segunda-feira, 20 de outubro de 2008

BedZED - Modelo líder em sustentabilidade urbana



BedZED é um curioso bairro ecológico experimental construído em Wallington no sul de Londres cuja concepção permite atingir impressionantes taxas de economia nos consumos domésticos. O BedZED atinge taxas de redução de 88% no aquecimento, 57% na utilização de água quente e 25% no consumo de electricidade, em relação à habitação média britânica. A sua construção foi realizada utilizando materiais existentes num raio de 50 km, diminuindo substancialmente a emissão de gases de efeito de estufa durante essa fase. 15% dos materiais utilizados na construção são reutilizáveis ou recicláveis.
O bairro começou a ser habitado desde 2002, seguindo uma filosofia de composição heterogénea dos seus residentes: cerca de 1/3 dos habitantes pertence às classes mais desfavorecidas, 1/3 pertence à classe média e o outro terço à classe alta, entre os quais se encontram alguns dos que projectaram e financiaram o BedZED. Os resultados têm sido muito bons, com as populações mais desfavorecidas a assimilarem em pleno a vida social e a filosofia ecológica do bairro.

Este é um exemplo de como a eficiência energética não se reduz a trocarmos as lâmpadas em casa para umas de baixo consumo, mas sim de como casas têm uma série de outros consumos adicionais mutas vezes relacionadas com o próprio projecto da casa. Por exemplo casas que tenham boa exposição solar no inverno e possibilidade de sombreamento das fachadas a sul no verão reduzirão os consumos de aquecimento/arrefecimento das casas. Ou utilizando energia solar (térmica ou fotovoltaica) ou eólica para microgeração conseguimos cobrir em parte o nosso consumo e ainda vender o restante à rede. É claro que isto só é possivel com investimentos monetários grandes que têm periodos de retorno que muitas vezes chegam aos 10 anos.

Mas como é que todas estas medidas de eficiência energética ajudam a reduzir a emissão dos Gases com Efeito de Estufa (GEE), como é o caso do CO2? Porque se requisitarmos menos energia eléctrica à rede, p.e. às centrais térmicas a carvão (que são as que contribuem com a maior percentagem para produção da energia eléctrica) produzirão menos e logo emitirão menos GEE.

Também o facto de os materiais de construção serem recolhidos num raio de 50 km faz com que não seja gasta tanta energia no transporte, logo reduz as emissoes. E isto também se aplica com a comida que comemos, ou com a roupa que usamos ou com os carros que temos. Já imaginaram a energia que é gasta no transporte dos produtos que consumimos até nós? Do metal do carro que é feito no continente X, que vai para ser moldado para o continente Y, para ser montado na fábrica no continente W, para finalmente ser vendido no stand no continente Z? Isto é sustentável por quanto mais tempo?

Assim, todos os avanços tecnológicos devem ser acompanhados de consciencialização das massas, porque o desenvolvimento tecnológico só por si não é suficiente para tornar o mundo mais eficiente e limpo!

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