terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Relação dos brasileiros com a água é a pior possível

Em bate-papo sobre O Futuro da Água - promovido pela National Geographic Brasil, com o apoio do Planeta Sustentável -, especialistas afirmam que a relação que a população tem com a água está longe de ser satisfatória, o que acarreta em problemas de distribuição e contaminação e, ainda, em tragédias ambientais, como as enchentes ocorridas no início deste ano. O encontro ainda marcou o lançamento da edição especial da revista NG sobre o tema

Débora Spitzcovsky - Edição: Mônica Nunes
Planeta Sustentável - 23/03/2011

No dia 22 de março de 2011, comemorou-se, mundialmente e pela 18ª vez consecutiva, o Dia da Água. Para celebrar a data, a revista National Geographic Brasil lançou sua edição especial e reuniu especialistas para bate-papo sobre O Futuro da Água, com o apoio do Planeta Sustentável. Com mediação de Matthew Shirts, redator-chefe da revista e coordenador do nosso movimento, participaram do encontro Mário Domingos, pesquisador do Instituto Sangari e curador científico da exposição "Água na Oca", Édison Carlos, presidente-executivo do Instituto Trata Brasil, e Renato Tagnin,consultor ambiental e co-organizador do livro Administrando a água como se fosse importante.

Durante a conversa, os participantes deixaram claro que, apesar de possuir água em abundância - afinal, o Brasil abriga 11% de toda a água doce do planeta e menos de 3% da população mundial -, o país não tem tantos motivos para comemorar o Dia Mundial da Água. Pelo contrário. "O primeiro grande problema diz respeito à distribuição do recurso no país. Apesar da água doce ser abundante no Brasil, ela está concentrada na região norte e, portanto, distante da maioria da população", explicou Mário Domingos. Mas o problema não é apenas geográfico: "Nos grandes centros urbanos, o consumo do recurso é excessivo, o que faz com que os reservatórios não consigam dar conta de toda a demanda da população, e a pouca água que temos está cada vez mais contaminada, por falta de consciência das pessoas e, também, de sistemas de esgoto adequados", completou o pesquisador do Instituto Sangari.

O problema do saneamento básico no país foi citado pelo presidente-executivo do Trata Brasil, Édison Carlos. Segundo o especialista, o Brasil é o 9º colocado no Ranking Mundial da Vergonha, que lista as nações que possuem o maior número de habitantes sem acesso ao banheiro. "São cerca de 13 milhões de brasileiros que, atualmente, fazem suas necessidades a céu aberto. Nós só perdemos para países muito podres da Ásia e da África, como a Nigéria. É realmente uma vergonha! Nem parece que somos a potência em progresso que aparece todos os dias nos noticiários. A cobertura de saneamento no Brasil não condiz com uma nação que aspira ter destaque global", disse Carlos.

Ele ainda citou um outro ranking mundial, o do IDH - Indíce de Desenvolvimento Humano, em que o Brasil também não está bem colocado por culpa da falta de saneamento básico. "Ocupamos a 73ª posição nessa lista. Além do aumento da renda do país, o que nos levaria para uma melhor colocação no ranking seria a diminuição da mortalidade infantil e melhorias na educação: dois fatores altamente relacionados ao saneamento básico", opinou Carlos, com base em dados divulgados pelo próprio Trata Brasil, que atestam que diariamente sete crianças morrem no país, vítimas de diarréia, por morarem em lugares que não possuem coleta de esgoto. E mais: os pequenos que ficam expostos a esse tipo de resíduo aprendem 18% menos.

No bate-papo, Renato Tagnin lembrou de outro grande problema que o país enfrenta, quando o assunto é água: a ocupação urbana nas áreas de várzea dos rios. "Em nome dos interesses imobiliários, essas regiões estão sendo aterradas. Pensamos que podemos medir forças com a natureza, que a tecnologia e a arquitetura poderão resolver qualquer problema, mas não é bem assim e as enchentes são prova disso. A prevenção deveria ser prioridade na gestão da água. Antes de nos preocuparmos onde ‘enfiaremos’ a água da próxima enchente, deveríamos lutar por cidades mais compactas", afirmou o especialista.

Segundo Tagnin, entre os prejuízos que a ocupação urbana em áreas de várzea pode trazer para os moradores da cidade, além das clássicas enchentes e inundações, estão:
- a maior vulnerabilidade à contaminação das águas subterrâneas, já que, por não serem regiões urbanas, essas áreas não possuem serviços de saneamento adequados, o que faz com que os dejetos sejam jogados a céu aberto, contaminando os lençóis freáticos;
- o aumento das ilhas de calor, que, além de intensificarem o aquecimento global, desregulam e aumentam o volume das chuvas e
- o aumento da contaminação da água da chuva, que, para continuar limpa, deveria cair em regiões de manancial, mas ao cair em áreas urbanas se contamina com a poluição atmosférica antes mesmo de chegar ao chão.

COMO RESOLVER O PROBLEMA?

Conscientizar a população é fundamental para resolver os problemas relacionados à água no país, na opinião de todos os especialistas presentes no bate-papo promovido pela National Geographic e pelo Planeta Sustentável. "As questões de saneamento básico são responsabilidade da prefeitura, mas o problema não é apenas político. O governo se pauta pelo olhar do cidadão e também se aproveita da sua falta de olhar. Muitas pessoas não exigem ações de saneamento básico porque enxergam essa questão, apenas, como uma conta a mais para pagar no final do mês. Enquanto elas não forem conscientizadas de que se trata de muito mais do que isso, de que saneamento é questão de saúde e educação, as coisas não vão mudar", disse Édison Carlos, que ainda completou: "A estrutura de saneamento básico no Brasil possui uma defasagem de mais de 20 anos, porque, além de não haver interesse político, há pouca cobrança da população".

Como exemplo dessa situação o profissional do Trata Brasil lembrou que, há quatro anos, o PAC destinou R$ 40 bilhões para as prefeituras investirem em questões de água e saneamento, mas até hoje só 3% dessas obras foram concluídas. "O dinheiro está lá, mas as coisas não são feitas porque falta vontade política e interesse da população. É preciso cobrar! Afinal, pagamos impostos para isso", afirmou Renato Tagnin.

Mas, para o pesquisador do Instituto Sangari, Marcos Domingos, apenas conscientizar a sociedade sobre a importância da água e do saneamento básico não é suficiente. "Esta é só a primeira etapa de um problema muito mais complexo. É preciso fazer as pessoas, de fato, mudarem seu comportamento. Quem fuma, por exemplo, sabe dos malefícios do cigarro, mas ainda assim o traga. Ou seja, além de conhecer a importância da preservação da água, as pessoas precisam aprender a tratá-la bem e isso só é possível com a educação", disse o especialista, que ainda acredita que os jovens devem ser o foco dessas ações educativas. "Afinal, serão eles que escolherão os próximos representantes responsáveis pela gestão da água no país", completou.

A INICIATIVA PRIVADA PODE AJUDAR?

Na segunda parte do encontro, os três especialistas responderam perguntas e também debateram a respeito da contribuição que as empresas privadas podem dar ao país, quando o assunto é água e saneamento básico. "Essa é uma questão polêmica, porque muitos acham que, por ser um bem público, a água deve ser gerida, apenas, por empresas do governo. Eu discordo. Para nós, do Instituto Trata Brasil, não importa se o apoio é público ou privado, mas, sim, se é eficiente. Ou seja, se as empresas privadas ajudarem a melhorar os serviços de água no país, por que não?", questionou Édison Carlos.

Segundo ele, se forem realmente sérias, as companhias privadas podem oferecer muitos benefícios para o setor, já que, por possuírem contrato de concessão, elas só ganham dinheiro caso cumpram as metas estabelecidas no documento. "Isso aumenta o empenho das empresas. E tem mais: por terem menos funcionários do que as companhias públicas, elas têm mais chances de acumular capital - porque pagam bem menos salários - para investir na melhoria dos seus serviços", acrescentou.

O pesquisador do Instituto Sangari, Marcos Domingos, concorda com Carlos e ainda lembra que muitas empresas privadas já estão realizando ações em prol da conservação da água. "Afinal, elas dependem do recurso para produzir e, consequentemente, ganhar dinheiro. Felizmente, cada vez mais companhias estão vislumbrando isso e apostando na preservação da água", concluiu.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Tons da Natureza



A chácara e sua natureza perfeita - Foto tirada por mim em 07/08/2011

Produção de biomassa a partir da cana pode duplicar em 10 anos



No Brasil existem 440 usinas sucroalcooleiras e apenas 90 delas comercializam a energia produzida pelo bagaço da cana l Foto: Sweeter Alternative / Flicker

A biomassa pode ser um dos grandes trunfos brasileiros no que diz respeito à geração de energia limpa. De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), nos próximos dez anos a produção de energia a partir do bagaço da cana deve dobrar no Brasil.

O potencial nacional em produção de biomassa é muito grande. Aqui existem 440 usinas sucroalcooleiras e apenas 90 delas comercializam a energia produzida pelo bagaço da cana. Para que essas usinas, que hoje produzem apenas a energia necessária para a autossuficiência, passem a comercializar energia limpa é necessário contar com incentivos governamentais, conforme explicado pelo diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Luiz Gonzaga Bertelli.

A Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) já está atenta a este mercado e anunciou crescimento para os próximos dois anos. Segundo a empresa, o bagaço da cana será a matéria-prima usada para a produção de 400 MW de energia, em um parque que produzirá 1.505 MW de energia renovável.

