quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Construção Sustentável

"Quando o Problema mora ao Lado"
Artigo extraido da revista Arquitetura e Construção - Janeiro de 2009
Reportagem de Giuliana Capello


As cidades crescem em um território limitado. A cada prédio construido, um bairro ganha mais moradores, carros e demanda por serviços e equipamentos públicos. Embora urbanistas concordem que o adensamento seja positivo, a falta de planejamento põe tudo a perder: a chegada desordenada de empreendimentos afeta a paisagem urbana, o tráfego e as áreas verdes. Por isso, em 2001, o Estatuto da Cidade, uma lei federal, criou o Estatuto de Impacto de Vizinhança - que deve ser encomendado pela construtora a uma empresa especializada e entregue à prefeitura. O EIV avalia os impactos da construção e, se necessário, aponta as sugestões para contorná-los", explica Paulo Henrique Coelho, sócio da consultoria de Gestão de Vizinhança. Para Kazuo Nakano, urbanista do Instituto Pólis, a questão é implantar o edifício da melhor forma possível. "Mas até agora, poucas cidades regulamentaram o instrumento no Plano Diretor ou em lei específica", diz.

Em municípios paulistas como Ribeirão Preto, Santo André e São Bernardo do Campo, onde o Estudo de Impacto de Vizinhança está regulamentado, a população tem mais condições de participar do processo (consulte a prefeitura de sua cidade para obter mais informações). "Se o cidadão entende que um novo prédio pode trazer transtornos para ele ou para um bairro, deve exigir que à prefeitura que se faça o EIV", reforça Kazuo Nakano.

Em conjunto com ações do poder público, atitudes como essa podem melhorar muito a qualidade de vida nas cidades. Outro instrumento forte para alcançar esse objetivo seria o selo LEED, que certifica edifícios sustentáveis. Afinal, a sustentabilidade de um empreendimento também diz respeito à interferência que ele provoca no seu entorno. Mas, por enquanto, as exigências no selo mantém o foco nos impactos causados durante a obra. "Apenas a seleção do local é realmente considerada e conta mais pontos quando ocorre em uma área já suprida de infra-estrutura urbana", afirma Marcos Casado, gerente técnico do Greenbuilding Council Brasil, responsável pela certificação LEED.

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