ambicioso, aponta que em 2050 a eólica seria 6% da matriz, a biomassa 8,85% e a solar, menos de 1%. A fonte hidrelétrica seria a maioria (56,3%), gás natural seria 15,9%, óleo combustível, 5,35% e nuclear, 5,31%.