Atualmente o Brasil produz 4.496 MW com os resíduos da indústria sucroalcooleira, mas a EPE garante que esse potencial deve chegar a 9.163 MW até o fim desta década. A União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica) é ainda mais confiante e acredita que a produção possa chegar a 13.150 MW, montante superior ao que é produzido na Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Outro fator importante no uso do bagaço da cana-de-açúcar é que a safra ocorre no período de seca, quando as usinas hidrelétricas estão operando em baixa capacidade. Entre as vantagens também está a possibilidade de comercializar créditos no mercado de carbono e os valores necessários para o investimento serem reduzidos, em comparação a outros tipos de energia limpa. Com informações do Ribeirão Preto Online.

Redação CicloVivo

domingo, 4 de dezembro de 2011

6 problemas causados pela perda da biodiversidade



Imagem: Fernanda D'Addezio (CicloVivo) / Flickr


O site norte-americano TreeHugger listou seis problemas ocasionados pela redução das espécies da fauna e flora. O problema já é antigo, mas ainda existe. Em 2007, o Ministro Federal do Meio Ambiente da Alemanha, Sigmar Gabriel, estimou que 30% de todas as espécies estariam extintas até 2050.

Este é apenas um dos cenários criados por especialistas, mas existem números ainda mais alarmantes, como a possibilidade de 140 mil espécies serem perdidas a cada ano. Por este motivo, alguns estudiosos chamam o período atual de “sexta grande extinção”.

A lista que segue mostra como a humanidade é afetada por esta falta de cuidado com a biodiversidade.

1. Custo econômico da biodiversidade perdida

No topo da lista está o valor monetário da biodiversidade em todo o mundo. O ecossistema possui funções específicas, como: polinização, irrigação, recuperação do solo, entre outras coisas. Porém, com diversas áreas afetadas, a natureza não suporta exercer adequadamente todas estas atividades. O custo estimado por causa deste prejuízo natural varia de US$ 2 a 5 milhões por ano, em todo o mundo.

2. Segurança alimentar reduzida

A redução da biodiversidade não ocorre somente por meio do desmatamento ou da caça predatória. A introdução de novas espécies também aumenta a concorrência com os habitantes locais e, muitas vezes, leva populações nativas à extinção. Em grande parte do mundo isso ocorre em fazendas, com raças estrangeiras de gado sendo importadas, empurrando para fora os nativos.

Isto significa que a população mundial de gado é cada vez menor, e mais vulnerável a doenças, secas e mudanças climáticas.

3. Maior contato com doenças

A perda da biodiversidade tem dois impactos significativos na saúde humana e na propagação de doenças. Primeiro, ela aumenta o número de portadores de doenças animais nas populações locais. A mudança nos habitats, normalmente, torna as espécies infectadas mais comuns e faz com que elas prevaleçam sobre as espécies saudáveis.

Ao mesmo tempo, esta fragmentação nos habitats coloca os próprios seres humanos mais próximos do contato com os animais portadores de doenças.

4. Clima imprevisível

A previsão do tempo tem muito mais importância do que apenas influenciar a decisão por pegar ou não um guarda-chuva ao sair de casa. Os agricultores e os proprietários de áreas costeiras sabem muito bem o que isso significa. A mudança no tempo fora de época, condições meteorológicas extremas e as variações no clima podem causar grandes problemas, como a seca, deslocamento de pessoas e destruição de grandes áreas.

5. Perda de meios de subsistência

Manter os ecossistemas saudáveis é essencial para a manutenção da subsistência. Quando o oceano é afetado, por exemplo, comunidades inteiras que dependem dos recursos oferecidos por ele são afetadas. Em muitos casos, os próprios seres humanos podem ocasionar estes problemas, através da poluição, acidificação do oceano e pesca predatória, por exemplo.

6. Perder a vista natural

Além da importância da biodiversidade para a manutenção dos ecossistemas, ela influencia muito os seres humanos apenas por proporcionar belas paisagens. Imagine como é triste olhar pela janela e ver que não restou quase nada e que o pouco que ainda temos da natureza está sendo desmatado por nossas próprias mãos. Com informações do TreeHugger.

Redação CicloVivo

Florestas e Homens

Enviado por institutoakatu em 01/06/2011
Filme oficial do Ano Internacional das Florestas.
Dirigido por Yann Arthus-Bertrand para as Nações Unidas.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Campanha da separação do lixo volta a ser veiculada na mídia



Campanha da separação do lixo volta a ser veiculada na mídia

por primeiraedição

Começou neste domingo (20/11), no intervalo do Fantástico, da TV Globo, a campanha “Separe o lixo e acerte na lata”, dos ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Social, volta a ser veiculada. Os filmes e spots da campanha serão também divulgados nas principais emissoras de TVs e de rádios do Brasil até o dia 8 de dezembro.

Com o slogan “Separe o lixo e Acerte na Lata”, a campanha quer alcançar os lares brasileiros, preparando eles para uma mudança de comportamento em relação à coleta seletiva do lixo, começando com um simples gesto de separar o lixo seco do úmido. A campanha procura mostrar os benefícios ambientais, sociais e econômicos do reaproveitamento dos resíduos sólidos para o País.

A separação do lixo seco e do úmido permite ao catador, principal aliado no processo de reciclagem, acesso mais rápido e higiênico aos resíduos descartados, garantindo dignidade e renda para milhares de famílias.

Além da mobilização da sociedade, a campanha ressalta a riqueza ambiental e social do lixo. A intenção é demonstrar o desperdício de recursos naturais consumidos na fabricação de novos produtos e a poluição provocada pela sua manufatura.

A iniciativa da campanha reforça a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS – Lei 12.305), aprovada no final de 2010, que prevê a desativação dos lixões até 2014. Com isso, os aterros sanitários deverão receber apenas os rejeitos, aquilo que não pode mais ser reutilizado ou reciclado.

Em função da nova realidade, a coleta seletiva e a logística reversa terão de ser implantadas em todos os estados e municípios e a população é parte fundamental para iniciar o processo dentro de casa.

Também é uma oportunidade de divulgar as diretrizes propostas pela PNRS, importantes instrumentos, como a logística reversa dos itens previstos na lei, ações de Educação Ambiental e demais encaminhamentos do Comitê Interministerial para discussões sobre a nova política.

História – Há mais de 20 anos, o Brasil esperava pela aprovação de um marco legal que definisse instrumentos e responsabilidades para a geração dos mais diversos tipos de resíduos sólidos, entre eles, a novidade dos materiais eletrônicos, para os quais não existe lei federal definindo o descarte.

O que se pretende com a nova política nada mais é do que a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental, a adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais e a gestão integrada de resíduos sólidos, entre outros. Um outro importante objetivo é a integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.

A nova política é clara em definir de que forma se dará o gerenciamento de resíduos sólidos, indicando inclusive sua ordem de prioridade que será a de não-geração, a de redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos.

Estádio Nacional de Brasília quer ser um dos mais sustentáveis do mundo



A cidade de Brasília, que abrigará importantes jogos da Copa de 2014, pretende transformar o estádio Mané Garrincha em uma das arenas de futebol mais sustentáveis do mundo. O estádio terá capacidade projetada para 70 mil pessoas e pleiteia a certificação Leed Platinum, selo máximo da construção ecologicamente correta fornecido pelo instituto americano U.S. Green Building Council (GBC).

Para obtê-lo, a obra tem de atingir no mínimo 80 pontos de um total de cem. São avaliados o consumo de energia, o reaproveitamento de água, o uso de materiais certificados ou reciclados na construção e no mobiliário, a localização do empreendimento e a baixa produção de resíduos, entre outros itens.

Outros oito estádios brasileiros almejam a certificação básica do Leed e para isso precisarão cumprir mínimos 50 pontos o selo é condição para receber financiamento do BNDES, que possui uma linha de créditos especial para ecoarenas. Seguir com rigor os padrões tem seu preço: a construção fica até 5% mais cara.

Em compensação os custos com manutenção e operação caem drasticamente, diz Vicente Castro Mello, sócio da Castro Mello Arquitetos, escritório responsável pelo projeto brasiliense. Segundo cálculos da firma, a economia de operação do novo Mané Garrincha poderá chegar aos sete milhões de reais por ano.

Especializado em arquitetura esportiva, ele foi um dos idealizadores, ao lado do economista americano Ian McKee, do Projeto Copa Verde. “A ideia central é usar este megaevento esportivo para transformar a cidade, criando um legado sustentável”, afirma. “O estádio deve servir para múltiplos usos, além das partidas de futebol. Queremos que ele seja a melhor arena para shows da América Latina”, diz.

Orçada em 671 milhões de reais, o estádio deverá passar por uma rígida auditoria do GBC, que vai avaliar se ele está realmente apto a levar o certificado Platinum.

As chances do estádio conseguir o selo máximo são altas, mas é necessária precisão na execução das obras, avalia Marcos Casado, gerente técnico do GBC Brasil, braço nacional do instituto americano. A vantagem é que a sustentabilidade é parte integrante da concepção do projeto de Brasília, o que torna o objetivo mais fácil de ser alcançado.

Design integrado à cidade

Brasília tem uma arquitetura marcante, tombada pelo patrimônio histórico. Uma das características que mais saltam aos olhos são as colunas sempre posicionadas à frente dos palácios, como no Supremo Tribunal Federal, no Palácio do Planalto e no Itamarati. Respeitando esse desenho, o escritório de arquitetura bolou um estádio com colunas que garantem 30% de sombra, como se fosse um chapéu.

