domingo, 18 de abril de 2010

Sacolas plásticas, como viver sem elas

A onda de preservação ambiental transformou as sacolas plásticas em ícone de atitude consciente. Recusar as tão populares sacolinhas no caixa do surpermercado virou sinônimo de comprometimento e empenho em salvar o planeta.

Entretanto, muitas das pessoas que adotam esse comportamento se veem as voltas com a questão do descarte do lixo doméstico entre outras funcionalidades normalmente atribuidas às sacolas plásticas.

Como descartar o lixo doméstico se não houver saquinho nas lixeiras? Essa é uma questão delicada e que não possui uma resposta definitiva, pelo menos por enquanto. O que temos na verdade são alternativas para reduzir o consumo, enquanto medidas substitutas não estão disponíveis no mercado.

Trata-se de uma questão de demanda, reduzir a quantidade de sacolas plásticas consumidas, desperdiçadas e enviadas aos aterros. O maior problema causado pelas sacolas está relacionado ao lixo. Milhões de sacolas são enviadas diariamente aos aterros como se fossem embalagem para lixo.

O que acontece é que as sacolas impedem a degradação natural do lixo e impermeabilizam o solo, formando uma grande montanha que irá demorar séculos e séculos para se degradar. Os efeitos dessa montanha de lixo são vários, todos prejudiciais ao meio ambiente. Nossa missão será então reduzir ao mínimo possível a quantidade de lixo que cada um de nós envia para esses depósitos.

Como fazer? A primeira dica é reciclar, muito. Quanto mais você reciclar, menor será a quantidade de resíduos descartados na lixeira dos não recicláveis, aqueles que vão para aterro. Por isso, recicle todo e qualquer resíduos sólido, mesmo aqueles que você tem dúvida ou que se dizem não recicláveis. O mehor critério para acabar com as dúvidas é o do lixo seco e lixo úmido. Os secos são recicláveis, os úmidos não. Mas veremos mais a frente que podemos transformá-los em adubo, ou seja, reciclá-los.

Exercitando bem essa separação, cerca de 70% do volume de lixo gerado em sua casa já será desviado dos aterros e sua necessidade de consumir sacolas plásticas para o lixo reduzirá na mesma proporção.
Use sacos grandes para os recicláveis, recomendo os de 100 ou 200 litros.

Se 70% dos resíduos deixaram de ir para o lixo, temos agora que resolver os outros 30% que correspondem aos resíduos orgânicos e não-recicláveis.

Se você adotar um sistema de compostagem, grande parte desse volume poderá ser transformado em adubo. Para isso, o mais indicado são os minhocários domésticos, que podem ser mantidos em casa ou no apartamento e não representa uma mega revolução nos seus hábitos, apenas um pouco de disposição que com certeza será revertido em momentos de diversão. Se você tem crianças em casa, nem se fale, é uma mistura de aula de ciências, biologia, artes e outros assuntos.
Para isso leia o post anterior onde falei sobre as técnicas de compostagem doméstica.

Como nos minhocários não colocamos carnes e também não reciclamos alguns materiais como aqueles saquinhos de mostarda e catchup de lanchonete, esses são os que chamamos de rejeito e por isso vão parar nos aterros. É para eles que precisamos de saquinhos plásticos, muito menos do que precisavamos antes mas ainda necessários pois vão embalar inclusive o lixo de banheiro.

Se você adotar as recomendações desse post, poderá orgulhar-se de ser um cidadão modelo em relação aos resíduos que você gera. Como eu falei, não requer grandes revoluções, apenas prática e habilidade que virá com o tempo.

E com o tempo poderemos colocar o lixo de banheiro em saquinhos biodegradáveis, resolvendo de vez o problema em questão.

Erich Burger
@recicleiros

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