Longe de mero efeito figurativo, a fachada foi pensada a partir de uma análise bioclimática da construção. Durante um ano inteiro, 26% do tempo, um ser humano se sente bem dentro de uma edificação comum de Brasília, sem precisar recorrer ao ar condicionado ou aquecedores. Em outros 30% de tempo, é preciso proteção nas janelas, para garantir zona e conforto, sem gastar com aparelhos.

Uma Copa para fazer a pé ou de bike

Com o aeroporto a 15 minutos do estádio, o projeto prevê um sistema de transporte interligado e eficiente. O plano é ter um BRT com ônibus ecológicos, de combustível híbrido e um programa público de aluguel de bicicletas, com a criação de 600km de ciclovias. “Vai ser possível ir pedalando de bike do aeroporto para o estádio”, diz Vicente.

Ou ainda fazer a pé o caminho entre o estádio e o hotel, já que a rede hoteleira se concentrará em um raio máximo de 3km do centro esportivo. No meio do caminho, há museus, teatros, hospitais e uma rodoviária. A acessibilidade é outra questão importante para um estádio verde. Além de elevadores, rampas facilitarão o acesso de pessoas com deficiência ou cadeirantes a vários níveis da arena.

Iluminação eficiente e renovável

O estádio de Brasília terá uma megaestrutura de painéis solares capaz de gerar 2,54 MW, o equivalente à demanda energética de 1,4 mil residências por dia. Na maior parte do tempo, ele será autossuficiente em energia, e o excedente será repassado para rede ou vendido.

Em dias de jogos, quando houver pico, o estádio terá capacidade de prover 50% da energia, a outra metade virá da concessionária que recebeu anteriormente o excedente. Todo o sistema de iluminação da arena será em LED. E com uma disposição eficiente das luzes no campo é possível reduzir em até 18% o consumo de energia.

Paisagismo local
O projeto conta com aproximadamente 230 mil metros quadrados de áreas verdes. A vegetação será de espécimes nativas do cerrado de Brasília para reduzir a necessidade do consumo excessivo de água na irrigação e manutenção. O paisagismo terá piso drenante e refletivo, que não absorve calor.

Uso inteligente de água
O projeto prevê um sistema de captação de água da chuva, que será filtrada para abastecer toda a demanda do estádio. Nos banheiros masculinos, serão usados mictórios que dispensam água. Utilizado em larga escala nos EUA, o sistema usa um óleo vegetal: no acionar da descarga, o óleo sobe e a urina desce por gravidade para a rede de coleta de esgoto. Segundo Vicente, essa tecnologia tem apelo financeiro porque, além da economia de água, dispensa instalações necessárias para um banheiro com descarga tradicional.

Cobertura que captura CO2

Esta é talvez uma das soluções mais high tech do estádio. A cobertura será feita de uma membrana branca que reflete o calor e tem dióxido de titânio em sua composição. Este elemento, em contato com a umidade do ar e as gotas da chuva, se comporta como se fosse um teflon (revestimento de panela) - nele sujeira não gruda nem se acumula.

Mais, a reação química entre as moléculas de água e o CO2 da atmosfera na presença do dióxido de titânio gera CO3, nitrogênio. “É como se essa membrana fizesse uma espécie de fotossíntese, retirando o gás carbônico da atmosfera”, conta Vicente.

As informações são do Green Building Council Brasil.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Gestão do Lixo

Estudo alerta sobre a carência de planejamento para gestão do lixo em empreendimentos de interesse social


Condomínios populares também precisam de gestão do lixo. A idéia que parece óbvia não é uma realidade e merece atenção quando o assunto é moradia de interesse social.

Uma avaliação técnica realizada em 11 empreendimentos do Programa de Arrendamento Residencial (PAR), na cidade de Pelotas (RS), permitiu medições das trajetórias percorridas pelos usuários até a deposição do lixo – e mostra que os moradores chegam a caminhar três vezes a distância recomendada. O estudo revela que mais de 80% dos condôminos estão a distâncias inadequadas dos pontos de coleta.

“Analisando os gráficos percebe-se que o lixo não é pensado como uma rede de pontos conectados dentro do espaço condominial. Não é concebido como um sistema que precisa de deslocamento entre um ponto e outro”, explica a arquiteta Ângela Cristina Bosenbecker, do Núcleo de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Em sua opinião, há uma negação por parte dos projetistas e analistas de projetos sobre a existência do lixo. “É como se este serviço de apoio à vida diária fosse ignorado pelas normas e pelos projetistas, e só viesse à tona quando as falhas na prestação do serviço deixassem suas marcas: lixo acumulado, dejetos após a passagem do veículo coletor, odores”, complementa a professora Nirce Saffer Medvedovski, orientadora do projeto ´Geração de indicadores de qualidade de espaços coletivos em Empreendimentos de Habitação de Interesse social (Inqualis)`. Este projeto da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) tem apoio financeiro do Programa Habitare, da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), por meio da rede de pesquisa ´Ciência e tecnologia e inovação para a melhoria da qualidade e redução de custos da Habitação de Interesse Social`. A universidade desenvolve o trabalho com foco nos espaços coletivos dos empreendimentos.

Serviço desprezado

O cuidado com o lixo foi avaliado em 11 conjuntos residenciais do Programa de Arrendamento Residencial na cidade de Pelotas

O estudo também alerta para a falta de integração entre o sistema de coleta municipal do lixo e o sistema interno do condomínio.

Além disso, sem investimentos em materiais e equipamentos no período da construção dos conjuntos, esse serviço fica relegado a um segundo momento, para que os usuários, administradoras e o poder municipal decidam sobre sua operação e manutenção.

De acordo com a equipe, recomendações sobre acondicionamento e coleta do lixo domiciliar são raras na bibliografia em geral. “O tema é tratado de forma sucinta, como parte das normas relativas ao sistema viário, e as orientações são eminentemente qualitativas, deixando ao bom senso e experiência dos urbanistas e administradores decidir sobre como concretizar o serviço”, descreve Ângela em um artigo que será levado em novembro ao Simpósio Brasileiro de Qualidade do Projeto no Ambiente Construído.

Segundo ela, alguns códigos de obra exigem para os condomínios localizados nos bairros servidos com coleta seletiva de lixo a colocação de recipientes próprios, que garantam a coleta distinta dos resíduos, cabendo ao executivo municipal determinar a quantidade e capacidade destes equipamentos. Mas não há na legislação referências quanto ao dimensionamento, localização e tipologia destes aparatos para disposição do lixo.

“É um conhecimento fragmentado, com pouca ênfase nas relações de desempenho da limpeza das áreas habitacionais”, complementa. Para a equipe, o trabalho ressalta a importância de que os conjuntos habitacionais populares tenham uma concepção de gestão do lixo domiciliar na etapa de projeto, incorporando hábitos da população, aspectos climáticos e de desenho urbano.

A pesquisa

Foram avaliados 11 conjuntos residenciais do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) em Pelotas (RS), totalizando 1.506 unidades. Questionários foram aplicados para percepção do nível de satisfação dos usuários em relação ao sistema de coleta de lixo e à limpeza dos condomínios.

Para a avaliação técnica, além de material fotográfico produzido durante as visitas, foi usado check-list para levantamento de informações como órgão responsável (público, privado, prefeitura); localização dos depósitos de lixo (in loco); verificação da existência de depósitos inapropriados (in loco); frequência da coleta (com o órgão responsável); averiguação da existência ou não de coleta seletiva (órgão responsável e/ou in loco).

Este estudo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) tem apoio financeiro do Programa Habitare, da FINEP, por meio da rede de pesquisa ´Ciência, tecnologia e inovação para a melhoria da qualidade e redução de custos da Habitação de Interesse Social`.

A equipe leva em conta que a maior parte das avaliações das etapas de uso e manutenção desse tipo de empreendimento é voltada para a unidade habitacional (casa ou apartamento). Além disso, em geral os condomínios priorizam espaços de circulação e estacionamento, com blocos dispostos de forma isolada, sem criar espaços comunitários. Mas para comunidades de menor renda, espaços como parques, quadras, salões de festa e acessos têm grande importância, especialmente devido ao reduzido tamanho das moradias, às necessidades de socialização e privacidade, de geração de renda e dos reduzidos custos direcionados à manutenção, entre outros desafios relacionados a empreendimentos populares. O objetivo da equipe é propor indicadores para os processos de projeto e gestão das áreas coletivas dos conjuntos habitacionais.

Cidades renovadas

Em vários pontos do planeta, áreas degradadas, antes ocupadas por indústrias, passam por recuperação para dar lugar a edifícios residenciais

Giuliana Capello
Arquitetura & Construção - 10/2011

"O novo uso ajuda a revitalizar o espaço urbano", diz Jaime Ohata, diretor da consultoria de meio ambiente Geoklock, de São Paulo. Na Europa, esse movimento é comum. O escritório americano Moore Ruble Yudell, por exemplo, aproveitou um local onde funcionava uma fábrica de carros, na cidade sueca de Malmö, e implantou ali um conjunto de prédios (acima).

Antes trocou parte do solo contaminado com agentes químicos por terra limpa e incluiu no paisagismo plantas que absorvem substâncias tóxicas. Grandes construtoras paulistas também aderiram à onda. "Bem localizados e mais baratos, esses terrenos são bom negócio para abrigar imóveis de alto padrão e assim garantir retorno comercial do alto custo de tratamento", fala Antonio Setin, presidente da construtora Setin. "O uso só é liberado diante de um plano de intervenção que garanta a segurança do futuro empreendimento", diz Elton Gloeden, gerente de Áreas Contaminadas da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

É SEGURO MORAR AQUI?
Para conseguir um parecer da prefeitura de São Paulo, que libera o uso da área comprometida, as construtoras são obrigadas a apresentar um plano de descontaminação. "Ele deve eliminar qualquer risco à população", diz Rodrigo César Cunha, gerente de Gestão de Recursos para Investigação e Remediação de Áreas Contaminadas da Cetesb. Por lei, eventuais restrições de uso do solo ou da água subterrânea ficam registradas na escritura do imóvel e podem ser consultadas. "Antes da compra, verifique se o endereço integra uma lista de áreas comprometidas já reabilitadas", indica. A da Cetesb pode ser conferida no site www.cetesb.sp.gov.br.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A ilusão de uma economia verde


Texto essencial de Leonardo Boff

Tudo o que fizermos para proteger o planeta vivo que é a Terra contra fatores que a tiraram de seu equilíbrio e provocaram, em conseqüência, o aquecimento global é válido e deve ser apoiado. Na verdade, a expressão "aquecimento global"esconde fenômenos como: secas prolongadas que dizimam safras de grãos, grandes inundações e vendavais, falta de água, erosão dos solos, fome, degradação daqueles 15 entre os 24 serviços, elencados pela Avaliação Ecossistêmica da Terra (ONU), responsáveis pela sustentabilidade do planeta(água, energia, solos, sementes, fibras etc).

A questão central nem é salvar a Terra. Ela se salva a si mesma e, se for preciso, nos expulsando de seu seio. Mas como nos salvamos a nós mesmos e a nossa civilização? Esta é real questão que a maioria dá de ombros,especialmente os que tratam da macroeconomia.

A produção de baixo de carbono, os produtos orgânicos, energia solar e eólica, a diminuição, o mais possível, de intervenção nos ritmos da natureza, a busca da reposição dos bens utilizados, a reciclagem, tudo que vem sob o nome de economia verde são os processos mais buscados e difundidos. E é recomendável que esse modo de produzir se imponha.

Mesmo assim não devemos nos iludir e perder o sentido critico. Fala-se de economia verde para evitar a questão da sustentabilidade que se encontra em oposição ao atual modo de produção e consumo. Mas no fundo, trata-se de medidas dentro do mesmo paradigma de dominação da natureza. Não existe o verde e o não verde. Todos os produtos contem nas várias fases de sua produção, elementos tóxicos, danosos à saúde da Terra e da sociedade. Hoje pelo método da Análise do Ciclo de Vida podemos exibir e monitorar as complexas inter-relações entre as várias etapas, da extração, do transporte, da produção, do uso e do descarte de cada produto e seus impactos ambientais. Ai fica claro que o pretendido verde não é tão verde assim. O verde representa apenas uma etapa de todo um processo. A produção nunca é de todo ecoamigável.

Tomemos como exemplo o etanol, dado como energia limpa e alternativa à energia fóssil e suja do petróleo. Ele é limpo somente na boca da bomba de abastecimento. Todo o processo de sua produção é altamente poluidor: os agrotóxicos aplicados ao solo, as queimadas, o transporte com grandes caminhões que emitem gases, as emissões das fábricas, os efluentes líquidos e o bagaço. Os pesticidas eliminam bactérias e expulsam as minhocas que são fundamentais para a regeneração os solos; elas só voltam depois de cinco anos.

Para garantirmos uma produção, necessária à vida, que não estresse e degrade a natureza, precisamos mais do que a busca do verde. A crise é conceptual e não econômica. A relação para com a Terra tem que mudar. Somos parte de Gaia e por nossa atuação cuidadosa a tornamos mais consciente e com mais chance de assegurar sua vitalidade.

Para nos salvar não vejo outro caminho senão aquele apontado pela Carta da Terra:"o destino comum nos conclama a buscar um novo começo; isto requer uma mudança na mente e no coração; demanda um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal"(final).

Mudança de mente significa um novo conceito de Terra como Gaia. Ela não nos pertence, mas ao conjunto dos ecossistemas que servem à totalidade da vida, regulando sua base biofísica e os climas. Ela criou toda a comunidade de vida e não apenas nós. Nós somos sua porção consciente e responsável. O trabalho mais pesado é feito pelos nossos parceiros invisíveis, verdadeiro proletariado natural, os microorganismos, as bactérias e fungos que são bilhões em cada culherada de chão. São eles que sustentam efetivamente a vida já há 3,8 bilhões de anos. Nossa relação para com a Terra deve ser como aquela com nossas mães: de respeito e gratidão. Devemos devolver, agradecidos, o que ela nos dá e manter sua capacidade vital.

Mudança de coração significa que além da razão instrumental com a qual organizamos a produção, precisamos da razão cordial e sensível que se expressa pelo amor à Terra e pelo respeito a cada ser da criação porque é nosso companheiro na comunidade de vida e pelo sentimento de reciprocidade, de interdependência e de cuidado, pois essa é nossa missão.

Sem essa conversão não sairemos da miopia de uma economia verde.Só novas mentes e novos corações gestarão outro futuro.

Leonardo Boff (*1938) doutorou-se em teologia pela Universidade de Munique. Foi professor de teologia sistemática e ecumênica com os Franciscanos em Petrópolis e depois professor de ética, filosofia da religião e de ecologia filosófica na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É autor, dentre outros, de "Cuidar da Terra-proteger a vida", Record, Rio de Janeiro 2010.

Artigo originalmente publicado no blogue pessoal de Leonardo Boff, @LeonardoBoff

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O que é ecologicamente correto ?



Fonte: ECORRETO

Para inúmeras entidades congregadoras e defensoras dos direitos dos consumidores, as preocupações com o meio ambiente, com a vida em sociedade e com a saúde das pessoas são norteadoras da edificação do conceito.

Vejamos abaixo quais são os critérios para que se considere um produto ou serviço ecologicamente correto.

Além de serem produzidos de forma socialmente justa, culturalmente aceitos e economicamente viáveis, produtos ecologicamente corretos devem ser não tóxicos, feitos de materiais recicláveis ou biodegradáveis, duráveis e com um mínimo de embalagem.

Não existem produtos completamente “verdes”, pois todos usam energias e recursos naturais em sua manufatura, distribuição, utilização ou consumo, gerando resíduos e poluição. Portanto, o termo “produto verde” é relativo, descrevendo aqueles com menor impacto, menos nocivos ao meio ambiente e à saúde humana do que a maioria dos produtos industrializados que usualmente consumimos hoje em dia.

Produtos ecologicamente corretos são aqueles produzidos por empresas SOCIALMENTE RESPONSÁVEIS, o que significa dizer que a empresa trabalha para minimizar ou eliminar os impactos provenientes de seus processos produtivos, considerando os interesses de seus funcionários e da comunidade onde está inserida.

Para fazer tal avaliação, devemos questionar:

Os passivos trabalhistas são altos e freqüentes?
O pessoal trabalha em condições adequadas de saúde, higiene e segurança?
A empresa realiza atividades ou ações ligadas ao bem estar da comunidade que a cerca?
As atividades da empresa, tanto em nível local como global são social e culturalmente aceitos pelo ambiente humano em que está inserida?
A ética das ações e a aceitação dos processos produtivos da empresa se adéquam completamente ao corpo de leis da comunidade na qual atua?
A empresa respeita a ética dos acordos trabalhistas, considerando-os em sua totalidade?
A empresa respeita os Direitos Humanos?
A empresa respeita todos os Tratados de Paz Internacionais?
A empresa respeita os Tratados Internacionais pelo Desarmamento?

Não é possível afirmar que uma empresa é socialmente responsável, se ela se utiliza de trabalho infantil, se colabora com o contrabando, se discrimina racialmente, religiosamente ou etariamente seus possíveis colaboradores ou se mantém relações com outras empresas que o façam.

Além desses critérios, em âmbito internacional, associações de consumidores organizados em torno dos pressupostos da sustentabilidade, consideram que um produto ecologicamente correto:

NÃO DEVE utilizar alimentos geneticamente modificados.
NÃO DEVE utilizar animais para testar seus produtos.
NÃO DEVE ter qualquer relação com a produção da indústria de tabaco, com a indústria bélica ou de armamentos nucleares.
NÃO DEVE, em função de seu óbvio poder econômico, sob qualquer argumento, exercer lobby político para favorecer seus interesses.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Professor de Curitiba planeja casa sustentável e inteligente


A cidade de Curitiba está prestes a ter uma casa sustentável totalmente planejada. A casa do professor Eloy Casagrande serve como uma espécie de laboratório onde são testadas diversas alternativas sustentáveis para a construção civil.

Para a construção da casa somente as fundações foram feitas em concreto, as paredes externas parecem madeira, mas é PVC, um sistema construtivo que utiliza “woodframe”, ou seja, painéis de madeira em revestimentos internos e externos. As janelas foram feitas em laboratório, pelo uso de um eucalipto mais resistente, modificado geneticamente.

A escada que leva para o segundo andar da casa é feita de madeira reaproveitada, resíduos de uma fábrica de escadas. Sobras, do tamanho de tocos, compõem a escadaria, que se apresenta como um mosaico, formando uma estrutura que parece obra de arte.

Fonte: CicloVivo

As paredes internas duplas são feitas em madeira de reflorestamento e possuem certificado ambiental. Sua forração é toda em fibras de PET e placas de borracha provenientes de pneu reciclado.

Casagrande explica que foram usadas 30 garrafas recicladas para cada metro quadrado. No total foram retiradas do meio ambiente sete mil garrafas. Segundo o professor, a forração em PET dá uma sensação agradável para quem está dentro de casa, tanto em dias quentes quanto em dias frios.

Para fabricar uma manta de revestimento de um metro quadrado e cinco milímetros de espessura, foram utilizados três pneus o que significa que ao todo no projeto, foi evitado o descarte de 540 pneus no meio ambiente.

Um dos destaques da casa é o terraço localizado no segundo andar que é todo forrado em grama. “É um isolamento térmico-acústico. Além de beneficiar a estética da cidade – se todos os prédios tivessem um telhado verde, seria uma maravilha – absorve água e carbono, e eu reduzo a temperatura interna de 3°C a 5°C”, declarou Casagrande, em entrevista ao G1.

Ele explica que o telhado verde tem um sistema de impermeabilização especial, com técnicas avançadas. A borracha de impermeabilização é feita de restos aproveitados de solas de sapato proveniente de uma fábrica.

A casa eficiente também tem sistema de coleta de água da chuva para aproveitamento na rega e vasos sanitários. A energia também será produzida de maneira limpa e sustentável. O sol e o vento trabalharão juntos para fornecer a eletricidade necessária para o consumo, com placas solares e turbinas de energia eólica que serão instaladas no telhado. Dentro da casa, os relógios mostram a quantidade de energia gerada, consumida e excedente. Toda a energia, inclusive a extra, vai depender das condições climáticas. Em caso de sobra, o proprietário pode gerar energia para a companhia elétrica em um sistema inteligente de geração e consumo.

Para finalizar, nada melhor do que ter um veículo elétrico para chegar em casa que pode ser abastecido sob estas condições (limpas). O projeto da casa, que funciona como um laboratório, somou-se à Universidade Tecnológica Federal do Paraná no projeto do automóvel, que ainda é protótipo. A energia gerada na casa também pode alimentar o carro de maneira sustentável e gratuita.

Segundo o professor a construção desta casa sairia 20% mais cara que uma casa comum, mas ao longo dos anos a residência ficaria mais barata por causa da manutenção. Com informações do G1.

Redação CicloVivo

Estado de Kentucky é o primeiro a receber o selo LEED em um projeto de reuso

Baseado na ideia de que a arquitetura sensível emerge entre as relações espaciais e programáticas, o (fer) studio desenvolveu o projeto para insinuar uma experiência de um lugar dentro do ambiente ao redor.

O objetivo era estabelecer uma condição habilitada às características sustentáveis ​​do projeto para criar uma co-dependência natural entre design e sustentabilidade. O Green Building, como é denominado, é o primeiro projeto LEED Platinum na cidade de Louisville e o primeiro certificado LEED adaptado a um projeto de reuso no estado de Kentucky.

O projeto de 945 m2 de uso misto hospeda uma galeria, espaço para eventos, escritórios, espaços de escritório e restaurante para alugar e sala de conferências.

Concluído no segundo semestre de 2008 e localizado no distrito East Market em Louisville, uma área federal classificada em dificuldade no momento da compra e construção, o Green Building tornou-se o catalisador para a revigoração do bairro, hoje conhecido como NuLu, ou New Louisville.

Os destaques do Green Building incluem:

Análise de eficiência do edifício: para compreender a história do edifício e o contexto do bairro, o (fer) studio inventariou os componentes do edifício existente para determinar seus pontos fracos.

Uso eficiente da água: a água da chuva é absorvida pelo telhado verde, coletada em três grandes cisternas, ou direcionada para um jardim de chuva, onde as toxinas são removidas pelo material vegetal antes de entrar novamente no sistema de água do solo.

Eficiência energética: o Green Building economiza milhares de dólares em CO2 por mês, mais do que suficiente para compensar a pegada de carbono dos veículos de todos os funcionários. Graças aos 81 painéis solares, um sistema de armazenamento de quatro mil litros e doze poços geotérmicos a 68,58 m abaixo do edifício. A eficiência total de energia é de até 68% e supera os códigos de Kentucky de energia em até 65%.

Reuso de materiais: além de manter parte da estrutura, a equipe reutilizou muito do material do edifício original. A madeira estrutural do edifício, por exemplo, foi reutilizada como piso de acabamento e mobiliário. Tijolos da construção original foram cuidadosamente desmontados e reutilizados em outras áreas.

Materiais reciclados: O projeto inclui uma elevada porcentagem de materiais reciclados, incluindo 100% do piso, 70% das janelas e 80% do isolamento, feito a partir de jeans reciclados. A equipe desviou 421.269 m3 de material de demolição do aterro doando para empresas de construção, uma fazenda próxima, entre outros destinos.

Materiais Recicláveis


A reciclagem do metal evita a retirada de minérios do solo, além de reduzir em muito o volume de água e energia necessários para a produção de novos produtos.

Isso vale para todos os tipos de metal, contudo há maior interesse reciclador na indústria produtora de embalagens de alumínio, o que determina aumento no valor de venda deste material. Por esse motivo, o Brasil é hoje um dos campeões mundiais no que se refere à reciclagem de alumínio, recolhido na sua maior parte por catadores autônomos.

É importante lembrar que todos os itens devem estar limpos para garantir a qualidade do produto. Quanto maior a qualidade, maior o valor comercial.

Metais que podem ser reciclados: Lata de bebidas e alimentos; Tampas de recipientes de vidro; Lata de biscoito; Bandeja e panela; Ferragem; Grampo; Fios elétricos; Chapas; Embalagem marmitex; Alumínio; Cobre; Aço; Lata de produtos de limpeza.
Metais que NÃO podem ser reciclados: Lata de aerosóis; Lata de tinta; Pilhas; Lata de inseticida; Lata de pesticida.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Tons da Natureza

Conjunto de Indicadores de Sustentabilidade de Empreendimentos


O CBCS gostaria de ouvir a opinião dos agentes do setor.

As atividades desenvolvidas pelo Comitê de Avaliação de Sustentabilidade do CBCS visam à proposição de um conjunto de indicadores de sustentabilidade socioambiental mensuráveis para os empreendimentos do setor da construção civil.
Os indicadores de desempenho de empreendimentos seriam informados em uma base de dados pública por agentes do setor da construção. As informações de diversos empreendimentos inseridas na base de dados permitirão criar uma massa crítica que situe o desempenho socioambiental de cada empreendimento em relação aos níveis médio e de excelência praticados pelo mercado, servindo como instrumento de apoio à tomada de decisão.

Adicionalmente, fornecerão um diagnóstico da sustentabilidade da cadeia produtiva como um todo e indicarão as evoluções das práticas de mercado ao longo do tempo. Uma das premissas é a de que tal mecanismo estimulará ações de melhorias no desempenho dos empreendimentos brasileiros.

A proposta do Conjunto de Indicadores de Sustentabilidade de Empreendimentos pode ser acessada aqui.

Entre no site para consultar e enviar comentários.
Aguardamos a contribuição de todos,
Equipe CBCS

Brasil unido em defesa das florestas


Você pode dar uma contribuição fundamental para a proteção das florestas do Brasil: PARTICIPE DA CAMPANHA "FLORESTA FAZ A DIFERENÇA".

A campanha é uma proposta do Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, criado por instituições não governamentais e diversos segmentos sociais. A meta é recolher 1 milhão de assinaturas a favor da proteção das florestas e de mudanças no substitutivo do Código Florestal. É uma maneira de convocar a sociedade brasileira a se unir a esse desafio, contribuindo para a promoção do debate e a apresentação de propostas, de modo que o Senado tenha a seu alcance elementos para aprovar uma lei à altura do Brasil.

ABAIXO ASSINADO

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Cidades brasileiras despejam mais de 5 bi de litros de esgoto sem tratamento por dia



Fonte: CICLOVIVO

O Brasil melhora muito lentamente na prestação dos serviços de água, coleta e tratamento dos esgotos, mesmo após a retomada dos investimentos no setor, e está distante da tão sonhada “universalização” dos serviços que não acontecerá sem um maior engajamento e comprometimento dos governos federal, estaduais e principalmente os municipais. Essa é a constatação do mais novo levantamento do Instituto Trata Brasil que avaliou os serviços prestados nas 81 maiores cidades brasileiras, com mais de 300 mil habitantes.

O levantamento tem base no SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, ano 2009, recém divulgado pelo Ministério das Cidades. As informações são fornecidas espontaneamente pelas empresas prestadoras dos serviços nessas cidades. “São as cidades que concentram a maior parte da população do país e, portanto, também os maiores problemas sociais decorrentes da falta destes serviços”, afirmou Édison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil.

O estudo revelou que, se considerarmos o período entre os anos de 2003 e 2009, houve um avanço de 2,9 pontos percentuais no atendimento de água tratada, 12,1 pontos na coleta de esgotos e de 7,8 pontos percentuais no tratamento dos esgotos. “Apesar de serem números relevantes, são muito baixos para um período de sete anos. Se considerarmos os avanços nos últimos cinco anos, por exemplo, vemos que a melhoria em coleta de esgotos foi de apenas 2,8 pontos percentuais e de 6,7 pontos no tratamento, ou seja, crescimentos insuficientes para a necessidade do Brasil em resolver estas carências”, afirma Carlos.

Pelos números levantados pelo Trata Brasil, em 2009 somente estas 81 grandes cidades despejaram no meio ambiente cerca de cinco bilhões de litros de esgoto sem tratamento por dia, contaminando solo, rios, mananciais e praias do País, com impactos diretos à saúde da população.

O ranking mostra ainda que, no conjunto dos indicadores avaliados, estão entre as melhores cidades do País: Santos (SP), primeiro colocado, com operação estadual; Uberlândia (MG), em segundo, com operação municipal; Franca (SP), em terceiro, com operação estadual; Jundiaí (SP), em quarto, com operação municipal em parceria com o setor privado; Curitiba (PR), com operação estadual em quinto; Ribeirão Preto (SP), em sexto, com operação municipal em parceria com o setor privado; Maringá (PR), em sétimo, com operação estadual; Sorocaba (SP), em oitavo, com operação municipal; seguida de Niterói (RJ) em nono lugar e operação privada e Londrina (PR) em décimo e também com operação estadual na prestação dos serviços. A cidade de São Paulo ficou com a 22º colocação.

As 10 últimas cidades no ranking foram Canoas (RS), que atende apenas 14% da população com coleta de esgoto; Jaboatão dos Guararapes (PE) com 8% de coleta; Macapá (AP) com 7%; Ananindeua (PA) e Nova Iguaçu (RJ) sem nenhuma coleta; Belém (PA) com 6% de coleta, São João de Meriti (RJ) sem coleta de esgotos; Belford Roxo (RJ) com 1% de coleta; Duque de Caxias (RJ) sem coleta e Porto Velho (RO) com 2% de coleta e que ocupa a última posição. Carlos afirma: “Um dos pontos de preocupação apontados no novo ranking foi que as dez últimas cidades continuam sendo as mesmas já há três anos, o que reflete a dificuldade em se obter melhorias nestes municípios.”

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Rede de Cidadãos Inovadores

Desde março, está no ar a Rede Global de Cidades Inovadoras, também chamada, para ficar mais prático, de Redeci. E se agora pegássemos essa sigla e a reescrevêssemos por extenso, só que de forma diferente? Queremos agregar um novo significado para Redeci: transformá-la também em Rede de Cidadãos Inovadores. Afinal, se a cidade reflete as características de seus habitantes, não há cidade inovadora sem cidadãos inovadores.

Na prática, propomos uma ação de mobilização em prol da segurança pública que, para funcionar, depende unicamente dos cidadãos. Isso mesmo, de você e de mim. Nós, que transitamos pela cidade todo dia para trabalhar, levar os filhos na escola, ir ao supermercado, enfim, para tocar nossa vida.

Vamos supor que perto da sua casa haja uma pracinha que está sempre deserta. Embora ela possua bancos, jardins e parquinho, tudo o que a tornaria atrativa, as famílias não a frequentam, porque sabem que ali é comum haver furtos. Você possui essa informação e o que faz? Simplesmente se priva de um direito seu, o de ir e vir.

Como cidadão inovador, você não se conforma com essa situação e gostaria de transformar o espaço em que vive, certo? Claro que, sozinho, é muito difícil, senão impossível, resolver o problema hipotético acima. Mas você pode agir compartilhando a informação com quem tem poder para solucioná-la.

Tecnologia para isso é o que não falta. Tomemos como exemplo o Twitter.

Em novembro do ano passado, quando policiais tomaram o Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, vários moradores da favela tuitaram informações que foram essenciais para a ação da PM. Teve papel importante principalmente um grupo que tuitava usando a hashtag #vozdacomunidade anexada à mensagem. Na medida em que uma hashtag é mais mencionada, ela tem maiores chances de entrar para os (os temas mais populares do Twitter), chamando a atenção na esfera de usuários. Foi o que aconteceu com a #vozdacomunidade, hashtag que é usada até hoje.

O alcance disso poderia parecer pequeno, não fosse pelo fato de o Twitter hoje ser uma ferramenta de grande visibilidade. Presidentes, instituições públicas, veículos da mídia e tantas pessoas poderosas têm conta no microblog.

Se você também tem uma conta no Twitter, ainda que não seja uma celebridade com milhares de seguidores, pode enviar mensagens direto para essas personalidades ou então divulgar uma causa que, se for retuitada por seus seguidores e pelos seguidores destes, em breve, chegará ao conhecimento de pessoas que você nem sabe que existem! (Para você ter uma noção dessa possibilidade, veja a retrospectiva que o Twitter fez dos tweets mais poderosos de 2010)

Voltando à proposta da Rede Global de Cidades inovadoras, você deve estar se perguntando como fazer parte disso. A resposta é simples e tem menos de 140 caracteres: basta tuitar o que você vê de errado na sua cidade!

As possibilidades de mensagens que você pode escrever são amplas: informar sobre uma região de furtos (como ilustramos acima), uma lâmpada quebrada, uma pichação em patrimônio público, um ponto de consumo de drogas etc. O objetivo disso é alertar as autoridades – de forma rápida para os cidadãos, pois nós bem sabemos que os telefonemas para ouvidorias municipais costumam ser demorados – para tornar nossas cidades mais seguras.

Para o seu tweet chegar ao destino correto, nós sugerimos o uso de duas hashtags: a da Rede de Cidadãos Inovadores, que vai identificar esta nossa ação e dar visibilidade a ela (#redeci), e a referente à sigla da sua cidade (por exemplo, #cwb). Isso possibilitará que as autoridades e os meios de comunicação rastreiem todas as mensagens vinculadas a esta mobilização. Sem as hashtags, apenas seus seguidores receberão suas mensagens. A sigla #redeci vai amplificar o alcance da sua informação.

Enciclopédia da Vida disponibiliza informações sobre diferentes seres vivos


A Encyclopedia of Life (EOL) ou Enciclopédia da Vida surgiu em 2007 com a ideia ousada de oferecer "uma página para cada espécie". Hoje, a EOL reúne informações confiáveis ​​a partir de recursos em todo o mundo, tais como museus, sociedades científicas, cientistas especializados, e outros em um enorme banco de dados em um único portal on-line fácil de usar.

O conhecimento científico das muitas formas de vida na Terra - de animais, plantas, fungos, protistas e bactérias - está espalhado em livros, revistas, bases de dados, sites, coleções de espécimes, e nas mentes de pessoas em toda parte do mundo. Imagine o que significaria, se estas informações pudessem ser reunidas e disponibilizadas para qualquer lugar e em qualquer momento.

A versão 2.0 da EOL, disponível desde a última segunda-feira (5), tem 700 mil páginas de informações científicas. Foi elaborada pelo Instituto Smithsonian, de Washington, e contou com a colaboração de 176 centros de pesquisa e de cientistas do mundo todo. Os dados são todos controlados por especialistas.

A nova página tem mais informações que a primeira versão, disponível em 2008. De acordo com Erick Mata, diretor executivo da Enciclopédia da Vida, o site pretende agrupar 1.9 milhões de verbetes, um para cada espécie animal conhecida até hoje.

A enciclopédia está se expandindo para se tornar uma comunidade global de colaboradores e contribuintes servindo o público em geral, amadores entusiastas, educadores, estudantes, cientistas e até mesmo profissionais em todo o mundo.

Os usuários registrados no site são capazes de interagir com os conhecimentos encontrados ali e uns com os outros, eles também podem contribuir com informações para EOL, que serão publicadas após revisão.

O recurso está disponível tanto como um site gratuito, como um recurso incorporado a aplicativos de terceiros e desktop. Todas as informações estão disponíveis para reutilização e ele é licenciado sob a Creative Commons e outras licenças livres.

O objetivo da enciclopédia é o acesso global ao conhecimento sobre a vida na Terra. A missão dos desenvolvedores do projeto é aumentar a conscientização e compreensão da natureza viva através de uma Enciclopédia da Vida, que reúne, gera e compartilha conhecimento de forma aberta, de recurso digital, de acesso livre e confiável.

Para Mata: "Este é o melhor esforço conjunto para termos todas as espécies unidas em um mesmo site até o momento". Com informações do CRBio e EOL.

Redação CicloVivo

Fundação Grupo Boticário

A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é uma organização sem fins lucrativos, cuja missão é promover e realizar ações de conservação da natureza. Criada em 1990, a instituição é a principal expressão da política de investimento social privado do Boticário, e nasceu do desejo do fundador da empresa, Miguel Gellert Krigsner, de empreender ações em prol da preservação da natureza como expressão da responsabilidade social.

A atuação da Fundação Grupo Boticário é nacional. Suas ações incluem proteção de áreas naturais, apoio a projetos de outras organizações e sensibilização da sociedade para a causa conservacionista, contribuindo para o equilíbrio ecológico do planeta e para a manutenção da vida.

Por meio de suas Reservas Naturais, a Fundação Grupo Boticário protege importantes remanescentes de dois dos biomas mais ameaçados do Brasil: Mata Atlântica e Cerrado. Além disso, incentiva outros a também investirem na proteção de áreas naturais, por meio de apoio a projetos e de pagamento por serviços ecossistêmicos.

domingo, 4 de setembro de 2011

Concurso elege o motorista mais sustentável do Brasil

Fonte: Planeta Sustentável

A revista Quatro Rodas, da Editora Abril, está promovendo o concurso O Melhor Motorista do Brasil, que pretende estimular as boas práticas ao volante, incentivando a segurança, cidadania e sustentabilidade nas ruas do país. Os interessados podem se inscrever até 2 de outubro

Você se irrita no trânsito? Ultrapassa faróis vermelhos? Dá distância de segurança do carro da frente? Respeita os pedestres? Informa-se sobre sua rota antes de sair de casa, para evitar se perder e rodar quilômetros desnecessários com o carro? Para descobrir se você é ou não um condutor sustentável, participe do concurso O Melhor Motorista do Brasil, que está sendo promovido pela revista Quatro Rodas, da Editora Abril.

O prêmio, que pretende promover as boas práticas no trânsito - e, assim, incentivar a segurança, cidadania e sustentabilidade nas ruas de todo o país -, elegerá o motorista do Brasil que tem mais responsabilidade ao volante.

Qualquer pessoa que possua carteira de habilitação com permissão para conduzir automóveis pode se inscrever no concurso. Basta preencher o formulário de cadastro até o dia 2 de outubro. Os inscritos deverão realizar uma prova de múltipla escolha sobre o tema do prêmio, além de escrever uma frase com sugestões sobre como contribuir para tornar o trânsito brasileiro mais seguro e agradável para motoristas e pedestres.

Os 10 participantes que se saírem melhor no teste e na produção da frase - e que não tiverem 20 pontos na CNH e nem faltas gravíssimas - serão selecionados para a segunda fase do concurso, que contará com exercícios práticos e teóricos na cidade de Indaiatuba, em São Paulo. O primeiro colocado da iniciativa ganhará um carro 0km, além de curso de pilotagem no Autódromo de Interlagos e assinatura de dois anos da revista Quatro Rodas. (Confira o regulamento completo do concurso)

*Prêmio O Melhor Motorista do Brasil

Alemanha bate recorde em produção de energia limpa



Redação CicloVivo

O primeiro semestre de 2011 marcou o recorde na produção de energia renovável na Alemanha. A informação foi divulgada nesta semana em um relatório feito pela Associação Alemã de Energia e Indústrias de Água (BDEW), garantindo que esse é mais um passo da nação européia em busca da independência nuclear.

Os bons resultados foram obtidos a partir da decisão governamental, da chanceler Angela Merkel, em investir pesado em tecnologias de produção de energia limpa. O relatório mostra que o crescimento da Alemanha neste setor tem aumentado em níveis altos e rápidos.

Em 2010, as fontes renováveis supriam 18,3% da demanda, agora elas já ocupam a marca de 20,8%, ou seja, mais de um quinto da produção total da Alemanha é baseada em energia limpa.

Segundo o relatório da BDEW o aumento não está diretamente relacionado à decisão de fechar sete usinas nucleares, anunciada pela chanceler após o deastre nuclear de Fukushima, no Japão. No entanto, essa ação é considerada como um impulso para que seja possível eliminar completamente a produção atômica até o ano de 2022. Segundo Angela Merkel, o próximo objetivo do país é conseguir produzir 35% de sua energia através de fontes renováveis.

Por enquanto, a energia eólica é a dominante entre as renováveis, gerando 20,7 bilhões de kWh, ou 7,5% de toda a eletricidade do país. Na sequência vêm: biomassa (5,6%), solar fotovoltaica (3,5%) e hidrelétrica (3,3%). A incineração e outras fontes menos expressivas correspondem a apenas 0,8% da demanda total.

Além dos grandes investimentos, o relatório aponta a queda no preço dos equipamentos como um dos motivadores para os bons resultados da Alemanha. Segundo a publicação, os custos para a produção renovável foram reduzidos em até 50% durante os últimos cinco anos.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Desenvolvimento Sustentável

O que é desenvolvimento sustentável?

Fonte: WWF-Brasil

A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
O WWF-Brasil apoia iniciativas de desenvolvimento sustentável na Amazônia.© WWF-Brasil ..O que é preciso fazer para alcançar o desenvolvimento sustentável?
Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos.

Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente.

Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende.

Atividades econômicas podem ser encorajadas em detrimento da base de recursos naturais dos países. Desses recursos depende não só a existência humana e a diversidade biológica, como o próprio crescimento econômico.

O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.Saiba mais
Conheça as ações de apoio ao desenvolvimento sustentável do WWF-BrasilDescubra como ter hábitos mais sustentáveisPegada ecológica
Descubra qual é o impacto do seu estilo de vida. Faça o teste!
..Os modelos de desenvolvimento dos países industrializados devem ser seguidos?
O desenvolvimento econômico é vital para os países mais pobres, mas o caminho a seguir não pode ser o mesmo adotado pelos países industrializados. Mesmo porque não seria possível.

Caso as sociedades do Hemisfério Sul copiassem os padrões das sociedades do Norte, a quantidade de combustíveis fósseis consumida atualmente aumentaria 10 vezes e a de recursos minerais, 200 vezes.

Ao invés de aumentar os níveis de consumo dos países em desenvolvimento, é preciso reduzir os níveis observados nos países industrializados.

Os crescimentos econômico e populacional das últimas décadas têm sido marcados por disparidades.

Embora os países do Hemisfério Norte possuam apenas um quinto da população do planeta, eles detêm quatro quintos dos rendimentos mundiais e consomem 70% da energia, 75% dos metais e 85% da produção de madeira mundial.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Tons da Natureza


A mandioca vai virar bandeja

Empresa do interior de São Paulo desenvolve tecnologia para produzir recipientes biodegradáveis, feitos a partir da fécula da raiz
EDUARDO SAVANACHI




As tradicionais bandejas de isopor, usadas para embalar frutas e legumes, podem estar com os dias contados. Pouco ecológicas e responsáveis por um importante passivo ambiental, elas agora têm um concorrente à altura. Pelo menos é isso que garante o empresário Cláudio Rocha Bastos. Engenheiro de formação, depois de passar por várias empresas desse setor, ele decidiu investir em um negócio próprio e identificou no setor de embalagens uma boa oportunidade de aliar meio ambiente e bons negócios. Há oito anos ele fundou a empresa CBPack e desde então vem desenvolvendo a tecnologia para produzir bandejas feitas a partir da fécula da mandioca, um material renovável e biodegradável. Agora, Bastos garante que o produto está pronto para ser comercializado. "Para colocar esse tipo de produto no mercado era preciso ter escala industrial, equipe própria de pesquisa e desenvolvimento e ter patente do produto. Hoje temos todos esses aspectos."

A técnica consiste em transformar a fécula de mandioca em um composto e a partir desse material produzir as bandejas, que, de acordo com Bastos, se decompõem em até 180 dias. "A bandeja tem uma ótima resistência e as mesmas especificações de uma bandeja de isopor", ressalta.


MULTIUTILITÁRIO: novo produto parece isopor, mas é biodegradável

Para desenvolver a tecnologia foram investidos cerca de R$ 2 milhões. Hoje, a capacidade da fábrica, localizada em São Carlos (SP), é para 400 mil bandejas por mês e, embora a comercialização ainda seja incipiente, o plano é aumentar a capacidade já no próximo ano. "Nossa previsão é investir R$ 5 milhões até o final de 2009 para produzir dois milhões de bandejas/mês". Parte desses recursos deve vir do BNDES Par, que, no ano passado comprou 35% de participação na empresa por R$ 1,9 milhão e disponibilizou empréstimo de R$ 2,3 milhões. "Embalagem é um item importante do ponto de vista ambiental, pois produz muito resíduo. Com um produto feito a partir de matéria-prima renovável e biodegradável, você faz uma cadeia ecossustentável", diz o empresário. Ele afirma que o único empecilho da tecnologia é o preço. "O custo é cerca de duas vezes maior em comparação com as bandejas feitas de isopor, mas isso vai ser reduzido à medida que tivermos uma produção em escala maior."




sábado, 20 de agosto de 2011

Ciclo Sustentável Philips

A Philips acredita que agir de maneira Sustentável é assumir responsabilidade pelas gerações futuras e pensar no ciclo completo dos produtos, desde sua produção até o final de sua vida útil.

Em março de 2010, foi lançado o programa Ciclo Sustentável Philips, onde você, consumidor, retorna o produto para descarte, fechando um ciclo responsável e auxiliando no descarte adequado de eletroeletrônicos.

A partir de novembro de 2010, lançamos o programa de logística reversa de Pilhas e Baterias, projeto inserido no programa Ciclo Sustentável Philips. Equipamos quase 100 de nossas assistências em todo o território nacional com displays coletores de Pilhas e Baterias portáteis. Essas urnas são próprias para evitar vazamentos. A Philips passa, então, a disponibilizar diversos pontos de coleta pelo país (além dos pontos próprios, também os de parceiros – fabricantes e varejo), onde você pode encaminhar suas pilhas e baterias após seu fim de vida útil. As pilhas e baterias recolhidas em nossos pontos de coleta serão encaminhadas à destinação ambientalmente adequada.

Além de reforçarmos nossa responsabilidade pós-consumo, esse projeto está em conformidade com a resolução CONAMA 401 e com a lei 12.305 (Política Nacional de Resíduos Sólidos).

Porque não descartar suas pilhas e baterias exauridas, ou produtos que as contenham, no lixo comum?
As pilhas e baterias são compostas por diversos materiais (como os metais) que garantem sua funcionalidade, como lítio, níquel, cobre, zinco, mercúrio, cádmio e chumbo. Esses componentes podem ser nocivos ao entrar em contato com o meio ambiente, contaminando solo, água e, consequentemente, as pessoas. Hoje, com o avanço tecnológico, as pilhas e baterias de procedência reconhecida possuem baixos níveis de metais nocivos, ou muitas vezes só existem traços desses metais. Mesmo assim, é muito importante que as pilhas e baterias usadas não sejam descartadas no lixo doméstico, e sim encaminhadas à destinação ambientalmente adequada. O consumidor tem um papel muito importante nesse Ciclo, ao devolver as pilhas e baterias que não mais utiliza.

Como participar?
Leve a um posto credenciado todas as pilhas e baterias usadas ou inservíveis ou os aparelhos eletrônicos Philips que possuam pilhas e baterias em seu interior, após seu fim de vida.

Encontre um posto de coleta próximo de você e colabore com o Programa Ciclo Sustentável Philips! Seja um consumidor agente de mudança!



Fonte: http://www.sustentabilidade.philips.com.br/

Programa Cidades Sustentáveis




"Uma caminhada de milhares de quilómetros começa sempre com um primeiro passo."
LAO TZU

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Arquitetura bioclimática aplica sustentabilidade a construções de baixo custo


Projeto de casas de baixo padrão criado pelo escritório 24.7 Arquitetura para o concurso da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) l Imagem: 24.7 Arquitetura

Por Thaís Teisen - Redação CicloVivo

O conceito de arquitetura bioclimática busca minimizar os impactos da construção civil no meio ambiente. Através do estudo das condições climáticas locais, os projetos são pensados para oferecer conforto térmico em todas as estações do ano.

“A arquitetura é uma atividade da construção civil que é conhecida como a atividade dos 40, por consumir 40% dos recursos, por emitir 40% dos gases poluentes e por consumir 40% da energia que a gente produz”, explica o arquiteto especializado em bioclimatismo, Giuliano Pelaio, acrescentando que este é um número do qual ele não quer fazer parte.

Através de um projeto bem elaborado, de acordo com as necessidades do morador e das condições locais, é possível minimizar esses percentuais e também oferecer maior qualidade de vida a quem irá habitar o empreendimento.

Pelaio explica que “a arquitetura bioclimática está muito ligada a três grandes fatores: tem que ser capaz de gerar, acumular e transmitir o calor no inverno e o frescor no verão”. Além disso, essas construções precisam considerar a otimização de recursos e materiais, a diminuição do consumo energético e ser uma estrutura com baixos índices de manutenção durante a sua vida útil.

Ao contrário das certificações, que normalmente elevam os custos das construções, a arquitetura bioclimática pode ser aplicada em construções de todos os padrões, sem custos adicionais. “De 80% a 90% da sustentabilidade de uma edificação provém de decisões de projeto, que não custam mais nada”, explica o arquiteto, que ainda não concorda totalmente com as certificações, por não haver nenhum selo que leve em consideração a realidade climática brasileira em sua totalidade.

O projeto de casas de baixo padrão criado pelo escritório 24.7 Arquitetura, do qual Pelaio é sócio, para o concurso da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), prova que é possível construir de maneira sustentável e econômica.

No projeto as casas são pensadas considerando todos os conceitos do bioclimatismo, aliado também ao design contemporâneo e particularidades que permitem a personalização das casas, fato inovador no que diz respeito às casas populares. “O intuito é permitir que as casas tenham a identidade dos moradores. Isto é diversidade de tipologia e eleva a qualidade das habitações”, explica o arquiteto.

As residências serão equipadas com placas solares usadas para o aquecimento de água, que é uma tecnologia muito eficiente e economicamente viável. Outro diferencial é a aplicação de telhados verdes, que colaboram para o conforto térmico, juntamente com outras questões estruturais que permitem melhor circulação do ar.

O escritório 24.7 Arquitetura é o responsável pelo desenvolvimento de um bairro sustentável na cidade de Campo Mourão, no Paraná. A proposta é criar um modelo de cidade compacta, com mescla de usos e atividades. Assim, os moradores poderão contar com toda a infraestrutura necessária para satisfazerem suas necessidades. Até as ruas foram planejadas para facilitar a locomoção das pessoas e principalmente incentivar o uso das ciclovias.

O projeto de Campo Mourão faz parte do programa “Minha Casa, Minha Vida”, por isso as residências serão comercializadas com valor médio de R$ 100 mil. Isso mostra que é possível produzir com qualidade e com um preço acessível, levando em conta a responsabilidade social.

Segundo Pelaio, o exemplo de Campo Mourão foi pensado para uma realidade específica, mas o seu conceito pode ser replicado em qualquer lugar do mundo.

Tons da Natureza


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Cimento Transparente: Inovação para construções mais sustentáveis

Por: Vanessa Mendes Argenta

Não dá pra falar em arquitetura sustentável sem falar sobre os novos materiais de construção: a pesquisa nas universidades e nas indústrias vem gerando inovações nas composições dos materiais, agregando funções e características antes inimagináveis para os produtos!

Um belo exemplo disso, que vai abrir a série sobre materiais inovadores, é o cimento transparente.



O cimento transparente foi criado pelo arquiteto italiano Giampaolo Imbrighi em parceria com a empresa Italcementi. O i.light® (nome oficial do produto) é um painel de concreto com pequenos orifícios, distantes entre dois e três milímetros, que são preenchidos com resina.

Isso possibilita 20% de transparência, possibilitando muita economia de energia elétrica nas edificações. Esse painel pode ser usado nos fechamentos de paredes (substituindo a alvenaria), no piso, escadas, terraços ou como elemento decorativo.

O i.light® ainda é um produto conceitual, mas que já vem sendo aplicado em alguns edíficios institucionais italianos, como o pavilhão da Itália na Expo Shangai 2010. Seu custo é um pouco maior que os painéis de concreto comuns, mas bem menor que os painéis de fibra ótica, que ainda gastam energia elétrica.



Veja mais em: O i.light®






Brasil e China terão cooperação em energia renovável

Alana Gandra - Agência Brasil - 28/07/2011

A cooperação firmada entre o Brasil e a China, por meio do Centro China-Brasil de Mudança Climática e Tecnologias Inovadoras para Energia, poderá resultar em benefícios para o Brasil especialmente na área de energias renováveis, disse o diretor de Tecnologia e Inovação da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), Segen Estefen. Ele participou de seminário realizado ontem (27) pelo Centro China-Brasil, na Cidade Universitária, no Rio de Janeiro.

O Centro China-Brasil é fruto de parceria entre a Coppe e a Universidade de Tsinghua, principal universidade chinesa na área de engenharia. O centro tem por objetivo formular estratégias e ações para subsidiar decisões dos dois governos nas áreas de energia e de meio ambiente.

Segen Estefen declarou que o Brasil e a China têm características comuns em termos de discussões sobre as emissões de gases poluentes, o que abre um espaço de convergência na atuação dos dois países, "o que é positivo para o Brasil". Ele destacou que em relação às tecnologias renováveis, sobretudo, em que a China vem exercendo preponderância nos últimos anos, em função do baixo custo de produção, são grandes as oportunidades de transferência de tecnologia para o Brasil, principalmente em torres dos aerogeradores, na parte de energia eólica (dos ventos), e também nos painéis solares, com destaque para o fotovoltaico.

"Nesse contexto, a Coppe busca uma parceria, na qual nós poderíamos contribuir no avanço dessas tecnologias mas, ao mesmo tempo, trabalhar as tecnologias para a realidade brasileira, para que elas sejam mais eficientes para as condições do Brasil". A Coppe deve assinar nos próximos dias um acordo com uma grande empresa chinesa fabricante de aerogeradores, "dentro da possibilidade de o Brasil tropicalizar esses equipamentos", disse.

Outro projeto em andamento, que prevê a permanência de dois pesquisadores da Coppe na China pelo período de 60 dias, trata da produção de biocombustíveis, com ênfase no biodiesel. "Nós usaríamos palma para a fabricação de biodiesel, que é uma tecnologia que os chineses desenvolveram com a Dinamarca e nós queremos também adequar para a realidade brasileira".

De acordo com Segen Estefen, a ideia é trabalhar com os chineses naquilo em que eles estão desenvolvidos, mas sempre voltado para a aplicação no Brasil. Avaliou que o país deve aproveitar a dinâmica de crescimento econômico da China "e tentar tirar algum benefício, e não confrontar a capacidade deles de produção". Segundo o diretor da Coppe, dificilmente, o Brasil poderá concorrer com os chineses em termos de produção. "Mas podemos contribuir para o aprimoramento da tecnologia e dividir com eles a propriedade de alguns desenvolvimentos tecnológicos".

A cooperação bilateral entre a Coppe e a Universidade de Tsinghua poderá resultar, na prática, em transferência de tecnologia brasileira para a China e chinesa para o Brasil. "Um dos objetivos é esse. Mas não só transferir. É nós acharmos alguns pontos de convergência onde a experiência nossa possa se agregar à experiência deles".

Apesar dos chineses estarem mais avançados em tecnologia para energia solar e eólica, o país asiático poderá se beneficiar da tecnologia da Coppe, que desenvolve um trabalho de geração de energia a partir de ondas e marés. Estefen disse que os chineses reconhecem também a supremacia brasileira na tecnologia para produção de petróleo em águas profundas. Estudantes chineses estão trabalhando com pesquisadores na Coppe nessa área.

"O que nós queremos é que esse centro em Tsinghua seja aglutinador de iniciativas que nós tenhamos com outras universidades da China". Estefen assegurou que o Brasil não pode ficar alheio ao que ocorre na China. "A China hoje é um vetor muito importante na ordem mundial. E quem não estiver de certa forma interagindo com a China, tende a ficar alienado desse movimento mundial".